
Reascensão Bem vinda
Por Antonio Siqueira
Poucos estilos musicais geraram tanta controvérsia como o Rock Progressivo (RP), um estilo lembrado hoje em dia pelo enorme espetáculo de palco, pelo seu fascínio por temas derivados da ficção científica, mitologia e literatura fantástica e, acima de tudo, pelo seu esforço em combinar o sentido de espaço e monumentalidade da música clássica com a energia e o poder do Rock. O seu deslumbrante virtuosismo e fascinantes espetáculos ao vivo fizeram-no bastante popular durante a década de 1970, aonde vimos bandas como King Crimson, Emerson, Lake & Palmer, Yes, Genesis, Camel, Pink Floyd e Jethro Tull trazerem uma nova profundidade e sofisticação ao Rock. Por outro lado, os críticos estigmatizaram os elaborados concertos destas bandas como auto-indulgentes e materialistas. Eles viram a tentativa de fusão rock/clássica do RP como sendo elitista, uma traição às origens populistas do Rock. Mas de uma perspectiva mais realista, o RP é mais uma expressão vital da contracultura do final da década de 1960 e durante a de 1970. No entanto, a sua característica atemporal faz com que, hoje em dia, e para além do fato de a sua capacidade criativa e produtiva estar bem abastecida, este estilo conviva sempre de mãos dadas com as suas origens e influências.