quinta-feira, 16 de setembro de 2021

O Anfitrião Do Diabo e Seu Bobo Da Corte

Um jantar que reduziu a arte do humor à uma sessão conversa de pátio de presídio




Festa Estranha Com Gente Esquisita...


















Sátira é arte. Humor é arte e arte complexa! Fazer rir é mais difícil que fazer chorar, esteja certo. Mas o humor inteligente é compreendido por todos, por que é simples, eficaz, cênico e limpo. A arte é resistência, é por essência, oposição ao rolo compressor de classes e a sátira, o humorismo, sempre foi um fiel companheiro desse ritual, deste exercício em forma de manifesto social. Não mais no Brasil.

 Não mais no Brasil de Oscarito, Grande Otelo, Costinha, Mazzaropi, Sérgio Porto (pai do icônico personagem Stanislaw Ponte Preta), Ronald Golias, Agildo Ribeiro, José Simão, Ary Toledo, Henfil, Jô Soares, Chico Anísio e mais recentemente do que nunca, Marcelo Adnet, Gregório Duvivier e o fenômeno que se eternizou, assassinado categoricamente pelo genocídio moderno: Paulo Gustavo. A verdade é que a sátira  é uma técnica literária ou artística que ridiculariza um determinado tema, geralmente como forma de intervenção política ou outra, com o intento de provocar ou evitar uma mudança que oprima as massas. Sempre foi resistência e motivo de cárceres nas mais fétidas masmorras do Império Romano, na Europa Medieval e pós medieval, dente outras civilizações. Foi bem como encenou o moleque André Marinho, ex militante da causa bolsonaristas com seu pai milionário, Paulo Marinho sobre "os paus de araras na praça dos três poderes" em alusão ao Presidente  Jair Messias Bozo Bolsonaro, figura central da ridicularizarão em uma mesa que reunia os maiores bilionários do "Brasil Pandêmico". O que pra eles era uma piada, para o povo é humilhação, tortura, porrada, infortúnio...desprezo. E Bolsonaro é isso: um palhaço perigoso, controlado por uma dúzia de banqueiros, industriais, bilionários parasitas e magnatas da comunicação. Não obstante; o grande "barato", a grande piada é Naji Nahas oferecendo um jantar a Temer com todas essa "gente boa" a pastar o luxo. Naji Nahas, um único homem que quebrou a bolsa de valores do Rio. Aliás, a Bolsa de Valores Do Rio De Janeiro jamais se recuperou e, praticamente, encerrou suas atividades no ano 2000. Antes de qualquer coisa, é preciso saber: quem é Naji Nahas?

Naji Robert Nahas nasceu em 1947 no Líbano e em 1969 se mudou para o Brasil trazendo consigo uma fortuna, herança de família, de alguns milhões de dólares. Com 22 anos na época, o objetivo de Nahas era empreender em terras brasileiras por meio de investimentos e compras de empresas de diversos nichos. Por conta disso, o empresário adquiriu fábricas, bancos, seguradoras e investiu até na criação de coelhos. Os investimentos deram resultados e multiplicaram. Nahas consolidou seu império e, antes dos 40 anos, já era dono de um conglomerado multimilionário. Buscando multiplicar ainda mais sua fortuna, na década de 1980 o empresário começou a investir em ações nas bolsas de valores brasileiras; como revelou em matéria recente a jornalista do mercado financeiro, Regiane Medeiros. Nahas foi condenado, cumpriu pena em casa, continuou, supostamente, sabotando o mercado financeiro dentro de casa, em liberdade, rindo de tudo e de todos e oferece jantar a ex presidentes e comensais de fina estampa. Cidadãos de classe e nível!

O pobre de direita que elegeu Bolsonaro, não sabe quem é Naji Nahas, o anfitrião do vampiro. A amnésia coletiva do brasileiro é concernente a fatos históricos, sejam estes recentes ou não. Recebemos o rótulo de "povo sem memória". Por vezes, e não são poucas estas "vezes", o rótulo cabe a "povo sem vergonha". Mas o trabalho feito pelas elites para que passássemos do estágio de "povo sem memória" para "povo ruminante (gado por essência)", foi longo e eficaz. Os bilionários que estão à mesa e a imprensa pintada na cara sorridente de escárnio de Roberto D'ávila não negam fatos. A mesa do jantar promovido a Temer e animado por um moleque palhaço aspirante a humorista, remonta um brasil do Século XIX com o Imperador e seus comensais. Temer era ladeado por Jorge Leman, João Carlos Saad, presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicações, alguns banqueiros, um ou outro gigante varejista e um garçom servindo muito bem a estes homens. Aliás, o garçom, na camada inferior ao cheff que preparou o rega-bofe, é o único representante do pobre, seja este pobre um pobre diabo de direita ou de esquerda. Representa ali o que somos: uma massa falida que assina mais um golpe de estado de Michel Temer. Um golpe em cima de uma intenção do golpe, depois de um golpe bem sucedido. Pudera: nós fomos, historicamente, paridos por golpes.


O Jantar Infame

Vídeo de O Globo

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