Nós somos uma triste crônica construída por amigos e inimigos
O caminho lógico |
Olhar o mundo e não encontrar nada. Como gritar para ao espaço e não ser ouvido, tampouco correspondido. O absoluto vácuo, solidão não existe, existe sim, o nada. A oração do rei, do rei posto, morto, desencarnado. Do rei que era justo e rude, que era sábio e errante. O nada é o céu, mas um céu vazio... Azul. Porém vazio.
Uma vida inteira é pouco para errar, para caminhar vazio, uma vida inteira que é um universo sem chão e, agora, sem teto. Porém, é uma vida, Acredite. Entretanto é necessário agradecer seja lá ao que for qualquer desgraça forjada pelo que aprendemos a chamar de existência. Somos concebidos, nascemos, vivemos sem saber ao certo para quê e para onde, mas nascemos e vivemos. Seja de uma puta louca ou de uma santa, mas estamos condenados a existir.
Dizia Jean Paul - Sartre do alto de sua genialidade existencialista: "_Existimos em Função do Futuro." Ora, antes de vivermos, a vida é coisa nenhuma. Atemporalidade? Pode ser. A imortalidade pela literatura, a filosofia como meio de ascender; Mas ascender ao quê? O cerne da escrita, da criação, da demanda desesperada de ideias. Mas vale a pena viver mergulhado em angústias e sofrimentos que só cessam (ou não) no coma eterno da morte?
Todos os escritos possuem um sentido, por que nunca se escreve para si mesmo e quem escreve detém para si o mundo. Mas quem escreve morre a cada dia e muito. A ausência. O fim! Aquele que escreve convive com isso, com perdas. Para ser um bom escritor é preciso sofrer e morrer muito a cada dia. Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana , os deuses deixam de poder seja o que for contra este ser livre. Porém esta liberdade chama-se morte e a morte assusta. Posso afirmar, entretanto, que esta só assusta a quem não flertou ou sentiu-a bem diante à face, diante da própria alma. E posso afirmar categoricamente que não é um fenômeno tão assustador, quando atravessamos os estágios mais dolorosos e deixamos de sentir a Dor. O alívio é o anuncio da passagem e é a sensação mais nirvânica que se pode ter.
A violência, seja qual for a maneira como se manifesta, é sempre uma derrota. A violência da vida em si contra mim, contra você e contra todos é a vitória de quem? E a derrota? A derrota já está gravada no DNA da maioria dos passantes e viventes neste orbe desajustado e vil. A traição, o desprezo, a espada, a bala que atravessa o peito, o escuro, o escarro...é tudo a mesma coisa! O alimento da maioria das almas que ocupam corpos nesta terra miserável é a maldade. Falo por mim. Alimento-me da maldade ou do amor que me dão na mesma intensidade; faço amor e faço mal com o mesmo prazer e êxtase. A natureza só é perfeita para os hipócritas que se mascaram e a reação é irmã siamesa da ação, seja ela qual for. O melhor é seguir a estrada e enfrentar o demônio mundo desprezando-o.
A misantropia não é insanidade, muito pelo contrário, é uma demonstração de bom senso quando se lida com bestas-feras à solta, agindo livremente, matando almas e corpos sob o julgo infame do livre arbítrio. Este plano terrestre foi moldado para espiação e purgatório geral. Se o espírito insiste em estar aqui, alguma coisa não vai bem. Tu és metade vítima, metade cúmplice, como todos os outros e tuas Mãos estarão Sujas. Lava-las é um simbolismo ultrapassado e ignóbil. Ridiculamente romano.
A Bíblia foi o livro mais sabotado na história da humanidade e suas crenças. O que deveria ser o referencial mais legítimo da espiritualidade, acabou sendo um elemento de indulgência vilipendiado e massacrado em sua essência pela igreja que insiste em representar Jesus de Nazaré. Porém, muitas passagens ali descritas demonstram que, de fato, o tão esperado Messias nasceu e cresceu entre os notáveis monges Essênios de Qunrã e tentou, em vão, ensinar física quântica há dois mil anos à uma humanidade que só foi considera-la quase dois mil anos depois; Lucas 21:17-19 lê-se e vivencia-se: "Todos odiarão vocês por causa do meu nome. Contudo, nenhum fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá. É perseverando que vocês obterão a vida. " Algo não deu certo. E creia-me; é tarde demais!
É chegada a hora de ser abandonado e abandonar. É chegada a hora de sorver outras lições. É chegada a hora do ceticismo, da decadência de princípios...é chegada a hora de vestir-se de vergonha, principalmente na cara, na face oculta, nos confins do inferno íntimo e pisar no chão repleto de cadáveres vivos.
Au revoir
3 comentários:
Abra seu e-mail, meu amigo.
Tudo que aí está é o retrato fiel do que vivemos.
Não consigo acessar o blogger, vai como anônimo.
abraços
Celso
Pesado isso!
A realidade, (ou seja, a verdade pura e simples) nunca foi e nunca será um fardo leve.
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