sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

DEIXA ARDER!

Bares e restaurantes voltarão a ter música ao vivo em Contagem MG

Por Ralph Assé
Estado de Minas

protesto









Em uma nova decisão, tomada nesta quinta-feira (10), a Prefeitura de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, voltou a permitir música ao vivo nos bares e restaurantes da cidade.

Segundo o município, o novo decreto de flexibilização com informações mais detalhadas será publicado nesta sexta-feira (11), no Diário Oficial.

Por volta das 15h desta quinta, músicos protestaram em frente à sede da prefeitura, na Praça Tancredo Neves, contra o último decreto publicado pelo executivo municipal, nessa terça-feira (8).

A assessoria de comunicação da prefeitura informou que a decisão de “voltar atrás” não foi pelo protesto que os músicos fizeram e sim “por ajustes de condições sanitárias”. Disse ainda que “a prefeitura é muito aberta ao diálogo e que atendeu aos pedidos dos músicos após perceberem que tal ação de retornar com a música ao vivo era possível, seguindo as medidas de segurança sanitária contra a COVID-19”.

 
INSASTIFAÇÃO DOS MÚSICOS

Durante o protesto, France César, músico e um dos organizadores do protesto, disse que os músicos “são profissionais que sustentam suas famílias, pagam impostos, fomentam a cultura e movimentam uma grande quantidade de dinheiro para a cidade, através do entretenimento.”

Alegou ainda que a música não é a grande responsável pela transmissão do coronavírus, visto que shoppings, lojas e transportes públicos estão sempre lotados. 


ÚLTIMO DECRETO

O Decreto 1.929, que foi publicado na última terça-feira (8), limita o funcionamento de bares e restaurantes, além de suspender as atividades em cinemas, teatros, boates, casas de shows e de festas, salões de dança, clubes, museus, centros culturais e bibliotecas. 

Ao contrário de BH, que proibiu o consumo de bebidas alcoólicas, Contagem não impediu. O que causou revolta nos comerciantes foi o fato do decreto proibir música ao vivo nos estabelecimentos.

De acordo com a prefeitura, as medidas foram necessárias para conter o avanço da COVID-19 na cidade. O aumento dos casos confirmados de coronavírus foi de 75% na comparação entre as duas últimas quinzenas.

Os estabelecimentos que descumprirem as antigas e novas regras impostas pela prefeitura, poderão ser multados ou interditados pela fiscalização.


*Transcrita do Jornal Estado de Minas

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Autoajuda - Autodestruição


A autoajuda matou a literatura no Brasil e a culpa é das editoras

Por Edson Aran































O Twitter é a rede social mais tóxica que existe. Antigamente era um lugar legal onde as pessoas
publicavam aforismos e haikais. Hoje é só cancelamento e agressão. Comentei outro dia no Twitter reportagem do “Estadão” sobre a lista de livros mais vendidos no Brasil. É só autoajuda de cima abaixo. Escrevi: “O país de Machado de Assis virou um deserto de homens e ideias. E a culpa é das editoras”.

Foi o que bastou para quatro dias de ofensas e discussões. Alguns argumentaram que a culpa não é das editoras, mas sim da sociedade, o que me lembrou um antigo esquete do Monty Python. Policiais invadem uma casa em busca de um assassino e o cara confessa: “Fui eu que matei, mas a culpa é da sociedade!”. E o policial responde: “Muito bem, prendam a sociedade!”. Todos os personagens são presos, menos o criminoso.

Culpar a sociedade é sinônimo para “o problema não é meu”. Editoras precisam fazer dinheiro, eu entendo. Mas o livro de autoajuda não forma leitores. O cara que leva pra casa o fabuloso “Fique bilionário apenas com o poder da mente” não vai comprar nenhum livro depois desse. Se funcionar, ele pode sair por aí ostentando fortuna e ignorância. Se não funcionar, ele vai achar que livro não serve para nada além de calço pra mesa bamba.

O que forma leitores é literatura. E uma editora deveria se preocupar com isso além de apenas fechar o caixa. Naturalmente, não adianta apenas publicar o jovem ficcionista talentoso no meio de um monte de tranqueiras e deixar por isso mesmo. Livro é um produto como qualquer outro e precisa de marketing e exposição para vender.  

Ninguém vai bater na porta do editor e dizer: “Bom dia, senhor editor, acabo de criar o novo Harry Potter que vai deixar o senhor bilionário da noite pro dia, topa publicar?”

Para surgir um novo Harry Potter é preciso publicar ficção regularmente e formar público leitor. Assim as chances de um sucesso aumentam. Antes de J. K. Rowling, o Reino Unido já tinha Neil Gaiman, Terry Pratchett, Douglas Adams, Alan Moore, só pra citar alguns escritores da mesma vertente. Agora, se você não publica (e não marqueteia) porque é mais fácil ganhar dinheiro com o fabuloso “Fique bilionário apenas com o poder da mente”, nunca haverá um Harry Potter. Simples assim.

Há muito tempo, quando eu era um jovem idealista, assisti a uma palestra de um editor da extinta Abril Jovem no Curso Abril de Jornalismo. Perguntei a ele porque a editora não investia em produção nacional e preferia publicar o Homem-Aranha. Ele respondeu: “Por que nada me garante que o Zé-das-Couves-Man vai vender mais que o Homem-Aranha, que eu sei que vende!”.

Eu poderia ter respondido com algum aforismo genial, mas eu era jovem e tonto. E, pior ainda, eu precisava desesperadamente daquele emprego. Mas o fato é que, quando criou o Homem-Aranha, Stan Lee também não tinha garantia alguma. Em várias entrevistas ele contou que as pessoas diziam “não vai dar certo, todo mundo tem medo de aranha…”

Hoje o Marvel Studios é o setor cinematográfico mais lucrativo da Disney.

Autoajuda faz caixa, mas não faz futuro. E as editoras deveriam pensar nisso se pretendem continuar a ganhar dinheiro vendendo livros.  


terça-feira, 28 de julho de 2020

Todas as músicas do Led Zeppelin em ordem cronológica




Por Jéssica Chiareli


Image@artevitalBlog















O guitarrista Jimmy Page, o vocalista Robert Plant, o baixista John Paul Jones e o baterista John Bonham se juntaram em Londres, em 1968, para formar uma banda de rock, que recebeu o nome de Led Zeppelin. Inicialmente, o som não agradou os críticos, mas o sucesso comercial não demorou. Em 1969, o álbum “Led Zeppelin” alcançou um número significativo de vendas, que aumentou exponencialmente nos anos seguintes, com os lançamentos de “Led Zeppelin II” (1969), “Led Zeppelin III” (1970), “Houses of the Holy” (1973), “Physical Graffiti” (1975) e, finalmente, “Stairway to Heaven” (1971) —, considerado um dos discos mais influentes da história do rock.

Em 1979, a morte de John Bonham abalou o grupo, que decidiu se dissolver. No entanto, os membros remanescentes continuaram se reunindo em algumas ocasiões, e novos discos foram lançados nas décadas seguintes. O estilo único da banda, enraizado no blues e com influências do folk e do psicodélico, somado ao som pesado da guitarra, fez com que Led Zeppelin fosse considerado a 14ª banda mais influente de todos os tempos pela revista “Rolling Stone”. Além disso, o grupo frequentemente é apontado como fundador do heavy metal. Para relembrar a trajetória do Led Zeppelin, a Bula reuniu todas as suas 92 músicas em uma playlist no Spotify. Para ouvi-la, é necessário possuir registro e realizar login. O serviço possui opção de assinatura gratuita.



