terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Hasta la vista 2012: Pero tenemos, Jackson do Pandeiro



DVD Jackson do Pandeiro: MPB Especial 1972

DVD "MPB Especial 1972"



















     
     


      Em novembro de 1972, Jackson do Pandeiro se apresentou em um programa televisivo especial da TV Cultura ao lado de Neusa (vocal de apoio), Severo (acordeon), João Gomes (triângulo, percussão) e Geraldo Gomes (zabumba). Conhecido também como Rei do Ritmo, Jackson do Pandeiro é uma referência na música brasileira especialmente pela facilidade com a métrica e o improviso. Jackson brinca com a música e seu senso de humor é uma das coisas que chama a atenção em "MPB Especial 1972". O músico, já cultuado nessa época, tocou diversos dos sucessos que lançou, como "A mulher do Aníbal", "Sebastiana", "Um a um" e "Forró em Limoeiro". O DVD "MPB Especial 1972" traz exatamente essa apresentação, remasterizada. Do alto de seus então 53 anos, o paraibano José Gomes Filho, fala da sua vida e da sua carreira entra cada uma das canções - respeitando o formato do programa, com as perguntas do entrevistador em 'off'. Um presentão de Natal para uma MPB que beira o marasmo, mas que se apoia e segura em seus gênios do passado para não atolar de vez.




Parceria que deu certo
Paul e Nirvana: 121212Concert















       Depois do ‘pancadeiro bom’ que Paul MacCartney e o Nirvana promoveram no Festival Beneficiente para as Vítimas do Furacão Sandy, “121212Concert”, agora eles lançam a versão de estúdio da nova música “Cut Me Some Slack”. A canção foi composta para a trilha sonora do documentário “Sound City”, dirigido por Dave Grohl. A música foi apresentada por McCartney, Grohl, Krist Novoselic e Pat Smear pela primeira vez no festival beneficente da última quarta-feira. Além de McCartney, a trilha sonora contará com colaborações de Peter Hayes e Robert Levon, do Been of Black Rebel Motorcycle Club; Taylor Hawkins, do Foo Fighters; Alain Johannes, do Queens Of The Stone Age e Trent Reznor, do Nine Inch Nails. Paul encarnou o grunge com tudo.


Caetano

Abraçaço de Caetano




     

   




       As canções "Abraçaço" e "A Bossa Nova É Foda", estão no novo disco que o baiano Caetano Veloso acaba de colocar no mercado. O disco, que se chama "Abraçaço", encerra uma trilogia iniciada em 2006, com "Cê".O ciclo continuou em "Zii e Zie", de 2008, e agora fecha com "Um Abraçaço", 49º álbum na carreira do músico. O repertório conta com 11 músicas inéditas com arranjos e acompanhamentos da Banda Cê, formada por Pedro Sá (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo).
'Abraçaço' foi produzido por Moreno Veloso.




Deep Purple de álbum novo
Deep Purple

     














     


     



      O Deep Purple confirmou que seu novo álbum será lançado em 26 de abril do ano que vem pela earMUSIC. A lendária banda britânica ainda não determinou o nome do 19º disco de sua carreira. Após diversas sessões de composição na Europa, a banda gravou e mixou o álbum em Nashville, no Estado do Tennessee (EUA), com o produtor Bob Ezrin, que já trabalhou com KISS, Alice Cooper e Pink Floyd. O novo trabalho deve contar com 13 músicas, entre elas “Out Of Hand”, “Hell To Pay”, “Weirdstan”, “Uncommon Man” e “Above And Beyond”, que tiveram seus títulos revelados. A última faz referências ao tecladista Jon Lord, que faleceu em julho deste ano.
Para atualizar os fãs sobre o sucessor de “Rapture of the Deep”, lançado em 2005, a banda divulgou um site onde postará as novidades do trabalho: www.deeppurple2013.com.



Brasil! Mas quem "pariu" esse atoleiro ideológico?
      A MPB vai agonizando e sofrendo com o que resta dela, ou celebrando os 70 anos de algum ídolo vivo, ou que já tenha morrido e se eternizou, ou com a grande tábua de salvação dos alternativos, estes que não vendem, lançando-se nas redes sociais, web a fora. O que impressiona é a força destrutiva da Grande Máquina de Salsichas que se aprimora em produzir lixo em escala. O povão segue comendo este chouriço de imundices e quem ainda têm algum gosto por produções de alguma qualidade, refugia-se no passado ou migra para o mundo.
Aqui não tem mais lugar para a criação...Destrua a proa e pule no mar!
Tá vendo?




Jackson do Pandeiro - Sebastiana - MPB Especial 1972




sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

"Oscar da Terra"

   Por Antonio Siqueira


foto@arte: Antonio Siqueira























Um homem caminha e leva consigo a história de dois seculos,
A história que revela as diversas faces de uma nação.
Os segredos da grande esfera flutuante
E todos os segmentos, curvas e direções da cegante luz de sua própria estrela.

Este homem que traça, aos olhos do universo, a sua própria criação,
Desenhada, desenvolvida, erguida e habitada,
Faz dele próprio, o seu próprio Deus.
Mesmo que para ele
_este homem que viveu mais de 100 anos, como se seus não fossem_
Deus fosse, tão somente, uma maneira de mostrar à humanidade
O que a ciência não consegue revelar.


Porém, para a genialidade,
Um coração, ainda que tenha parado de bater
Por  infinitos breves momentos,
Ainda gera combustível mais que suficiente
Para que o suor do seu trabalho tenha vida eterna.





"A vida é um sopro..."







