Ouvir boa música é uma questão de boa vontade.

Coisa boa... Muito boa

Há exatos 6 anos, recebí um telefonema do meu grande amigo, poeta e escritor Ailton Araújo. Ele estava no seu carro, na Rio-Santos delirando com o cd de uma linda mocinha de voz aveludada e afinação sublíme; Bruna Caram. Procurei, ávido por informações, no Youtube; ouvi, viajei e me apaixonei pelo som da notável jovem. Na época bradei: "parece que nem tudo está perdido". Mas como bem frisou minha querida amiga, Silvinha Lemos em seu comentário num artigo antigo, foquei mesmo o trabalho incansável da mídia para destruir de uma vez a nossa cultura musical.

Bons tempos em que se jogavam aos Leões aqueles indivíduos inescrupulosos, cujos os crimes causavam traumas profundos à gerações e gerações. Aqui se cometem verdadeiras barbáries sócio-culturais, meu amigo leitor! Nem sei se cabe a ressalva, Mas ... ao menos, pretendo aqui, salvar alguma coisa.

É com prazer que posto aqui o vídeo da canção "Palavras do Coração" desta pérola da musica independente:

Bruna Caram - "Palavras do Coração"




"Dia a dia o sol invade a nossa a casa, a magia ronda a sala.
Eu preparo um jardim de novidades e você pinta nas paredes da nossa casa o sonho e a dança da vida...
A poesia faz de conta que o universo não é infinito,
Mas que o teu sorriso sim;
Este atravessava o espaço do beijo que preparo para te dar antes de dormir.
A felicidade deve ser assim. ♥"

(Antonio Siqueira)
pra Marcinha ... :))

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Aumenta que isso aí é Celso Blues Boy

 O último bluesman do Brasil 
   Por Antonio Siqueira

Celso e a sua inseparável Fender white and black

E o cigarro matou Celso Blues boy, como aliás, ainda vai matar muita gente. Só que, muitas vezes, morrem gênios e estes são insubstituíveis.... E um bluseiro vascaíno é alguém insubstituível!

     Celso começou cedo, quando ainda aos 17 anos integrou a banda que acompanhava Raul Seixas, na década de 70. Nos anos 80, quando a rádio Fluminense ajudava a propagar o rock brasileiro, o branco de voz rouca e sempre empunhando uma Fender Stratocaster, tal qual o ‘Deus’ Eric Clapton, tornou-se conhecido e ganhou espaço nos programas de auditório. O primeiro álbum solo, ‘Som na Guitarra’ (1984), transformou Blues Boy no pai do gênero no Brasil, apesar de ser um rock a faixa mais tocada desse período (‘Aumenta que Isso Aí e Rock’n’Roll’).

     Nos anos 1990, tentou a carreira internacional, e vem daí a realização de um sonho do músico. Como desejam absolutamente todos os músicos que um dia se aventuraram no blues, Celso Blues Boy gravou ‘Mississipi’ com BB King – um blues com a mítica e incansavelmente repetida lenda do bluesman que vende a alma ao diabo. A faixa integrou o LP ‘Indiana Blues’, de 1995. Naquele ano Blues Boy se apresentou no Festival de Montreaux, na Suíça, onde, além de participar da programação oficial, tocou com músicos da banda de James Brown e artistas da música instrumental de outros cantos do planeta, reunidos em canjas no The Duke’s, ponto de encontro das atrações do evento.

     Tal como na lenda do bluesman que vende a alma ao diabo, um artista de blues no Brasil não faz fortuna. E, recentemente, com a nova ordem do mercado fonográfico, com vendas em queda e pirataria a todo vapor, a saída para músicos fora das paradas de sucesso são os shows em sequência. Na última década, apesar de a produção de novas canções ter caído de ritmo, Blues Boy mantinha o ritmo de viagens e apresentações em festivais, casas de show e bares onde o rock e o blues são cultuados. O último álbum de inéditas foi gravado em 2011 (‘Por um Monte de Cerveja’). Vai deixar saudades e um vazio definitivo no que era o blues no Brasil.


Celso Blues Boy - Amor Vazio

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