Clique no link para ouvir: todas as músicas do Led Zeppelin em ordem cronológica




Babe I’m Gonna Leave You (1969)
Black Mountain Side (1969)
Bring It On Home (1969)
Communication Breakdown (1969)
Dazed and Confused (1969)
Good Times Bad Times (1969)
Heartbreaker (1969)
How Many More Times (1969)
I Can’t Quit You Baby (1969)
Living Loving Main (She’s Just a Woman) (1969)
Moby Dick (1969)
Ramble On (1969)
Thank You (1969)
The Lemon Song (1969)
What Is and What Should Never Be (1969)
Whole Lotta Love (1969)
You Shook Me (1969)
Your Time Is Gonna Come (1969)
Bron-Y-Aur Stomp (1970)
Carouselambra (1970)
Celebration Day (1970)
Friends (1970)
Gallows Pole (1970)
Hats Off to (Roy) Harper (1970)
Hey Hey What Can I Do (1970)
Immigrant Song (1970)
Out on the Tiles (1970)
Since I’ve Been Loving You (1970)
Tangerine (1970)
That’s the Way (1970)
Black Dog (1971)
Four Sticks (1971)
Going to California (1971)
Misty Mountain Hop (1971)
Rock and Roll (1971)
Stairway to Heaven (1971)
The Battle of Evermore (1971)
When the Levee Breaks (1971)
D’Yer Mak’er (1973)
Dancing Days (1973)
No Quarter (1973)
Over the Hills and Far Away (1973)
The Crunge (1973)
The Ocean (1973)
The Rain Song (1973)
The Song Remains the Same (1973)
Custard Pie (1975)
Black Country Woman (1975)
Boogie with Stu (1975)
Bron-Yr-Aur (1975)
Down by the Seaside (1975)
In My Time of Dying (1975)
In The Light (1975)
Kashmir (1975)
Houses of the Holy (1975)
Night Flight (1975)
Sick Again (1975)
Ten Years Gone (1975)
The Rover (1975)
The Wanton Song (1975)
Trampled Under Foot (1975)
Achilles Last Stand (1976)
Candy Store Rock (1976)
For Your Life (1976)
Hots On for Nowhere (1976)
Nobody’s Fault but Mine (1976)
Royal Orleans (1976)
Tea for One (1976)
All My Love (1979)
I’m Gonna Crawl (1979)
Fool in the Rain (1979)
Hot Dog (1979)
In The Evening (1979)
South Bound Suarez (1979)
Bonzo’s Montreux (1982)
Darlene (1982)
Ozone Baby (1982)
Poor Tom (1982)
Walter’s Walk (1982)
We’re Gonna Groove (1982)
Wearing and Tearing (1982)
Travelling Riverside Blues (1990)
White Summer/Black Mountain Side (1990)
Baby Come On Home (1993)
Somethin’ Else (1997)
The Girl I Love She Got Long Black Wavy Hair (1997)
C’mon Everybody (2003)
LA Drone (2003)
Bathroom Sound (2014)
Jennings Farm Blues (2014)
Key to the Highway/Trouble in Mind (2014)
La La (2014)



domingo, 26 de julho de 2020

Um Poema Ainda Existe



Só Acato A Liberdade
Neste Obscuro Mundo Que Não Me Pertence
Ao Qual Não Pertenço



@ArteVital


A Verdade É Que Não Há Liberdade
Sem A Luz Viva Da Justiça
Sem A Estrela Multicolorida Da Igualdade 

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Contra o Vírus do Imbecilismo


'O Vírus' de Luiz Guima tem auxílio luxuoso de Ives Pierini e Christian Pierini em formato de clipe que se tornou símbolo da quarentena.

Por Antonio Siqueira



Christian Pierini, ives Pierini  e Luiz Guima: O Vírus


“O Vírus” de Luiz Guima, além de excelente rock de resistência e manifestação contra os desmandos governamentais e, sobretudo, sociais neste momento delicado para a sociedade, provocado pelo novo coranavírus (Covid-19), teve o auxílio luxuoso dos irmãos Ives Pierini e Christian Pierini, o coração da Banda Black Dog Brazil. Em tempos de pandemia e controvérsias acerca do isolamento social, Guima sacou com o seu já conhecido talento autoral, o mote perfeito para este single, arranjado com competência por Ives e Christian; estrelas reluzentes de uma geração de multi instrumentistas virtuosamente criativos.



Black Dog Brazil: 25 anos de estrada




















Desde 1995 no circuito musical carioca, a Black Dog Brazil é a mais conceituada banda de cover da banda Led Zeppelin do Brasil e possui na quallidade instrumental de seus integrantes, o seu ponto alto nestes 25 anos de estrada. Os irmãos Ives Pierini (contrabaixo) e Christian Pierini (bateria) unem seus talentos a Daniel Lamas (guitarras e teclados) e Fernando Barreto (guitarras e vocal). Ives, além do Baixo Excelência que pilota, toca uma infinidade de outros instrumentos, unindo suas influências mais profundas com gêneros complexos da primeira arte. Não obstante, Christian absorve e desenvolve seu som nas mesmas praias. Além de ser exímio guitarrista, Christian Pierini toca uma bateria que advém do mais fiel Rock'n Roll. Os dois cavaleiros do Rock, são competentes produtores culturais e movimentam a Lona Cultural Elza Osborne, liderados pelo pai e Diretor, grande pioneiro das Lonas Culturais Cariocas, Ives Macena.


Luiz Guima
 












Luiz Guima é um dos tesouros criativos   que surgiram no Campo Grande,
Zona Oeste do Rio, entre os anos 1970 e 1980. No Dicionário Cravo Albin da Musica Popular Brasileira, Guima é apresentado com riqueza   detalhes:
No ano de 2011 lançou o CD   "Luiz Guima", no qual contou com   várias participações especiais,   destacando-se Camila Costa na faixa   "Circular" (c/ Camila Costa); o rapper   Rashid em "Hora de acordar"; Bruno   Maia na faixa "Dá uma vaga" (c/ G. China, Divino e Bruno Maia); Gê Paraíso em "De verdade"; Elymar Santos em "O moleque taí pela cidade"; Rodrigo Carioca em "Gogó de ouro"; Grupo Nossas Raízes em "Fogo no candeero" (c/ Edinho Queiroz);  Sociedade do Samba na faixa "Dona de mim" (c/ Toninho Branco); Weber Werneck nas faixas "No gargarejo", "O moleque taí pela cidade", "Passarela da vida" e "Bonito demais" (c/ Aladim Teixeira); Rita Rios nas composições “Muito afim”, "Arrebentação" e "Aeroplano" (c/ Edinho Queiroz); Edinho Queiroz na músicas "Janaína" e "Quer eu dou", parceria com Márcio Miranda e Edinho Queiroz. Em 2017 lançou o segundo disco solo intitulado "Luiz Guima", no qual interpretou suas composições inéditas "Batucaê", "Qual é?!", "No ato", "Na noite da Lapa", "Quer saber", "Arrebentação", "Esse desejo", "Janaína", "Navalha do destino", "Outra identidade", "Tarde cai", "Virando a página" e "Pacífico guerreiro". No disco contou com as participações especiais de Gilson Peranzzetta, Paulão Sete Cordas e Serginho Trombone.

