segunda-feira, 21 de dezembro de 2015


Com a cabeça cheia de sonhos,
Coldplay chega ao 7º álbum

 Por Antonio Siqueira




"Uma cabeça cheia de sonhos" é o novo disco da banda inglesa

















Os ótimos ingleses do Coldplay atingiram um patamar de fama e reconhecimento na cena musical mundial que é incontestável. Fenômeno de força comercial que eu, na minha santíssima ignorância, comparo sem problemas aos Beatles. Mas a banda não é unanimidade ( assim como o quarteto de Liverpool também não era): há quem goste e há quem deteste. Há também quem não dê a mínima.

Com o lançamento deste que é o sétimo álbum de estúdio da carreira, "A Head Full of Dreams", o grupo deverá manter sua enorme base de fãs, mas provavelmente não irá converter ninguém que não se interesse por sua música. O álbum é bom, melhor que o antecessor.

Enquanto "Ghost Stories" (de 2014) refletia um conturbado momento na vida do vocalista Chris Martin - que havia se separado da atriz Gwyneth Paltrow -, "A Head Full of Dreams" traz uma vibe muito mais pra cima, como indica seu título.

Mas isso não significa uma mudança no direcionamento musical do Coldplay. A música continua a mesma: aquele pop muito bem produzido, obrigado, que a banda sempre fez. A produção do disco ficou mais uma vez nas mãos de Rik Simpson, que trabalhou com a banda em "Ghost Stories", "Mylo Xyloto" e "Viva la Vida or Death and All His Friends". O duo norueguês Stargate também colocou seu talento na produção do álbum.

O novo disco traz 45 minutos que se desdobram em 11 faixas - ou 12, se você contar a "X Marks the Spot" escondida na bela "Army of One". É tempo suficiente para incluir algumas estrelas fazendo participação especial: tem Beyoncé, Noel Gallagher, Tove Lo e até o presidente norte-americano Barack Obama - ele está em um sampler, na faixa "Kaleidoscope", cantando um trecho de "Amazing Grace".

A diva pop está em duas faixas. Em "Hymn for the Weekend", sua voz inconfundível abre a música e Beyoncé, numa performance discreta, faz um dueto interessante com Chris Martin, coisa que fará falta quando a música for tocada ao vivo - já que é óbvio que a cantora não irá acompanhar a banda em turnês.

Na longa "Up&Up", que encerra o repertório depois de quase 7 minutos de duração, Beyoncé também aparece. Mas ao lado de Annabelle Wallis, Merry Clayton e mais um coro de vozes, sua participação se torna dispensável - poderia ser qualquer outra cantora em seu lugar. Nessa mesma faixa está Noel Gallagher e é ele quem 'salva' a música da mesmice. É seu solo, especialmente, que dá uma empurrada na música para fora do óbvio.

A já citada Gwyneth Paltrow também faz uma ponta em "A Head Full of Dreams", na faixa "Everglow". Um dos pontos altos do álbum, a música conduzida pelo piano traz um ar levemente melancólico - comparada ao restante do repertório - e a impressão que fica, considerando a letra e a participação da ex-mulher na faixa, é de que Chris Martin superou qualquer "hard feeling" com relação à atriz.

De maneira geral, "A Head Full of Dreams" é um bom disco, o que é uma ótima notícia para os muitos fãs do grupo. Mas é também mais do mesmo e eventualmente o Coldplay corre o risco de parecer um genérico de si mesmo.




O Vídeo Oficial



quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O show de David Gilmour por Robson Nazareth


Palco I

"Com o violão em mãos, Gilmour dá boa noite e toca as primeiras notas de "Wish You Were Here", o que causa uma avalanche de emoções (basta uma simples olhada para os lados para ver homens e mulheres de todas as idades derramando lágrimas). "A Boat Lies Waiting" e "The Blue" conduzem o show até chegar a sequência floydiana de clássicos "Money", "Us and Them". Depois "In Any Tongue", e então mais um clássico, "High Hopes", com belíssimos solos, finalizando a primeira parte do show.

Após pausa de aproximadamente 20 minutos, Gilmour presenteia os fãs de Syd Barret com "Astronomy Domine", que, com o auxílio do telão, nos transporta ao início de tudo: ao mais experimental, lisérgico e psicodélico Pink Floyd. Depois, a não menos esperada "Shine On You Crazy Diamond (I-V)", outro momento que emociona a todos.
Palco II

Para recuperar o fôlego, mais um Floyd, "Fat Old Sun", com uma bela iluminação alaranjada para caracterizar o Sol, seguida de três músicas da carreira solo do guitarrista: "On an Island", "The Girl in the Yellow" e "Today".

Fechando a segunda parte em grande estilo, mais duas pérolas: "Sorrow" e "Run Like Hell". Após breve pausa, a banda retorna para o bis, que tem os petardos "Time"/"Breathe (Reprise)" e "Comfortably Numb", acabando com o pouco de energia que restava aos praticamente hipnotizados e contentes fãs. Ao final, com o público deixando o estádio, é possível ouvir vários grupos comentando e desejando: que a primeira vez de Gilmour no Brasil não seja a última."


Palco III

Por Robson Nazareth 
(Robson Nazareth é carioca radicado em São Paulo há exatos 20 anos, Guitarrista, Corretor de Valores, casado com Gisele Reis Nazareth, pai de Aiana Reis Nazareth e amigo deste blogueiro que vos traduz este post. Robson narrou o final do antológico show de David Guilmour no Alianz em São Paulo.)



Palco IV




 O Show