quarta-feira, 19 de março de 2025

Elis: A Eternidade em Forma de Voz

 
Elis transformou dor em melodia e deixou um legado que o tempo não apaga
Por Antonio Siqueira
Se a vida fosse justa, hoje Elis Regina estaria completando 80 anos. Estaria aqui, de cabelos grisalhos e olhos ainda incendiários, cantando para um Brasil que seguiu despedaçado, mas ainda capaz de se emocionar com uma canção. Mas Elis não precisou de tempo para se tornar eterna. Morreu jovem, aos 36, deixando para trás um rastro de fogo e lágrimas que até hoje aquece e corta a alma de quem a ouve.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Josiel Conrad: O Sopro da Alma Carioca

📌 Frase dele que define tudo: 
"Meu trombone fala o que o morro não cala. E o samba, ah, o samba é minha oração sem igreja."
  
Por Antonio Siqueira

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Fernanda Torres: A arte de permanecer

IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Por Antonio Siqueira
Há algo de inquietante e, ao mesmo tempo, reconfortante em assistir a Fernanda Torres na tela. Ela não é apenas uma atriz; é uma presença. Uma daquelas figuras que carregam consigo a história do cinema brasileiro, mas que, ao invés de se ancorar no passado, segue reinventando-se, desafiando o tempo e as expectativas. Em "Ainda Estou Aqui", Fernanda nos oferece mais uma prova de seu talento inesgotável.

domingo, 9 de fevereiro de 2025

O Adeus ao Cantador Vital Farias

Vital Farias deixou legado de poesia, engajamento político e amor pela cultura nordestina
Por Antonio Sqiueira
Vital Farias partiu para outras terras, foi levar sua cantiga para além desse plano conturbado que vivenciamos. Aos 82 anos, vítima de um infarto do miocárdio, o cantor, compositor e violonista era daquele tipo de artista cujas obras eram muito mais conhecidas do que ele próprio. É muito comum você encontrar gente que nunca ouviu falar dele, mas que sai cantando imediatamente a letra inteira quando alguém assopra: “não se admire se um dia, um beija-flor invadir...” Além de “Ai Que Saudade D'Ocê”, o cantador e violeiro é autor de vários outros sucessos que ficaram conhecidos principalmente nas vozes de outros cantores como “Veja”, “Caso você case”, “Canção em dois tempos”, da minha preferida e amada "Sete Cantigas Para Voar" que toco no violão como um desabafo em meus momentos solitários. 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

O Tempo De Viver o Que Nos Cabe

 
Por Antonio Siqueira
A pandemia passou, mas alterou percepção geral do tempo, passamos a esquecer o clichê, “daqui até a eternidade” e começamos a viver um dia após o outro, contando as horas inclusive. Mera desilusão, para muitos foram dias severos demais em detrimento da perda de liberdade e da impossibilidade de aparecer socialmente com drinks, smartphones e muita empáfia depois de uma semana de labuta. Já para poucos saiu caro demais! Para aqueles que se importaram com as mais de 700 mil mortes no país, com o desespero de milhões de vidas perdidas mundo à fora e com as  próprias perdas na família.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Mílton Nascimento é uma Galáxia Infinita

Por Antonio Siqueira
Foram várias as pataquadas e demonstrações de preconceitos diversos que partiram dos estadunidenses da produção e organização do Grammy Awards no tratamento dado ao Gigante nosso, Milton Nascimento. Cantor, compositor e lenda vivíssima cujo legado não para de crescer mesmo nos seus 61 anos de carreira que, em uma nação reconhecidamente segregacionista como os EUA e cada vez mais Atada, Presa, Unida, Ligada, Fixada, Ajuntada e vinculada ao protofascismo mais rasteiro, não surpreende. 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Ainda Estamos Aqui Esperando Pela Justiça Final

Por Antonio Siqueira 
O conjunto de invasões e depredações nos prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília, na tarde de 8 janeiro de 2023, um domingo, chocou pela violência protagonizada por manifestantes bolsonaristas, mas não surpreendeu a todos os personagens que, por razões de ofício, acompanham o cotidiano institucional da capital federal, como articulistas, jornalistas e políticos. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Ives Macena: O Reconhecimento de uma Obra Grandiosa

Ives Macena é referência em minha vida e na de muitos artistas e gestores culturais em todo Rio de Janeiro, sobretudo, na Zona Oeste da capital muitos destes personagens não estão mais entre nós.
Confesso que lágrimas verteram, que meus batimentos alteraram-se um pouco e que minha boca secou; normal quando um ser importante em nossa vida e em nossa trajetória, sem pedir nada em troca, apenas se doando, recebe uma titulação dessa envergadura. Uma moção equivalente à grandeza de sua obra.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Bases Criam Lógicas; Lógicas Criam Comprovações

Por Rhada Naschpitz
As bases são fundamentais mesmo para o "novo", um ponto de referência sempre se faz necessário. Bases criam lógicas e com isso comprovações. Até para uma inovação é preciso ter uma base para o caminho, para não virar qualquer coisa, principalmente quando nos propomos a trabalhar com uma cultura, um nicho específico que já têm suas bases e características de identidade reconhecidas. 

quarta-feira, 27 de março de 2024

Na Cela De Uma Cadeia

Na madrugada do dia 27 de dezembro de 1968, duas semanas depois de o governo decretar o AI-5, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram retirados dos apartamentos onde moravam, no centro de São Paulo, e levados em uma caminhonete ao Rio de Janeiro. Conduzidos por policiais à paisana, eles foram presos sem nenhuma justificativa.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

O Diabo Caminha Entre Os Homens

Como romance gótico, faroeste, violento, sangrento e crítico, "Meridiano De Sangue"  funciona. Mesmo com sua aridez a obra de McCarthy impressiona. 
Por Antonio Siqueira
“Meridiano de Sangue” traz a realidade à superfície da ficção, entregando ao leitor um recorte importante da história norte-americana, nos colocando em uma jornada de confrontos entre índios, mexicanos e americanos, onde o que se vê são corpos sendo desmembrados, escalpados, crianças estupradas e muito sangue jorrando, o que faz total sentido ao título da obra, ao mesmo tempo que choca e encanta, não pelas barbáries descritas ao longo das 352 páginas, mas sim pelo lirismo e metáforas inseridas  em sua escrita, o que se assemelha e muito ao que Guimarães Rosa fez com “Grande Sertão: Veredas”, o livro mais famoso do brilhante escritor brasileiro.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

O Anfitrião Do Diabo e Seu Bobo Da Corte

Um jantar que reduziu a arte do humor à uma sessão conversa de pátio de presídio
Sátira é arte. Humor é arte e arte complexa! Fazer rir é mais difícil que fazer chorar, esteja certo. Mas o humor inteligente é compreendido por todos, por que é simples, eficaz, cênico e limpo. A arte é resistência, é por essência, oposição ao rolo compressor de classes e a sátira, o humorismo, sempre foi um fiel companheiro desse ritual, deste exercício em forma de manifesto social. Não mais no Brasil.

domingo, 11 de abril de 2021

Lumiar é o paraíso na serra que enfeitiçou Ronaldo Bastos

 
       O jornalista, produtor musical e compositor Ronaldo Bastos Ribeiro, nascido em Niterói (RJ), na letra de “Lumiar”, exalta um vilarejo bucólico, repleto de vida, diversão e um ótimo lugar para quem deseja somente descansar, na região serrana do Rio. A música foi gravada por Beto Guedes, em 1977, no LP A Página do Relâmpago Elétrico, pela EMI-Odeon. Curiosamente, Beto só veio conhecer Lumiar alguns anos depois.