Helloooooooo !!!!!
Nos anos 70, o programa FANTÁSTICO, da Rede Globo de Televisão, já existia e preenchia as noites de domingo com entretenimento e alguma informação.
Nessa época, acredito que por volta de 1977, o programa apresentou um ancestral distante do vídeo-clip que me chamou a atenção.
Assim que pude, fui a loja de discos em busca de informações sobre o que eu tinha visto. O balconista me trouxe um álbum duplo, recém lançado no Brasil, cuja a capa, quando aberta verticalmente, ao contrário do que era usual, mostrava uma foto de um jovem artista, de longos cabelos loiros, empunhando uma guitarra.
Esse preambulo todo, é para dizer que o disco era o FRAMPTON COMES ALIVE e a guitarra, que iria se tornar legendária, era a 54's BLACK GIBSON LES PAUL.
É a história desse icônico instrumento que quero contar.
Em 1970, quando ainda fazia parte do HUMPLE PIE, Frampton usou essa guitarra em um show em San Francisco, emprestada por um músico local, chamado Mark Mariana. Frampton gostou tanto do resultado que perguntou a Mariana se ele venderia o instrumento. Mariana disse a Frampton que a guitarra não estava a venda, mas ficaria feliz em dar-lhe de presente.
A partir daí a BLACK LES PAUL tornou-se o principal instrumento do músico e ficou imortalizada na capa de seu maior sucesso.
FRAMPTON COMES ALIVE ainda hoje é o álbum-duplo, ao vivo, mais vendido da história.
Em 1980, Frampton esteve pela primeira vez no Brasil. Eu estava no seu show do ginásio do Ibirapuera-SP, e pude ver "in loco" o músico e sua Gibson atuando .
Alguns dias depois que o músico foi embora do Brasil, chegou a noticia de que um avião de carga com alguns membros de sua equipe técnica e todo seu equipamento havia caído na Venezuela. Frampton não tocaria mais seu instrumento preferido. Ele estava perdido.
Trinta anos se passaram até que, em Curaçao, um músico local levou a um luthier, chamado Donald Ballentina, uma guitarra para reparos.
Ballentina achou o modelo que lhe foi confiado muito parecido com a guitarra perdida de Frampton. Começou a investigar a procedência do instrumento e o fotografou, conseguindo que as fotos chegassem a seu suposto dono original. Frampton achou que a guitarra parecida com a sua, mas disse que não tinha como ter certeza através de fotos.
Dois anos foram necessários para que Ballentina, com a ajuda de um agente de turismo chamado Gatim Kabarra, comprasse do músico de Curaçao o instrumento.
A GIBSON, fabricante do instrumento, foi contactada para autenticar sua procedência e confirmou: O instrumento de Curaçao era a guitarra que estava no avião.
Ballentina e Kabarra viajaram até Nashville-EUA, onde vive Frampton, e graciosamente lhe devolveram a guitarra como um gesto de boa vontade e admiração
Frampton recebeu a guitarra surpreendido e emocionado. Mais de 30 anos foram necessários para que músico e instrumento estivessem novamente reunidos.
Agradecido as pessoas que trabalharam para que ele tivesse sua guitarra preferida de volta, Frampton mandou o instrumento para que que fossem feitos alguns reparos. Entretanto, pediu para que as marcas de queimaduras e arranhões não fossem retiradas. Ele queria que as "cicatrizes de batalha" permanecessem.
Ao contrário do que poderíamos imaginar, Frampton não colocou sua GIBSON numa redoma em sua casa. Depois dos reparos, ela esta na estrada com o músico, tocando seus antigos sucessos mundo afora.
Quem disse que velhos amores não podem ser recuperados.
Me and Julio down by the Schoolyard
P.S.: A coluna de hoje atende a um pedido antigo do CHEFE, Antonio Siqueira, que queria que eu contasse essa história. E pedido do Chefe é ordem ...... rs
Nos anos 70, o programa FANTÁSTICO, da Rede Globo de Televisão, já existia e preenchia as noites de domingo com entretenimento e alguma informação.
Nessa época, acredito que por volta de 1977, o programa apresentou um ancestral distante do vídeo-clip que me chamou a atenção.