Campo Grande RJ é, o que podemos chamar, o nascedouro e criadouro de grandes talentos da música popular brasileira contemporânea, do Teatro e das Artes Plásticas e Áudio Visuais. Mas conta apenas com o Teatro de Arena Elza Osborne para levar cultura à sua população que, atualmente, sofre com a carência de todo tipo de apoio e projetos para que este cenário desértico se modifique. A Lona Cultural Elza Osborne, caminha com dificuldades e graças a seu gestor, Ives Macena, mantém-se firme nestas quase 3 décadas enriquecendo o universo cultural da região e da cidade.

Neste período nefasto de pandemia, a Lona tem promovido Lives toda quinta-feira. O projeto “Live in Lona” é uma realidade e já está na sua sexta semana. O publico pode contribuir através do número conta corrente que aparece durante os shows. Lembrando que os governos federal e estadual não têm a noção e a sensibilidade para compreender que quem faz a trilha sonora de nossas vidas e quem colabora nos bastidores para que esta dádiva aconteça, não é porteiro do seu prédio, o motorista do ônibus que te conduz tampouco o advogado que te defende ou tenta te defender. São os artistas! E estes artistas estão acorrentados pelo isolamento social.



"O Vírus"


O VÍRUS
Autor: Luiz Guima

Ives Pierini: Baixo e Guitarra solo
Christian Pierini: Bateria e guitarra
Luiz Guima: Violão fleter e voz

Copyright ©: Todos os direitos reservados aos autores da obra ®

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Pink Floyd Full

Todas as músicas do Pink Floyd em ordem cronológica


Pink Floyd 











O site especializado em cultura Open Culture publicou uma playlist no Spotify que reúne o acervo completo da banda de rock Pink Floyd. Ao todo, são 209 músicas organizadas em ordem cronológica: de “Astronomy Domine” (1967) a “Nervana” (2014). As canções, oriundas de álbuns gravados em estúdio e ao vivo, contabilizam mais de 17 horas ininterruptas. Para ouvir a lista de reprodução é necessário ter registro no Spotify.
A banda britânica foi formada em 1965, em Londres, pelos estudantes Syd Barrett, Nick Mason, Roger Waters e Richard Wright. Com letras filosóficas e melodias psicodélicas, eles rapidamente se tornaram conhecidos no cenário underground londrino. Já no álbum de estreia, lançado em 1967, o grupo conseguiu emplacar hits de sucesso. No mesmo ano, Barrett se desligou da banda, substituído por David Gilmour.
Nos anos seguintes, a banda consolidou ainda mais o sucesso, lançando quatro álbuns ovacionados pelo público e pela crítica: “The Dark Side of the Moon” (1973), “Wish You Were Here” (1975), “Animals” (1977) e “The Wall” (1979). Em 1979, houve outra mudança de formação com a expulsão de Wright. Em 1985, Water também se desligou do grupo. Apesar das mudanças, a banda continuou com shows até o início dos anos 1990, quando foi definitivamente dissolvida.
Desde então, os membros se reuniram em poucas ocasiões, como em algumas edições do show beneficente Live 8. O último álbum, “The Endless River”, foi lançado em 2014. Ele foi produzido a partir de sessões excluídas do último álbum, “The Division Bell”, que contém contribuições do tecladista e compositor Richard Wright, falecido em 2008 vítima de um câncer.


Clique aqui para ouvir Todas as músicas do Pink Floyd em ordem cronológica

PINK FLOYD BBC 1 1967 Astronomy Domine Unedited



Rare & unedited BBC 1 footage.
Crystal clear video.Nice resolution.
Pink Floyd Live on BBC 1 1967.
Doing Astronomy Domine.
Interviewer/Host Hans Keller.
Hans Keller interviews Roger and Syd

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Sister Rosetta: Ela inventou o rock

Por Antonio Siqueira


Sister Rosetta Tharpe, a rainha do rock and roll















Poucos sabem, tampouco sabem seu nome, sobretudo que foi uma mulher; negra, repleta de suingue, nascida em 1915, sem ela não existiria o rock como ele é e conhecemos hoje. Nascida no começo do século XX numa pequeno condado do Arkansas, Sister Tharpe Rosetta cresceu nos campos de plantio de algodão e teve influencia da espiritualidade Batista, igreja que frequentava com a sua família.

Aos seis 6 de idade, assumiu o piano do coral da igreja e começou a mostrar os trejeitos que marcariam sua carreira como artista: uma voz potente, ousadia no palco e muita habilidade ao tocar. Com o passar do tempo, ela assumiu a guitarra como seu instrumento favorito e logo começou a ser sondada por gravadoras.

Em 1938, ela gravou suas primeiras músicas para a Decca Records, com o apoio da orquestra de jazz de Lucky Millinder. “Rock Me”, uma canção gospel, se tornou um hit pela mistura de ritmos. E, ainda que a ousadia de Rosetta não tenha conquistado o público evangélico, ela alcançou grande popularidade na década de 1940 e conseguiu um feito inédito: colocar músicas religiosas no top 10 da Billboard.

Rosetta já mostrava o poder de uma guitarra nos anos 30

Como uma mulher negra, suas conquistas eram impensáveis em um Estados Unidos segregacionista. Mas, ela também não teve medo de confrontar os preconceituosos. Na década de 1950, ela saiu em turnê com os The Jordanaires, composta apenas por músicos brancos, a mesma banda que mais tarde trabalharia com Elvis Presley.

Aos poucos, a fama de Rosetta foi ofuscada pela ascensão daqueles influenciados por ela. Antes de encerrar de vez suas apresentações, em 1970, a cantora ainda se aventurou pelo blues e participou de algumas turnês pela Europa. Sister Rosetta Tharpe morreu em 1973, vítima de um derrame. Em 2018 ela foi reconhecida pelo Hall da Fama do Rock ‘n’ Roll.

Para os que desejam conhecer um pouco mais sobre essa mulher afro-americana revolucionária, conhecida como a “madrinha do rock”, a Revista Bula disponibiliza abaixo uma playlist do Spotify, com 23 canções de Sister Rosetta. Para ouvi-la, é necessário possuir cadastro no aplicativo e realizar login. Há opção de assinatura gratuita.


Clique no link para ouvir: A mulher que inventou o rock




Sister Rosetta Tharpe (1960)




terça-feira, 7 de julho de 2020

A Quarentena do Bom Rock'n Roll


Músicos de Campo Grande RJ unem seus talentos para diminuir os efeitos do isolamento social


Por Antonio Siqueira


Raphael Gonçalves bateria, Ives Pierini-baixo/vocais Luiz Cláudio Bass - Baixo/vocais e Fernando Matoso guitarras

















A pandemia de COrona VIrus Disease 19 (coronavírus 2019-2020) impactou de forma significativa a indústria musical, causando efeitos em diferentes segmentos artísticos. Vários eventos, como festivais de música, shows de turnês e premiações foram adiados ou cancelados. E essa série de eventos catastróficos para a economia no país e no planeta como um todo, atingiu principalmente os artistas independentes.

O isolamento social forçado por uma pandemia é novidade para três gerações predominantes na comunidade mundial. Nunca houve, do primeiro quarto do século passado até os tempos atuais, algo desta natureza; uma quarentena de incertezas e medos diante de um inimigo que não te olha nos olhos. Sem poder sair de seu isolamento, os indivíduos necessitam de algo que não os possibilitem remoer o passado e sofrer por um futuro incerto.  Motivações pesadas para a depressão, dispositivos fortes para desencadear essas doenças psíquicas. A neurociência explica que a música potencializa as funções neurais do Sistema Nervoso Central, e aumenta a potência das sinapses, formando novas conexões. E os bons músicos, principalmente os que vivem da primeira arte, se uniram desde o começo desta crise sanitária para diminuir esse estresse e continuar trabalhando.

