O Samba é carioca
Por Antonio Siqueira
O maior carnaval do Brasil e do mundo |
O nome samba é, provavelmente, originário do nome angolano semba, um ritmo religioso, cujo nome significa umbigada, devido à forma como era dançado.
O primeiro registro da palavra "samba" aparece na Revista O Carapuceiro, de Pernambuco, em 3 de fevereiro de 1838, quando Frei Miguel do Sacramento Lopes Gama, escreve contra o que chamou de "samba d'almocreve". O Samba é a principal forma de música de raízes africanas surgida no Brasil.
Em meados do século 19, a palavra samba definia diferentes tipos de música introduzidas pelos escravos africanos, desde o Maranhão até o Rio de Janeiro. O samba carioca provavelmente recebeu muita influência de ritmos da Bahia, com a transferência de grande quantidade de escravos para as plantações de café no Estado do Rio, onde ganhou novos contornos, instrumentos e histórico próprio, de forma tal que, o samba moderno, como gênero musical, surgiu no início do século 20 na cidade do Rio de Janeiro (a capital brasileira de então). O Samba é carioca da gema, com todo respeito aos que imigraram para a cidade do Rio de Janeiro. O jongo da serrinha, fundiram-se ao maxixe aqui em terras fluminenses, com a malemolência e a cadência deste povo por mais de um século. Mesmo por que, muitos pesquisadores apontam para os ritmos do maxixe, do lundu e da modinha como fontes que, quando sintetizadas, deram origem ao samba moderno.
O termo "escola de samba" é originário deste período de formação do gênero. O termo foi adotado por grandes grupos de sambistas numa tentativa de ganhar aceitação para o samba e para as suas manifestações artísticas; o morro era o terreno onde o samba nascia e a "escola" dava aos músicos um senso de legitimidade e organização que permitia romper com as barreiras sociais.
Noel foi quem trouxe o samba para o asfalto e, assim, para o seio da sociedade carioca |
O samba-amaxixado , ” Pelo telefone”, de domínio público mas registrado por Donga e Mauro Almeida, é considerado o primeiro samba gravado, embora Bahiano e Ernesto Nazaré tenham gravado pela Casa Édison desde 1903. É deles o samba "A viola está magoada". Há registros também do samba "Em casa de Baiana" (1913), de autoria de Alfredo Carlos Brício. Porém ambos não fizeram muito sucesso, e foi a composição registrada por Donga que levou o gênero para além dos morros. Donga chegou a anunciar "Pelo telefone" como "tango-samba", no Jornal do Brasil de 8 de janeiro de 1917.
Nos anos trinta, um grupo de músicos liderados por Ismael Silva fundou, na vizinhança do bairro de Estácio de Sá, a primeira escola de samba, Deixa Falar. A "Deixa Falar" fez muito sucesso entre os moradores da região. Ela acabou por estimular a criação, nos anos seguintes, de outras agremiações de samba. Surgiram assim, posteriormente, as seguintes escolas de samba: Cada Ano Sai Melhor, Estação Primeira (Mangueira), Vai como Pode (Portela), Vizinha Faladeira e Para o Ano sai Melhor. Eles transformaram o gênero, dando-lhe os contornos atuais, inclusive coma introdução de novos instrumentos, como o surdo e a cuíca, para que melhor se adequasse ao desfile de carnaval. Nesta mesma época, um importante personagem foi o ponto crucial para a popularização do samba: Noel Rosa. Noel é responsável pela união do samba do morro com o do asfalto. É considerado o primeiro cronista da música popular brasileira. Nesta época, a rádio difundiu a popularidade do samba por todo o país, e com o suporte do presidente Getúlio Vargas, o samba ganhou status de "música oficial" do Brasil. É carnaval, meu povo; o samba não pode parar!
Ilustração: Cícero (caricatura de Noel Rosa)
Gleu (carnaval carioca)
Gleu (carnaval carioca)
Pelo Telefone foi o primeiro samba gravado;
com Donga e Chico Buarque de Holanda:
O belíssimo samba do GRES Unidos de Vila Isabel para 2013:
4 comentários:
Belo texto, conciso, simples, como o bairro...É a Vila chão de poesia, celeiro de bamba.
Osvaldir
Com certeza,o samba não pode parar!
Parabéns pelo texto,Toninho!
E Salve Noel!Salve a Vila Isabel!
O Brasil é e sempre será o Rio no carnaval!
Lindo, maravilhoso!
Carnaval no Rio é a historia da arte brasileira em cores vivas.
Naná
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