Conversa rápida sobre o Rock Progressivo no Brasil
Por Antonio Siqueira
Bacamarte
Bacamarte |
Banda de rock progresssivo formada em 1974 por Jane Duboc (vocal), Mario Neto (guitarra), Sergio Villarim (teclados), Marcus Moura (flauta e acordeon), Delto Simas (contrabaixo), Marco Veríssimo (bateria) e Mr. Paul (percussão). Em 1977 chegaram a participar do programa Rock Concert, da Rede Globo de Televisão, e chamaram a atenção da gravadora CBS, gravando uma fita que não chegou a sair em disco, mas em compensação foi muito bem divulgada pela Fluminense FM a partir de 1982. O Bacamarte lançou um LP independente (Depois Do Fim, Som Arte, 1983), e se desfez em 1984.
Recentemente, a banda promoveu um revival com sua vocalista original, Jane Duboc, em 22 de setembro último no Theatro Rival BR, Rio de Janeiro.
Bixo da Seda
Bixo da Seda |
Som Nosso de Cada Dia
Grupo de rock que, a exemplo do Casa das Máquinas, foi formado por um integrante dos Incríveis, no caso o tecladista e saxofonista Manito. O grupo surgiu em 1970 com o nome Cabala, com Pedrão (contrabaixo) e Pedrinho (bateria); em 1973 adotou o nome O Som Nosso de Cada Dia. Em 1974 gravaram um LP, Snegs, para a Continental; nesse mesmo ano fizeram a abertura dos shows de Alice Cooper no Brasil. Ainda em 1974, Manito saiu do grupo para substituir Arnaldo Baptista, que havia saído dos Mutantes, e o Som Nosso de Cada Dia mudou de nome (para simplesmente Som Nosso), formação (entraram Egydio Condé, ex-Moto Perpétuo, na guitarra, e Tuca, teclados) e estilo, tornando-se um grupo de funk-disco-rock e dos melhores; gravaram um LP (sem título, CBS, 1977) onde se destacaram "Pra Swingar" e "Francine", e encerraram a carreira ainda em 1977. Em 1993, a versão progressiva do grupo, com Manito, Pedrão e Pedrinho, se reuniu para gravar uma adaptação da "Protofonia" da ópera II Guarany de Carlos Gomes, especialmente para a reedição de Snegs pelo selo Progressive Rock Worldwide. De lá para cá Manito voltou para os Incríveis (chegando a sair novamente) e Pedrinho tocou com vários artistas até falecer nos anos 1990.
Som Imaginário
Som Imaginário |
Retorna no começo deste ano de 2012 pelas mãos da produtora "Um Trem Para o Sonho" da competente Margareth Reali, amiga deste Blog.
O Terço
O Terço |
O Terço continua fazendo concertos periodicamente desde 2008 para divulgação do DVD e pretende ainda lançar um disco de estúdio com músicas inéditas, sem previsão para gravação e lançamento. A banda ainda faz shows pelo Brasil quando a agenda de seus integrantes da formação original, permite.
Irinéa Ribeiro, viúva do baterista Luiz Moreno, está escrevendo um livro sobre a fase de O Terço em que seu marido tocou na banda.
Quaterna Réquiem
Banda brasileira Quaterna Réquiem pode ser apontada como um dos grandes valores mundiais do rock progressivo nos anos 90. Formado em 1986, no Rio de Janeiro, a partir das cinzas do grupo Vitral (que incluia os "cabeças" do Quaterna, os irmãos Elisa e Claudio), dissolvido, entre outros motivos, pela saída de Wiermann (instrumentista profissional) para uma série de concertos pelo país, o primeiro Quaterna Réquiem com Dantas e alguns outros membros da formação do LP, apresenta-se exatas duas vezes antes de também debandar. O som do grupo, na época, era bem mais primitivo do que o que seria conhecido no futuro. Com ofim da série de concertos, Wiermann retorna ao Rio e, junto com o irmão Dantas, ressuscita a idéia de uma banda de rock progressivo. O ano, 1987. (Re)nascia o Quaterna Réquiem.
Após vários shows e algum entra-e-sai na formação (agora com Wiermann, Dantas, o violinista Kleber Vogel, o guitarristas Jones junior e o baixista Marco Lauria), a banda lança, em 1990, o LP "Velha Gravura", reeditado em 1993, em Cd, com duas faixas extras. Apesar do sucesso junto ao público do gênero, o Quaterna passaria por profundas mudanças no ano seguinte. Júnior deixa a banda no final de 1991 e é substituído pelo guitarrista Saulo. Com esse "line-up", a banda dá seu mais famoso show (22 de fevereiro de 1992, no MAM do Rio) antes da saída de Vogel. O violinista, junto com Júnior, daria início à banda progressiva Kaizen (lançado em CD em fins de 1994).
Nova fase para o carioca Quaterna Réquiem: o novo guitarrista Saulo convoca um amigo, o baixista Álvaro Seabra, para o grupo. Essa nova formação não dura mais que alguns meses e cerca de cinco ou seis shows (com muitos trabalhos novos). O Quaterna estava de volta ao início da estrada, ou seja, reduzido aos irmãos Elisa e Cláudio. Mas isso não seria, como chegou a circular, o fim do conjunto. A banda resiste com apenas dois membros e mais dois (excelentes) músicos convidados, o baixista Fábio Fernandez e o guitarrista Roberto Crivano, ambos da banda progressiva Agne Luz (também do Rio). Essa formação daria um show em 1993, no SESC da cidade de Três Rios e lançaria, em 1994, seu segundo trabalho, intitulado "Quasímodo", que reafirma o Quaterna como principal banda progressiva brasileira em atividade. A temporada de divulgação deste novo disco ocuparia várias semanas de shows nos Teatro João Teotônio, em 1994. Feliz de quem conferiu.
Em 1997 a banda se apresentaria no Rio Art Rock Festival, abrindo para a banda sueca Par Lindh Project, onde apresenta músicas de um novo trabalho a ser lançado, além de contar com a participação especial de Kléber Vogel em uma música e Fred Fontes no baixo, substituindo Fábio. Deste show, lançam o CD Livre em 2000. Para surpresa de todos, a banda anuncia volta de Kléber Vogel para o Quaterna em 2002. Em 2003, Kléber e Wiermann lançam o CD À Mão Livre. Nele há uma música inédita do Quaterna Réquiem.
*Eles sobrevivem e estão aí, melhor do que nunca:
Quaterna Réquiem - Live
BACAMARTE - LIVE AT TEATRO RIVAL (09/22/2012) - ULTIMO ENTARDECER
O Terço - 1974
* Uma boa leitura e audição a todos....
6 comentários:
E aqui fez-se um dos melhores progs do mundo!
Que bom assistir estes vídeos com Bacamarte de volta com Duboc e o excepcional Quaterna!
Obrigado, ARTE VITAL!
Martha
Matéria bárbara!
1974 é a grande trilha do progressivo nacional!
Pena que seu criador seja uma pessoa tão antipática e babaca. Mas é assim mesmo.
Bacamarte, O Som Nosso..., ai ai, que cardápio!
Day - Colonia - GER
Saudades desses monstros da musica nacional.
Sempre trazendo de uma maneira ímpar,inteligente e direta,informações importantes,e não só sobre música.
Texto impecável.
Parabéns,mais uma vez!
Sua eterna admiradora.
Bom saber que existe um espaço em que se possa saber do que se passa na nossa musica. Valeu!
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