Luiz Claudio Bass (baixo e vocal), Fernando Matoso (guitarra), Ives Pierini (multi-instrumentista, baixista da banda Black Dog Brazil e vocal), e Raphael Gonçalves (bateria), músicos de uma geração de notáveis de Campo Grande, bairro da zona oeste carioca e criadouro de excelentes artistas, resolveram juntar suas estruturas caseiras e nos brindar com um belo revival do bom rock dos anos 1980, resgatando canções do Grupo Titãs que são atemporais. Neste post, o Arte Vital Blog publica os dois primeiros vídeos desta turma de notáveis da Zona Oeste. Com Raphael Gonçalves - bateria, Fernando Mattoso - Guitarras, Luiz Cláudio Bass - Baixo, vocais e Ives Pierini, Vocal, Baixo e Edição


O PULSO







DESORDEM






Se puder, fique em casa


domingo, 5 de julho de 2020

A solução ideal





Com toda certeza, a culpa não é da oposição, até porque no Brasil ela nem existe. A última eleição teve a característica de liquidar a oposição, que nem possui um líder para chamar de seu.


Por Antonio Siqueira


"Tristeza nao tem fim" Jair Bolsonaro
*caricatura digital: Andrés Casciani (2018)

Chega a ser comovente o esforço de determinados eleitores de Jair Bolsonaro que defendem uma trégua política, para permitir que o país possa se reorganizar e seguir em frente, em meio a recessão mundial causada pela pandemia que vai nos atingir em cheio. Bem, sonhar não é proibido. Qualquer pessoa com um mínimo de senso crítico sabe que isso seria o ideal, na base do velho ditado de que é melhor um mau acordo do que uma boa briga.

Mas esse sonho de um acordo logo se desfaz, porque não está ocorrendo uma crise convencional, como costuma acontecer em outros países, onde a oposição às vezes é tão intensa e aguerrida que consegue impedir a ação do governo. Aqui no Brasil a situação, infelizmente, mostra-se muito diferente, porque não é provocada pela oposição.

O grande enigma político do Brasil é justamente a necessidade de se raciocinar sobre coisas óbvias na pauta política. Se ainda estivesse entre nós, Nelson Rodrigues poderia nos ajudar nessa busca ao óbvio ululante, que existe, mas ninguém consegue ver ou localizar.

Com toda certeza, a culpa não é da oposição, até porque no Brasil ela nem existe. A última eleição teve a característica de liquidar a oposição, que nem possui um líder para chamar de seu, pois Lula da Silva está descartado, a Lei da Ficha Limpa acabou com suas possibilidades eleitorais e o PT não tem sucessor.

 Pense nisso. Os partidos que se dizem de oposição, como PT, PCdoB, PDT, PSB, Podemos etc., nenhum deles apresenta um líder que ameace o governo. Ciro Gomes seria o mais bem preparado e intelectualmente mais lúcido para entrar nesta batalha, mas esbarra na ignominiosa frente Lulopetista, uma barreira irracional a ele e à oposição como um todo!

Bem, como não há oposição para atrapalhar, deveria ficar mais fácil conduzir o governo, mas no Brasil não é assim. O presidente se atrapalha sozinho, nem precisa existir oposição. Sua atuação é tão desastrosa que chega a ser inacreditável, pois está conseguindo até desgastar a imagem de confiabilidade das Forças Armadas, vejam a que ponto chegamos.

O presidente, o vice, os ministros do núcleo duro do Planalto, todos são militares – um capitão, quatro generais e um major, e no palácio ainda tem um outro general de penduricalho, como porta-voz invisível. Na Esplanada, há mais quatro oficiais superiores como ministros e foram contratados quase 3 mil militares das mais diversas patentes para cargos comissionados.

 É risível e diverte; Que militares são esses que não conseguem levar adiante um governo minimamente produtivo e confiável? O que realmente está impedindo esse governo de deslanchar? Até os sites de fake news e pornografia bancados pelos generosos anúncios do governo sabem que o culpado dessa bagunça toda chama-se Jair Messias Bolsonaro.

Por isso, não adianta uma trégua ou um grande acordo nacional, como foi conseguido pelo presidente Itamar Franco em sua brilhante gestão. É o atual governante que não quer trégua, não aceita acordo e se comporta como se estivesse sendo perseguido pelo Supremo e pelo Congresso. Por isso, faz o possível e o impossível para ser “nomeado” ditador e salvar o Brasil.

 Portanto, a melhor solução seria o presidente pedir uma licença, se afastar e deixar o país em paz.




*Publicado em 11 de junho de 2020 no jornal Via Fanzine

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Lona Cultural Elza Osborne inicia hoje o "Live in Lona"

Live In Lona com Elizio de Buzios e Alexandre Marins



A Lona Cultural Elza Osborne, a grande pioneira das Lonas Culturais do Rio de Janeiro (fundada pelo produtor cultural Ives Macena e por sua esposa, a atriz e artista plástica, Regina Pierni-in memororian-) surgiu na primeira metade da Década de 1990. Completa 26 anos trazendo o "Projeto Live in Lona", para viabilizar as atividades de grandes artistas da Zona Oeste carioca. Hoje às 20 horas, a Lona Cultural apresenta em live via Youtube, Facebook e Instagram, os grandiosos, Elizio de Buzios e Alexandre Marins. Não perca.



É hoje, às 20 Horas

segunda-feira, 8 de junho de 2020

'Diálogo com Guimarães Rosa' Por Günter Lorenz


O Templo Cultural Delfos é um Repositório Digital de conteúdos culturais, educacionais, artísticos e científicos. Já é considerado por muitos uma das maiores referências biobibliográficas de autores literários de língua portuguesa. E foi de lá que o meu parceiro, editor e multi-artista, Pepe Chaves, garimpou esta entrevista história que transcrevo sua introdução aqui no blog. Boa leitura a todos:


Diálogo com Guimarães Rosa
Gênova, janeiro de 1965.


Guimarães Rosa em foto emblemática com seu gato























LORENZ: Ontem, quando escritores participantes deste Congres­so[1] debatiam sobre a política em geral e o compromisso político do escritor, você, João Guimarães Rosa, político, diplomata e escritor brasileiro, abandonou a sala. Embora sua saída não tenha sido de­monstrativa, pela expressão de seu rosto e pelas observações que fez, podia-se deduzir que o tema em questão não era de seu agrado.

GUIMARÃES ROSA: É verdade; agi daquela forma, porque o tema não me agradava. E para que nos entendamos bem, digo-lhes que não abandonei a sala em sinal de protesto contra o fato de esta­rem discutindo política. Não foi absolutamente um ato de protesto. Saí simplesmente, porque achei monótono. Se alguém interpreta isto como um protesto, nada posso fazer. Embora eu veja o escritor como um homem que assume uma grande responsabilidade, creio en­tretanto, que não deveria se ocupar de política; não desta forma de política. Sua missão é muito mais importante: é o próprio ho­mem. Por isso a política nos toma um tempo valioso. Quando os escritores levam a sério o seu compromisso, a política se torna su­pérflua. Além disso, eu sou escritor, e se você quiser, também di­plomata; político nunca fui.

LORENZ: É uma bela opinião sobre a importância do papel do escritor: mas não será demasiado idealista? Foram discutidos mui­tos aspectos do cotidiano político; e, além disso, acho que um escritor não teria muitas probabilidades de êxito se, como você quer, tra­tasse apenas do homem em geral, deixando de lado a vida diária desse mesmo homem.

