terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Os oito odiados

Título: The Hateful Eight (original)

Direção: Quentin Tarantino
Duração: 3h 7m Por Fernando Figueiredo


Em “Os oito odiados”, para fugir de uma forte tempestade de neve, o caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell) e sua prisioneira Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh)  se veem obrigados a dividir uma cabana com o misterioso Major Marquis Warren (Samuel L. Jackson), Chris Mannix (Walton Goggins), um homem que está indo assumir o posto de xerife da cidade de Red Rock. Lá, no lugar da proprietária, eles encontram mais estranhos: Bob (Demian Bichir), encarregado de cuidar do armazém enquanto ela visita a mãe, Oswaldo Mobray (Tim Roth), o vaqueiro Joe Gage (Michael Madsen), e o General Confederado Sanford Smithers (Bruce Dern). O que poderia ser o início de uma piada de mal gosto, nas mãos e palavras de Tarantino.
O começo do filme sugere se tratar de um dos meus subgêneros de western favoritos,  travessia do comboio, mas o que vemos é um longo impasse mexicano, com monólogos igualmente longos, mas não podemos esquecer que um filme de Tarantino não é um romance de Agatha Christie. Com a trilha sonora assinada por Ennio Morricone, Os 8 Odiados lembra, e muito, o primeiro filme de Tarantino, Cães de Aluguel, com a diferença de que o enredo foi transportado para o velho oeste.

No que diz respeito à estética, novamente muito semelhante a Cães de Aluguel, Tarantino mostra porque é considerado mestre da diversidade de linguagens cinematográficas, o diretor cria uma obra de forma plural, apostando nas reviravoltas, nos excessos, nos flashbacks, muita violência mas com uma boa dose de ironia.
A dificuldade em manter oito personagem em um mesmo espaço está em mantê-los ocupados, enquanto mostra dois ou três de cada vez, imagina-se o que os outros estariam fazendo logo ao lado. Mas Tarantino permanece um exímio manipulador de sensações, entregando reviravoltas que não tinha prometido e frustrando aquelas que se esperava,

No final depois que quase todos estão mortos, como era de se esperar desde o início, o que sobra é um sentimento de nostalgia, a medida que se aproxima, a muito anunciada, aposentadoria do diretor. Recomendado aos fãs incondicionais de Tarantino, e aos que estão sendo apresentados a sua genialidade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Esse filme é muito bom, deve faturar prêmios e está na minha mira para assisti-lo nesta temporada.

Mariana - Portugal

Anônimo disse...

Tarantino é genial e este filme é o melhor dele depois de "Kill Bill".

Anônimo disse...

Não é exagero dizer que Os Oito Odiados é o longa-metragem menos Quentin Tarantino de toda sua curta e consistente filmografia

Unknown disse...

Muito boa análise, uma perspectiva interessante! Uma história muito bem executada (um filme que tem que assisitr da HBO MAX ONLINE ) , interessante! A premissa do filme é simples, mas a execução é impecável. Temos algumas tomadas memoráveis e trilha sonora de primeiríssima, mas seu ponto mais forte está nos diálogos, que retratam bem o período no qual a película é situada sendo ao mesmo tempo modernos e ainda relevantes. Também há uma certa sensação claustrofóbica por não se ter para onde fugir e o fato da gravação ter boa parte sido feita em locação (ao invés de estúdio) ajuda nisso, pois percebe-se que estamos definitivamente diante de um ambiente gelado e que isso não é mera obra de computação gráfica. O elenco também está afiadíssimo, com destaque especial para Samuel L. Jackson, que pode muito bem estar diante de uma possível indicação ao Oscar, ainda que não se possa descartar nenhum dos atores para a honraria.

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