por Antônio Siqueira
Um dos mais inventivos escritores do século XX, James Joyce publicou Ulisses, um ponto de inflexão na história da literatura, em 1922. Dominando como poucos escritores o uso do monólogo interior, Joyce criou, em sua obra-prima, o monólogo de Molly Bloom, um exemplo perfeito desta técnica que tenta reproduzir a linguagem inconsciente de um personagem.
“(...) então sim pedi com os olhos que voltasse a me pedir e então me pediu e eu queria dizer sim minha flor da montanha e primeiro abracei-o e o trouxe para cima de mim para que pudesse sentir meus seios todos os perfumes sim e o coração que batia igual um louco e sim eu disse sim quero. Sim.” (Trecho de Ulysses)
Embora Joyce tenha vivido fora de seu país natal pela maior parte da vida adulta, suas experiências irlandesas são essenciais para sua obra e fornecem-lhe toda a ambientação e muito da temática. Seu universo ficcional enraíza-se fortemente em Dublin e reflete sua vida familiar e eventos, amizades e inimizades dos tempos de escola e faculdade. Desta forma, ele é ao mesmo tempo um dos mais cosmopolitas e um dos mais particularistas dos autores modernistas de língua inglesa.
JAMES JOYCE (1882-1941), romancista e poeta irlandês cujas perspicácia psicológica e inovadoras técnicas literárias converteram-no em um dos mais importantes escritores do século XX.
Depois do seu primeiro livro de poemas, Música de câmara (1907), e do livro de contos Dublinenses (1914), publicou o romance Retrato do artista quando jovem (1916), quase autobiográfico e no qual utilizou amplamente o monólogo interior.
Alcançou fama mundial em 1922, com a publicação de Ulisses, romance considerado um ponto de inflexão na literatura universal.
Finnegans wake (1939), sua última e mais complexa obra, constitui uma experiência de linguagem que abrange várias línguas. Postumamente, foi lançado, entre outros, Stephen hero (1944), primeira versão de Retrato do artista quando jovem. Em 1968, seu biógrafo, Richard Ellman, publicou um original inédito, Giácomo, obra pequena considerada o antecedente de Ulisses.
Conheci outro genio literário: Fernando Toledo. Acho que um dos poucos seres capazes de decifrar os truques literários do inventivo e excepcional escritor Irlandês. Fernando faleceu a 3 anos e, em póstuma homenagem, chegou a ser cremado com o seu inseparável Ulisses. Tema de muitos debates acirradamente interessantes em nossas longas noitadas filosofais.
Joyce morreu no inverno de 1941, pobre, bêbado e doente num subúrbio de Londres e sua obra atravessou o século XX incólume e se perpetuará por outros tempos, enquanto a ignorãncia dos homens perdurar.
Principais Obras
Música de câmara 1907 Poemas de amor
Dublinenses 1914 Contos
Retrato do artista quando jovem 1916 Romance
Exílios 1918 Peça teatral
Ulysses 1922 Romance
Pomes Penyeach 1927 Poemas
Collected Poems 1936 Poemas
Finnegans Wake 1939 Romance
Imagem: news.minnesota.publicradio.org
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