GUIMARÃES ROSA: Posso compreender isso e também sei que aqui provavelmente todos pensam de modo diferente do meu. En­tretanto, me propus a dizê-lo claramente: tenho a impressão de que todos eles discutem demasiado, e por isso não conseguirão realizar tudo o que desejam. Perdem muito tempo, que empregariam me­lhor escrevendo. Mesmo supondo-se que tudo aquilo que dizem es­tivesse certo, então seria ainda mais acertado que cada um escrevesse sua opinião, em vez de expressá-la perante um auditório tão limitado. A palavra impressa tem a maior eficácia e além disso estas discussões secas me entediam, pois são muito aborrecidas. Descon­fio que só são feitas para alguns deles poderem se confirmar a si ; próprios sua importância e poderem assim se desligar de sua res­ponsabilidade sem peso de consciência. Naturalmente isto não vale para todos, pois quando homens como Asturias falam pró domo, terão também suas razões. Mas você já observou que os que mais falam de política são sempre aqueles que têm menos livros publi­cados? Quando os têm, não são livros onde expressem idéias semelhantes às expostas aqui. Noto a falta de coerência entre suas obras e suas opiniões.

LORENZ: Você quer dizer então que aprova que um escritor discuta sobre política, apenas quando também às suas obras devam unir acento político, e não quando se mostrar politicamente neutro em suas obras?

GUIMARÃES ROSA: Sim, é verdade que, embora eu ache que um escritor de maneira geral deveria se abster de política, peço-lhe que interprete isto mais no sentido da não participação nas ninharias do dia a dia político. As grandes responsabilidades que um escritor assume são, sem dúvida, outra coisa...

LORENZ: Bem, João Guimarães Rosa, creio que neste círculo você é o único a pensar desta forma, já que Borges não está pre­sente para nos dar seu testemunho de apolítico.

GUIMARÃES ROSA: Acho que você me entendeu mal. Aparen­temente está se referindo ao que aconteceu em Berlim[2]. Acerca disto queria dizer que estou do lado de Asturias e não de Borges. Em­bora não aprove tudo o que Asturias disse no calor do debate, não aprovo nada do que disse Borges, As palavras de Borges revelaram uma total falta de consciência da responsabilidade, e eu estou sempre do lado daqueles que arcam com a responsabilidade e não dos que a negam.

LORENZ: Eu não queria que dedicássemos a tais assuntos as poucas horas que temos para conversar durante este caótico con­gresso; não obstante, creio que eles nos conduzem ao nosso tema.

GUIMARÃES ROSA: Certo, já estamos nele. Só quis dizer há pouco que a maioria dos que aqui expressam suas opiniões não exa­minam o verdadeiro sentido de suas palavras antes de pronunciá-las, e por isso não prestam aos demais, que já citei, nenhum bom serviço.

LORENZ: Penso que, para encaminharmos nosso diálogo a uma certa direção, seria melhor estabelecermos uma espécie de itinerário. Você está de acordo?

GUIMARÃES ROSA: Estou. Deixo que você determine a direção.

LORENZ: Pois bem, estes assuntos políticos que abordamos há pouco não estavam em meu itinerário. Cheguei a eles, porque as circunstâncias os trouxeram. Há outros temas que me interessam muito mais, uma vez que tenho a extraordinária ocasião, a sensacio­nal oportunidade, por assim dizer, de haver conseguido uma entre­vista com o inimigo de toda a espécie de entrevistas e terror dos re­pórteres: Guimarães Rosa...

GUIMARÃES ROSA: Devo fazer duas objeções. Primeiro, e já disse isso, agrada-me conversar com você, pois escreveu a meu res­peito coisas tão encantadoras e interessantes que gostaria de tratar delas novamente, ainda que fosse unicamente por razões de egoísmo. Em segundo lugar, peco-lhe que não use essa horrível expressão “entrevista”. Eu certamente não teria aceito seu convite se esperasse uma entrevista. As entrevistas são trocas de palavras em que um formula ao outro perguntas cujas respostas já conhece de antemão. Vim como combinamos porque desejávamos conversar. Nossa con­versa, e isto é o importante, desejamos fazê-la em conjunto.

LORENZ: Considero isto como uma honra, e esteja certo de que sinto uma grande alegria por podermos estar aqui juntos e conversar. Isto não é nada comum e, no que se refere a você...

GUIMARÃES ROSA: Chega. Só me oponho a matar o tempo com insignificâncias e com gente que não sabe nada de nada. Pelo jeito desfruto de uma estranha reputação e, entretanto, sou brasileiro.

LORENZ: Certo, goza dessa fama e provavelmente não sem ra­zão. No Brasil também. Mas vamos nos dar por satisfeitos. Os mo­tivos de nosso encontro ficam assim esclarecidos, e voltemos ao nosso “itinerário”. Gostaria de falar com você sobre o escritor Gui­marães Rosa, o romancista, o mágico do idioma, baseando-nos em seus livros que fazem parte, penso eu, do tema “o homem do ser­tão”.

GUIMARÃES ROSA: Sim, acho que se quiséssemos dizer sobre estes três ou quatro pontos tudo os que temos de dizer, daqui a um ano ainda estariam conversando. Bem, você nem eu temos tanto tempo. Suponho que esta enumeração das coisas que lhe interessam a meu respeito não tem uma seqüência estrita...

LORENZ: Apenas uma seqüência improvisada, intercambiável.

GUIMARÃES ROSA: Precisamente, e por isso gostaria que começássemos pelo que você mencionou como tema final. Chamou-me “o homem do sertão”. Nada tenho em contrário, pois sou um sertanejo e acho maravilhoso que você deduzisse isso lendo meus livros, porque significa que você os entendeu. Se você me chama de “o homem do sertão” (e eu realmente me considero como tal), queremos conversar sobre este homem, já estão tocados no fundo os outros pontos. É que eu sou antes de mais nada este “homem do sertão”; e isto não é apenas uma afirmação biográfica, mas também, e nisto pelo menos eu acredito tão firmemente como você, que ele, esse “homem do sertão”, está presente como ponto de partida mais do que qualquer outra coisa.



A entrevista é longa e você continua acessando-a aqui no Templo Cultural Delfos


domingo, 7 de junho de 2020

"Por quê vocês o esconderam por 1 século?" Tradução de Machado de Assis em inglês esgota em um dia nos EUA


Os gringos gostaram: "Memórias Póstumas de Brás Cubas" está zerado na Amazon e na livraria Barnes & Noble. E questionavam aos editores brasileiros: "Por quê vocês esconderam esta maravilha literária por mais de 1 século?"

Por Antonio Siqueira


 Projeto Machado de Assis Real/Wikimedia Commons


















O lançamento em 2 de junho, na verdade, foi bastante simbólico, pois Machado de Assis era negro. “Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma obra de seu tempo”, escreveu Thomson-DeVeaux em outro Tweet. “Mas, de maneiras que dão crédito a Machado e tiram crédito de nós, também é uma obra de nosso tempo. Há ecos – troque a febre amarela por covid. E há continuidade – racismo sistêmico, tão pungente hoje quanto era na década de 1880.”

Os americanos gostaram muito e o livro físico esgotou nos sites da Amazon e da livraria Barnes & Noble em um dia (diga-se de passagem, ainda está esgotado até a data da redação desta nota, na quinta-feira). É obra de literatura latino-americana mais vendido no momento. Também, pudera: não faltam recomendações. Alguns dos maiores críticos e autores gringos de todos os tempos não economizaram elogios a Machado.

