Com a cabeça cheia de sonhos,
Coldplay chega ao 7º álbum
Por Antonio Siqueira
"Uma cabeça cheia de sonhos" é o novo disco da banda inglesa |
Os ótimos ingleses do Coldplay atingiram um patamar de fama e reconhecimento na cena musical mundial que é incontestável. Fenômeno de força comercial que eu, na minha santíssima ignorância, comparo sem problemas aos Beatles. Mas a banda não é unanimidade ( assim como o quarteto de Liverpool também não era): há quem goste e há quem deteste. Há também quem não dê a mínima.
Com o lançamento deste que é o sétimo álbum de estúdio da carreira, "A Head Full of Dreams", o grupo deverá manter sua enorme base de fãs, mas provavelmente não irá converter ninguém que não se interesse por sua música. O álbum é bom, melhor que o antecessor.
Enquanto "Ghost Stories" (de 2014) refletia um conturbado momento na vida do vocalista Chris Martin - que havia se separado da atriz Gwyneth Paltrow -, "A Head Full of Dreams" traz uma vibe muito mais pra cima, como indica seu título.
Mas isso não significa uma mudança no direcionamento musical do Coldplay. A música continua a mesma: aquele pop muito bem produzido, obrigado, que a banda sempre fez. A produção do disco ficou mais uma vez nas mãos de Rik Simpson, que trabalhou com a banda em "Ghost Stories", "Mylo Xyloto" e "Viva la Vida or Death and All His Friends". O duo norueguês Stargate também colocou seu talento na produção do álbum.
O novo disco traz 45 minutos que se desdobram em 11 faixas - ou 12, se você contar a "X Marks the Spot" escondida na bela "Army of One". É tempo suficiente para incluir algumas estrelas fazendo participação especial: tem Beyoncé, Noel Gallagher, Tove Lo e até o presidente norte-americano Barack Obama - ele está em um sampler, na faixa "Kaleidoscope", cantando um trecho de "Amazing Grace".
A diva pop está em duas faixas. Em "Hymn for the Weekend", sua voz inconfundível abre a música e Beyoncé, numa performance discreta, faz um dueto interessante com Chris Martin, coisa que fará falta quando a música for tocada ao vivo - já que é óbvio que a cantora não irá acompanhar a banda em turnês.
Na longa "Up&Up", que encerra o repertório depois de quase 7 minutos de duração, Beyoncé também aparece. Mas ao lado de Annabelle Wallis, Merry Clayton e mais um coro de vozes, sua participação se torna dispensável - poderia ser qualquer outra cantora em seu lugar. Nessa mesma faixa está Noel Gallagher e é ele quem 'salva' a música da mesmice. É seu solo, especialmente, que dá uma empurrada na música para fora do óbvio.
A já citada Gwyneth Paltrow também faz uma ponta em "A Head Full of Dreams", na faixa "Everglow". Um dos pontos altos do álbum, a música conduzida pelo piano traz um ar levemente melancólico - comparada ao restante do repertório - e a impressão que fica, considerando a letra e a participação da ex-mulher na faixa, é de que Chris Martin superou qualquer "hard feeling" com relação à atriz.
De maneira geral, "A Head Full of Dreams" é um bom disco, o que é uma ótima notícia para os muitos fãs do grupo. Mas é também mais do mesmo e eventualmente o Coldplay corre o risco de parecer um genérico de si mesmo.
O Vídeo Oficial
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