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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Fernanda Torres: A arte de permanecer



IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP


Por Antonio Siqueira

Há algo de inquietante e, ao mesmo tempo, reconfortante em assistir a Fernanda Torres na tela. Ela não é apenas uma atriz; é uma presença. Uma daquelas figuras que carregam consigo a história do cinema brasileiro, mas que, ao invés de se ancorar no passado, segue reinventando-se, desafiando o tempo e as expectativas. Em "Ainda Estou Aqui", Fernanda nos oferece mais uma prova de seu talento inesgotável.

O filme, que poderia ser resumido em poucas linhas de sinopse, ganha complexidade e profundidade nas mãos de Fernanda que incorpora Eunice Paiva, uma mulher que, após uma perda devastadora, precisa reconstruir sua vida, a vida de seus filhos e de toda sua família. A trama, que poderia cair no lugar-comum do melodrama, é elevada pela sensibilidade da atriz, que consegue transmitir dor, esperança e resiliência sem recorrer a exageros. Cada olhar, cada pausa, cada gesto parece carregado de significado. Fernanda não atua; ela existe dentro da personagem.

E é essa existência que nos faz refletir sobre o título do filme: "Ainda Estou Aqui". A frase, aparentemente simples, ecoa como um mantra, uma afirmação de resistência. Eunice, a personagem, poderia ter sucumbido ao luto, ao desespero, ao vazio. Mas ela segue em frente, mesmo que a passos lentos, mesmo que carregando o peso da ausência. E Fernanda, com sua interpretação delicada e potente, nos lembra que a vida, por mais dura que seja, é feita de recomeços.

Mas não é apenas a personagem que nos fala sobre permanência. A própria Fernanda Torres parece dialogar com o título. Em uma indústria que muitas vezes descarta mulheres após certa idade, ela segue relevante, poderosa, indispensável. Sua carreira é um testemunho de que o talento é algo eterno sim. Desde os tempos de "Eu Sei Que Vou Te Amar" até "Ainda Estou Aqui", Fernanda construiu uma trajetória marcada pela coragem de escolher papéis desafiadores e pela capacidade de transformar cada um deles em algo memorável.

Ao final do filme, ficamos com a sensação de que Eunice, assim como Fernanda, é uma sobrevivente. Ambas nos ensinam que permanecer não é apenas uma questão de estar presente, mas de resistir, de se reinventar, de encontrar beleza mesmo nas cicatrizes. E é por isso que Fernanda Torres não é apenas uma atriz; ela é um símbolo de que a arte, assim como a vida, é feita de recomeços. E que, enquanto houver histórias para contar, ela ainda estará aqui.





Ainda Estou Aqui | Trailer Oficial |






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