O poeta beat Allen Ginsberg disse que ele é outro Kafka; Harold Bloom afirma que é o maior escritor negro de todos os tempos; Susan Sontag, que é o melhor da América Latina. Sontag, diga-se, assina o prefácio da primeira tradução do livro em inglês, que foi publicada ainda na década de 1950.

Um trecho do prefácio da nova edição foi publicado na revista New Yorker sob o título “Redescobrindo o livro mais espirituoso já escrito” e ajudou a dar um gás nas vendas. Nas semanas que antecederam o lançamento, a tradutora publicou, em fios no Twitter, análises minuciosas de trechos do livro, comentando o desafio de traduzi-los (e também o desafio posterior de inserir notas de rodapé para explicar o que são e significam lugares e expressões brasileiras que escapam completamente aos americanos). Entre eles, este aqui chama a atenção:


























Quando Memórias Póstumas foi lançado, no século 19, o cunhado de Machado precisou consolá-lo porque o livro foi praticamente ignorado: “E se a maioria do público leitor não entendeu seu último livro? Há livros que são para todos, e livro que são para poucos – o seu último é do segundo tipo, e eu sei que ele foi apreciado por aqueles que o entenderam – além disso, como você sabe bem, os melhores livros não são os que estão mais em voga.”

Até hoje, o livro é lembrado por adolescentes como uma obrigação monótona do currículo escolar. É uma pena que o colégio tenha manchado a fama de Machado: ele é sutil e conta histórias que realmente dão vontade de ler – intercaladas com comentários e divagações que realmente dão vontade de rir. É um livro para todos, e não só para alguns. O vocabulário obviamente é antiquado em alguns momentos – mas não é culpa do Machado que ele viveu um século antes de você. Agora é esperar os gringos descobrirem Dom Casmurro. Será que eles vão acreditar em Bentinho ou Capitu?



Clique Aqui: Para Acessar a Obra Completa de Machado de Assis

sexta-feira, 5 de junho de 2020

O Que Vivenciamos
















Em um ensaio publicado em 1995, o célebre acadêmico italiano Umberto Eco listou 14 características do fascismo (ele é só um de muitos pensadores que tentaram fazer essa sistematização). Aqui vão elas, resumidamente. Eco afirma que elas não precisam estar todas presentes simultaneamente:

1. O culto à tradição;

2. A rejeição do movimento modernista, sob alegação de que cultura do Ocidente está depravada;

3. O culto da ação sem reflexão intelectual prévia;

4. Discordar é trair, não cabe ao militante questionar contradições no discurso;

5. Racismo e xenofobia;

6. Apelo à clase média frustrada, que teme as aspirações de classes sociais desfavorecidas;

7. Obsessão com teorias da conspiração;

8. Retórica que retrata as elites como decandentes e afirma que elas podem sucumbir à pressão popular;

9. A vida é uma guerra perpétua, sempre deve haver um inimigo para combater;

10. Os membros que pertencem ao grupo são considerados superiores a todos os forasteiros;

11. Culto ao sacrifício, todos são educados para se tornarem heróis e morrerem pela pátria;

12. Machismo, desdém pela mulher e intolerância com hábitos sexuais que fogem da heteronormatividade;

13. O povo é tratado como uma entidade única, que tem aspirações únicas, sem levar em conta o ponto de vista de cada indivíduo;

14. Emprego de vocabulário empobrecido para limitar raciocínio crítico.

Outros movimentos são bem mais formalizados. O marxismo, por exemplo, antes de ser uma prática política, é uma doutrina com base teórica nos escritos de Marx e Engels. O nazismo, mais próximo do fascismo, teve no livro Mein Kampf (Minha Luta), escrito em 1925 por Adolf Hitler, seu manual de instruções. Mas as regras do regime de Mussolini foram basicamente definidas na hora, no calor do momento. Respeitando sua "lista de desejos", como vemos atualmente no Brasil.

O fascismo propriamente dito ocorreu em um contexto bem específico da história, mas há quem considere que o regime de Franco, na Espanha, ou o de Salazar, em Portugal, também tenham sido fascistas. Talvez dessa indefinição surja a generalização. Hoje, a palavra virou sinônimo de “extrema direita”, mas é usada até para se referir a “totalitarismo” e “autoritarismo” – o que não faz sentido, já que o regime comunista de Stalin foi tão autoritário quanto o de Mussolini.

Em suma: a própria definição de fascismo é relativa. E as pessoas vão continuar usando essa palavra cada uma à sua maneira. Mas, na próxima vez em que você escutar alguém usando o termo, saberá do que se trata: alusão a um antigo instrumento de poder romano, que virou símbolo de alguns dos piores momentos do século 20.






Quem é:







quarta-feira, 3 de junho de 2020

O Fascismo Quer Te Exterminar

Por Antonio Siqueira


AGN















Sabemos, há tempos, que existe uma fenda global que parece crescer, por onde passaria a emergência de novas formas de governo com traços claramente fascistas. Há o medo de certas palavras. Esse medo vem na maneira com que tentamos, até o limite, não utilizá-las. Porque seu uso acende alertas vermelhos, nos quebra a letargia de sentir que, por mais que nossa situação atual seja complicada, a vida corre. E corre com uma velocidade de conspira violentamente contra a liberdade de expressão, contra as instituições democráticas e, principalmente, contra a arte de pensar, isto é: o objetivo é exterminar a cultura sem deixar vestígios.

Este fenômeno não se materializou apenas no Brasil. Se fez presente nos EUA, na Itália, na Hungria, na Polônia, nas Filipinas. Esta confluência de semblantes perplexos dando a volta ao mundo não é mero acaso. Ela indica uma fenda global que parece paulatinamente crescer, fenda por onde passaria a emergência de novas formas de governo com traços claramente fascistas. E aqui se fez, se consumou e está nos consumindo. Víamos estes governos como simplesmente “populistas”? Não é assim que se diz hoje, “governos populistas de direita”? Sim, é assim que se diz.

Esse Estado perverso, injusto, violento e intolerante, somos nós. Nós, que misturamos o público com privado, nós, que corrompemos o Estado e que determinamos que a Polícia Federal deveria servir à família do presidente, nós, que desvirtuamos a Justiça, que mostramos, adulteramos ou escondemos provas de delitos, que julgamos e aplicamos sentenças conforme nossos interesses arbitrários. Nós, nós, nós. O que dá "legitimidade" a toda esta gama de ignomínias é uma estrutura psicológica explicada por Freud; a perversão. A perversão não é a maldade, como o senso comum indicaria, a perversão para a psicanálise é o desdém, é a recusa da lei. O que podemos diante dos perversos?

Mas e se este uso extensivo do termo “populismo” fosse, na verdade, uma forma de não chamar de gato um gato? Pois talvez os chamávamos de “populistas” para não dizer o que eles realmente são: governos nos quais uma certa concepção de ‘estado total’, uma forma explícita de implosão de qualquer possibilidade de solidariedade social com grupos historicamente vulneráveis, uma noção paranoica de nação e o culto da violência são a verdadeira tônica. "Bandido bom é bandido morto", por exemplo, é um termo muito perigoso, mas é o chavão dos ídolos modernos. "Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra" é "socialista" demais, Jesus Cristo iria para o tribunal paralelo dos justiceiros institucionalizados dos novos tempos. "Lamento por todos os mortos, pois é o destino de todo mundo" é a frase de ordem na maior crise de saúde que o mundo conhecido já teve notícia.