Assim que pude, fui a loja de discos em busca de informações sobre o que eu tinha visto. O balconista me trouxe um álbum duplo, recém lançado no Brasil, cuja a capa, quando aberta verticalmente, ao contrário do que era usual, mostrava uma foto de um jovem artista, de longos cabelos loiros, empunhando uma guitarra.
Esse preambulo todo, é para dizer que o disco era o FRAMPTON COMES ALIVE e a guitarra, que iria se tornar legendária, era a 54's BLACK GIBSON LES PAUL.
É a história desse icônico instrumento que quero contar.
Em 1970, quando ainda fazia parte do HUMPLE PIE, Frampton usou essa guitarra em um show em San Francisco, emprestada por um músico local, chamado Mark Mariana. Frampton gostou tanto do resultado que perguntou a Mariana se ele venderia o instrumento. Mariana disse a Frampton que a guitarra não estava a venda, mas ficaria feliz em dar-lhe de presente.
A partir daí a BLACK LES PAUL tornou-se o principal instrumento do músico e ficou imortalizada na capa de seu maior sucesso.
FRAMPTON COMES ALIVE ainda hoje é o álbum-duplo, ao vivo, mais vendido da história.
Em 1980, Frampton esteve pela primeira vez no Brasil. Eu estava no seu show do ginásio do Ibirapuera-SP, e pude ver "in loco" o músico e sua Gibson atuando .
Alguns dias depois que o músico foi embora do Brasil, chegou a noticia de que um avião de carga com alguns membros de sua equipe técnica e todo seu equipamento havia caído na Venezuela. Frampton não tocaria mais seu instrumento preferido. Ele estava perdido.
Trinta anos se passaram até que, em Curaçao, um músico local levou a um luthier, chamado Donald Ballentina, uma guitarra para reparos.
Ballentina achou o modelo que lhe foi confiado muito parecido com a guitarra perdida de Frampton. Começou a investigar a procedência do instrumento e o fotografou, conseguindo que as fotos chegassem a seu suposto dono original. Frampton achou que a guitarra parecida com a sua, mas disse que não tinha como ter certeza através de fotos.
Dois anos foram necessários para que Ballentina, com a ajuda de um agente de turismo chamado Gatim Kabarra, comprasse do músico de Curaçao o instrumento.
A GIBSON, fabricante do instrumento, foi contactada para autenticar sua procedência e confirmou: O instrumento de Curaçao era a guitarra que estava no avião.
Ballentina e Kabarra viajaram até Nashville-EUA, onde vive Frampton, e graciosamente lhe devolveram a guitarra como um gesto de boa vontade e admiração
Frampton recebeu a guitarra surpreendido e emocionado. Mais de 30 anos foram necessários para que músico e instrumento estivessem novamente reunidos.
Agradecido as pessoas que trabalharam para que ele tivesse sua guitarra preferida de volta, Frampton mandou o instrumento para que que fossem feitos alguns reparos. Entretanto, pediu para que as marcas de queimaduras e arranhões não fossem retiradas. Ele queria que as "cicatrizes de batalha" permanecessem.
Ao contrário do que poderíamos imaginar, Frampton não colocou sua GIBSON numa redoma em sua casa. Depois dos reparos, ela esta na estrada com o músico, tocando seus antigos sucessos mundo afora.
Quem disse que velhos amores não podem ser recuperados.
Me and Julio down by the Schoolyard
P.S.: A coluna de hoje atende a um pedido antigo do CHEFE, Antonio Siqueira, que queria que eu contasse essa história. E pedido do Chefe é ordem ...... rs
5 comentários:
E esses amores eternos, tanto podem ser recuperados que aparece um texto enxuto e gostoso como o seu, meu amigo. Tanto pode viver em nós que o The Who está vindo para o Brasil e vai tocar aí em São Paulo, portanto...
Obrigado pela sua insuperável participação.
E Lou Reed morre!
E eu leio essa resenha e me dá um certo alivio.
Obrigado meus Amigos
Tá muito bom, Xará e esta história é do outro mundo!
Enquanto Frampton encontra sua guitarra,o Fantástico se perdeu,
Fico na crítica daquele programa, e na curtição de uma boa resenha.
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