Mas seria isto exatamente “fascismo”? E por que não falar em “populismo”, neste caso? Por que o nome disso é crueldade. Vocês não elegeram um "coveiro"...e daí...o Messias não faz milagres...e daí!? O verde e o amarelo são lenientes, off course. O Estado perverso, violento e intolerante somos nós. Devemos reconhecer que nossa perversão se alimenta dia a dia e recusar a esse chamado é o que pode ser feito para salvar nossas vidas.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Aldir Blanc, O Homem Que Escreveu A Vida

Por Antonio Siqueira



Aldir Blanc _@image_amoedo





















Aldir era apaixonado por Vila Isabel. Quis o Destino, este enigmático poeta, que o seu catavento encontrasse o girassol, lá; na Vila de Noel... e de Aldir. O compositor, escritor e cronista, Aldir Blanc Mendes, carioca de corpo, arte e alma, nascido no Estácio e 1946, é lembrado por gerações mais novas como o co-autor de "O Bêbado  e o Equilibrista"; um dos maiores clássicos da música popular brasileira contemporânea. Composta com o seu parceiro mais freqüente, o genial João Bosco e eternizada na voz da extraordinária Elis Regina.


Aldir Blanc e João Bosco: parceria de gênios 
Se o indivíduo chega de Marte, pensa que Aldir foi o compositor de uma música só e depois sumiu pelos bares da Tijuca, bairro onde Aldir viveu quase toda uma vida. Boa parte dos brasileiros desconhece que a genialidade de Aldir Blanc concebeu a criação de mais 600 canções compostas com mais de 50 parceiros, os principais: João Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra. Em seus versos mais notáveis com diversos parceiros, estão as músicas, “Bala com Bala”, “O Mestre-sala dos Mares”, “Dois pra Lá, Dois pra Cá”, “De Frente pro Crime”, “Kid Cavaquinho”, “Incompatibilidade de Gênios”, "A Nível De...", “O Ronco da Cuíca”, “Transversal do Tempo”, “Corsário”, "O Bêbado e a Equilibrista", "Dona de Mim", “Catavento e Girassol”, “Coração do Agreste” e “Resposta ao Tempo”. A maior parte destas referidas, foram temas da teledramaturgia — lê-se, novelas, folhetins... —  cuja falta de informação não permite acesso ao universo vasto da obra de poetas e compositores sem igual. Aldir Blanc escreveu a vida.



Como cronista, foi impecável, criativo, divertido e impunha uma realidade que você enxerga em qualquer esquina. A Zona Norte do Rio de Janeiro é um universo vasto de histórias, de poesia e música. Aldir escreveu tudo, inventariou a alma humana como poucos e deixou um dos maiores legados da cultura brasileira em suas mais profundas raízes. Talvez  a canção“O Mestre-sala dos Mares” seja sua obra mais emblemática no que concerne à cultura de um povo: “Glória aos piratas, às mulatas, às sereias / Glória à farofa, à cachaça, às baleias / Glórias a todas as lutas inglórias / Que através da nossa história / Não esquecemos jamais / Salve o Almirante Negro / Que tem por monumento / As pedras pisadas do cais”. O salgueirense boêmio e genial não media palavras e versos, Aldir Blanc compunha seus versos com o mesmo cuidado de um ourives.

Aldir Blanc era aluno exemplar em biologia, ingressou na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro em 1965. Em 1971 já era psiquiatra formado e fez residência dentro do Centro Psiquiátrico Pedro II, no Hospital Gustavo Riedel, em Engenho de Dentro. Era terminantemente contrario aos procedimentos que usavam os eletro choques em pacientes do manicômio, saiu de lá após um ano para abrir seu próprio consultório, no centro do Rio. Levava seus pacientes, muitas vezes, para conversar num bar. Em 1973 suas composições em parceria com João Bosco já eram populares, Elis Regina edificou ainda mais a obra desse gênio e ganhou o mundo. “Dois pra lá dois pra cá” é um dos boleros mais fantásticos e na voz da Pimentinha, ganhou uma roupagem única, definitiva. Em “Dois prá lá, dois pra cá” ele conta a história de um homem apaixonado por uma mulher que tenta ensiná-lo a dançar, murmurando em seu ouvido: são dois (passos) prá lá, dois pra cá. Mas o homem apaixonado estava nervoso: “Meu coração traiçoeiro / Batia mais que o bongô / Tremia mais que as maracas / Descompassado de amor”. Aquela dança marcou este homem para sempre: “A tua mão no pescoço / As tuas costas macias / Por quanto tempo rondaram / As minhas noites vazias (…) Eu hoje, me embriagando / De uísque com guaraná / Ouvi tua voz murmurando / São dois pra lá / Dois pra cá”. Se for escrever sobre a vida e a obra, sobretudo sobre os versos de Aldir, isto não seria um artigo ou matéria, mas um muito longo ensaio. Aldir, carioca e vascaíno apaixonado, cantou o Rio de Janeiro dos subúrbios e da boemia como poucos.

O escritor publicou 12 livros excelentes: Rua dos Artistas e Arredores’’ (Ed. Codecri, 1978), "Porta de tinturaria’’ (1981), ‘‘Brasil passado a sujo’’ (Ed. Geração, 1993), ‘‘Vila Isabel - Inventário de infância’’ (Ed. Relume-Dumará, 1996), ‘‘Um cara bacana na 19ª’’ (Ed. Record, 1996), ‘‘Heranças do samba’’, em parceria com Hugo Sukman e Luiz Fernando Vianna (2004), ‘‘Rua dos artistas e transversais’’ (2006), ‘‘Guimbas’’ (2008), ‘‘Vasco - a Cruz do Bacalhau’’, em parceria com José Reinaldo Marques (2009), ‘‘Uma caixinha de surpresas’’ (2010),‘‘O gabinete do doutor Blanc — sobre jazz, literatura e outros improvisos’’ (2016) e ‘‘Direto do balcão’’ (2017). Uma obra literária de uma riqueza e de uma profundidade equânimes. Um dos maiores legados da cultura brasileira. Aldir Blanc, como a unânime e indivisível enormidade dos seres que fazem a arte florescer com a verdadeira face de um Brasil que ainda existe e resiste, deve ter morrido triste com os rumos abismais e obscurantistas que o país segue com Ministério e Secretaria da Cultura que estão sendo representados por caricaturas de um Brasil que ainda tem escrúpulos e cognição, mas que perde seus maiores pilares de sua história.

Ladeira a baixo, “A nível de...”, no plano superior de todas as criações humanas, Aldir Blanc foi o Homem que Escreveu a vida.


*Caricatura: Amoedo



"O Mestre Sala Dos Mares" - João Bosco e Aldir Blanc

domingo, 3 de maio de 2020

Quando eu piso em folhas secas

Guilherme, Beth, Nelson e atrás, Arlindo Cruz: Foto histórica












O pintor, escultor, cantor e compositor carioca Guilherme de Brito Bolhorst, na letra de “Folhas Secas”, em parceria com Nelson Cavaquinho, compara as folhas caídas da árvore mangueira com a sua tristeza quando não puder mais cantar. Este samba foi gravado por Beth Carvalho no seu LP Canto Por um Novo Dia, lançado em 1973 pela Tapecar.

FOLHAS SECAS
(Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito)

Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha Estação Primeira
Não sei quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando

Quando o tempo avisar
Que eu não posso mais cantar
Sei que vou sentir saudade
Ao lado do meu violão
Da minha mocidade.




Eternizada na voz de Beth Carvalho

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Memória: “Oh, Senhora Liberdade, abre as asas sobre mim”


O advogado, escritor, cantor e compositor carioca Nei Brás Lopes, em parceria com Wilson Moreira, na letra de “Senhora Liberdade”, postula a sua soltura, visto que o crime por ele cometido foi se apaixonar intensamente. Vale ressaltar que, esse samba virou hino na campanha das diretas e faz parte do LP A Arte Negra de Wilson Moreira & Nei Lopes, lançado, em 1980, pela EMI-Odeon.


Wilson Moreira e Nei Lopes, dois gigantes da arte negra
















SENHORA LIBERDADE
Wilson Moreira e Nei Lopes

Abre as asas sobre mim
Oh senhora liberdade
Eu fui condenado
Sem merecimento
Por um sentimento
Por uma paixão
Violenta emoção
Pois amar foi meu delito
Mas foi um sonho tão bonito
Hoje estou no fim
Senhora liberdade
Abre as asas sobre mim


A importância do Estudo Da Música

Por Inácio Cavallieri


Aulas de música ajudam no desenvolvimento
















– A relação dos seres humanos com a música começa antes do nascimento, ainda na
barriga da mãe, todas as pessoas levam a música dentro de si.
– O matemático Pitágoras, por exemplo, demonstrou que, se uma sequência correta de
sons for tocada em um instrumento, é possível “mudar padrões de comportamento e
acelerar o processo de cura de uma enfermidade”.
– A música é capaz de mexer com o emocional e contribuir para o desenvolvimento
cognitivo.
– Quando Trabalhamos o ritmo com as crianças menores, eles desenvolvem a
coordenação motora juntamente com os processos psicológicos.
– Um estudo da Universidade de Wiscondin, nos EUA, provou que alunos frequentes
em aulas de música apresentaram resultados de 15 a 41% superiores em relação aos
de outras crianças em testes de matemática.
– Em outra investigação, verificou-se ainda que os estudantes de 2ª série que faziam
aulas de piano duas vezes por semana apresentam melhor desempenho, em
comparação aos alunos de 4º, que não estudavam música.
– A música tem o poder de ajudar nas relações humanas.
– A música não só trabalha a convivência entre os jovens, como chega para amansar,
acalmar e fazer uma integração social.
– A grandeza da arte da música vai além do lazer e é capaz de educar profundamente e
transformar positivamente os indivíduos e a sociedade.



segunda-feira, 20 de abril de 2020

Manifestantes de Brasília não estão errados



* e Messias, como bom Napoleão De Hospício, viu na manifestação um "bom" capital político



O Deficit Cognitivo de Messias
















Pregar o fechamento de Instituições Democráticas é realmente uma atitude para lá de criminosa, num Estado de Direito, mas as pessoas que estavam na manifestação, da tarde deste domingo, eram, em sua esmagadora maioria de classe média e diziam que estavam fartas dos injustificáveis privilégios dos deputados, senadores e ministros do Supremo Tribunal Federal. E quem seria eu para explicar para essas pessoas a Teoria de Montesquieu sobre a Separação dos Poderes? Ideia maravilhosa, mas que na prática jamais foi aplicada no Brasil!

Realmente, quem paga suas despesas está farto dos injustificáveis privilégios desta casta, que se julga acima dos simples mortais e se mostra insensível ao sofrimento dos mais humildes. Democracia com uma perversa distribuição de renda não é Democracia. O povo está farto de ver pessoas com privilégios, totalmente absurdos e injustificáveis, custeados pela imensa maioria da população brasileira, que paga para morar, cuidar da saúde, estudar e, principalmente, para se alimentar.

O maior erro de presidente Jair Messias foi ter confessado nada entender de economia, para “terceirizar” o importantíssimo setor e entregá-lo a um economista de mercado, ex-banqueiro e que enriqueceu na corretagem de títulos e valores mobiliários. Messias jamais deveria ter feito isso, nenhum presidente da República pode transferir responsabilidades dessa forma. O que ele fez com o correto Henrique Mandetta durante mais de um mês, até levá-lo à exaustão e à exasperação, deveria estar fazendo com o ministro Paulo Guedes, que funciona como representante dos banqueiros na equipe econômica. É claro que não passaria pela cabeça dos parlamentares que um governo como o de Messias, que proclama não tolerar corrupção, pudesse decair a ponto de usar a calamidade pública como instrumento para aumentar os lucros dos bancos. Mas é justamente o que está acontecendo. E o que ele fez com o liberal besteirão, mas correto; Henrique Mandetta durante mais de um mês, até levá-lo à exaustão e à exasperação, deveria estar fazendo com o ministro Paulo Guedes, que funciona como representante dos banqueiros na equipe econômica.

Paulo Guedes, todos sabem que não pode ver dinheiro, é um ardoroso defensor dos interesses dos banqueiros. Mas e o presidente da República, vai manter terceirizada a economia? E a ala militar? Vai se manter inerte, guardada por Deus e contando o vil metal do duplo salariozão? E a Abin. E o Alto Comando do Exército? Vocês existem mesmo ou são obras de ficção?

----------------------------------------------------------------------------------------------

O Arte Vital Blog volta à ativa tentando contribuir para a cura do obscurantismo político e extinção dos idiotas úteis e inúteis

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sobre o nazifascismo de Messias e Regina Duarte

Por Pedro Cardoso


Pedro_Cardoso













A mim pouco me importa quem Messias escolha para executar o projeto de não-cultura dele. Seja quem for, será sempre o projeto dele.

Regina, caso venha a ser, fará o quê? Algo diferente do que Messias quer? Se tentar, ele a dispensará. Se a mantiver, será por ela estar executando a equalização autoritária moralizante da produção cultural. Regina, ou qualquer Alvin, não é ninguém q possa fazer diferença.

Ela irá apenas emprestar a sua biografia e fama para dar ares de maior simpatia ao cargo que o desastrado anterior maculou. Talvez Regina não xingue Fernanda Montenegro mas sua educação não a elevará a cima do pecado de servir ao nazifascismo. Não é possível negociar com quem traz como argumento a tortura, a ditadura e o moralismo. Mas não somos nós, os artistas, uma pessoa só. Somos muitos diferentes e temos visões de mundo diversas.

Haverá entre nós os que queiram negociar com esta administração aceitando Regina como uma interlocutora confiável. Eu não serei um deles.

Primeiro porque ninguém a serviço de uma tirania é confiável; e depois porque o nazifascismo não pode ser aceito como algo que possa existir. A minha oposição aos intolerantes é total uma vez que a deles a todos os outros tb o é.

As categorias profissionais ambicionam apoios públicos. Todas! Essa é uma das nossas desgraças. Os artistas que se sentarem à mesa com algum representante de Messias o farão por interesse próprio e não em atenção a cultura. Nem todos somos de esquerda mas os melhores de nós o são, de alguma tendência. A beleza e a justiça social são a mesma coisa.

Não há como cultivar a beleza sem desejar a justiça social pois o sofrimento é sempre feio. Mas Leni Riefenstahl realizou O Triunfo da Vontade para Hitler. Dizem que ela era uma grande artista. Há gostos e público para tudo, até para a morte. Eu fico com John Lennon e a vontade de viver que ele me provoca.

Quem quiser se fartar com artistas de direita, que se divirta com a graça que vê na chatice sentimental deles; e que tenha a coerência de não consumir arte marxista, como a de John Lennon e Yoko Ono, por exemplo. Nós artistas, não... somos os mesmos. Cada um no seu cada qual.