"Toda escola superior deveria oferecer aulas de filosofia e história. Assim fugiríamos da figura do      especialista e ganharíamos profissionais capacitados a conversar sobre a vida."
                (Oscar Niemeyer)



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Rock Progressivo Brasileiro Vive


Conversa rápida sobre o Rock Progressivo no Brasil
Por Antonio Siqueira



     Bacamarte
Bacamarte
















Banda de rock progresssivo formada em 1974 por Jane Duboc (vocal), Mario Neto (guitarra), Sergio Villarim (teclados), Marcus Moura (flauta e acordeon), Delto Simas (contrabaixo), Marco Veríssimo (bateria) e Mr. Paul (percussão). Em 1977 chegaram a participar do programa Rock Concert, da Rede Globo de Televisão, e chamaram a atenção da gravadora CBS, gravando uma fita que não chegou a sair em disco, mas em compensação foi muito bem divulgada pela Fluminense FM a partir de 1982. O Bacamarte lançou um LP independente (Depois Do Fim, Som Arte, 1983), e se desfez em 1984.
Recentemente, a banda promoveu um revival com sua vocalista original, Jane Duboc, em 22 de setembro último no Theatro Rival BR, Rio de Janeiro.




Bixo da Seda

Bixo da Seda
O Bixo formou-se em Porto Alegre, RS, em 1973 por quase todos os integrantes do Liverpool: Mimi Lessa (guitarra), Pekos (contrabaixo, guitarra), Edinho Espindola (bateria), mais Zé Vicente Brizola (vocal, guitarra) e Cláudio Vera Cruz (contrabaxo, guitarra); em 1974 Zé Vicente foi substituído por Fughetti Luz, vocalista do Liverpool, que retornava da Europa; Marcos Lessa, outro ex-Liverpool, também retornou, saiu e retornou novamente ao Bixo. Renato Ladeira, ex-A Bolha, e Vinícius Cantuária, ex-Terço, integraram sua última formação. O grupo mudou-se para o Rio de Janeiro, RJ, foi contatado pela gravadora Continental e gravou apenas um LP, sobrevivendo até 1978; então Fughetti Luz retornou a Porto Alegre e Mimi, Marcos e Edinho gravaram alguns jingles e acompanharam as Frenéticas em discos e shows.





Som Nosso de Cada Dia

Grupo de rock que, a exemplo do Casa das Máquinas, foi formado por um integrante dos Incríveis, no caso o tecladista e saxofonista Manito. O grupo surgiu em 1970 com o nome Cabala, com Pedrão (contrabaixo) e Pedrinho (bateria); em 1973 adotou o nome O Som Nosso de Cada Dia. Em 1974 gravaram um LP, Snegs, para a Continental; nesse mesmo ano fizeram a abertura dos shows de Alice Cooper no Brasil. Ainda em 1974, Manito saiu do grupo para substituir Arnaldo Baptista, que havia saído dos Mutantes, e o Som Nosso de Cada Dia mudou de nome (para simplesmente Som Nosso), formação (entraram Egydio Condé, ex-Moto Perpétuo, na guitarra, e Tuca, teclados) e estilo, tornando-se um grupo de funk-disco-rock e dos melhores; gravaram um LP (sem título, CBS, 1977) onde se destacaram "Pra Swingar" e "Francine", e encerraram a carreira ainda em 1977. Em 1993, a versão progressiva do grupo, com Manito, Pedrão e Pedrinho, se reuniu para gravar uma adaptação da "Protofonia" da ópera II Guarany de Carlos Gomes, especialmente para a reedição de Snegs pelo selo Progressive Rock Worldwide. De lá para cá Manito voltou para os Incríveis (chegando a sair novamente) e Pedrinho tocou com vários artistas até falecer nos anos 1990.



Som Imaginário
Som Imaginário
Grupo que fundia o rock com jazz e letras bem-humoradas. Formado no Rio de Janeiro, RJ em 1970 por Wagner Tiso (teclados), Robertinho Silva (bateria), Tavito (violão de 12 cordas; Frederyko (guitarra), Luiz Alves (contrabaixo), Laudir de Oliveira (percussão) e Zé Rodrix-in memorian (órgão, percussão, voz e flautas). Nesse ano, com a participação de Nivaldo Ornelas (sax) e Toninho Horta (guitarra), dividiu o palco com Milton Nascimento, apresentando o espetáculo "Milton Nascimento? Ah... E O Som Imaginário", que estreou no Teatro Opinião. Nessa ocasião, Laudir de Oliveira desligou-se do conjunto (radicando-se nos EUA, onde chegou a ser integrante do grupo Chicago), sendo substituído ocasionalmente na percussão por Naná Vasconcelos Ainda em 1970, gravou seu primeiro disco, Som Imaginário, destacando-se canções como "Feira moderna" (Beto Guedes e Fernando Brant), "Nepal" (Frederyko, lançada por ele anteriormente num compacto-solo para o selo Equipe) e "Hey man" (Zé Rodrix e Tavito). Ainda nesse ano, participou da gravação do disco "Milton", de Milton Nascimento. Em 1971, Zé Rodrix desligou-se do grupo. Nesse ano, o conjunto lançou o LP Som Imaginário, mais influenciado pelo hard-rock que o anterior, e que incluiu "Cenouras" (Frederyko) e "A Nova estrela" (Wagner Tiso). Ainda em 1971, acompanhou Gal Costa em show realizado pela cantora no Teatro Opinião (RJ), tendo novamente Naná Vasconcelos na percussão. Participou, nesse mesmo ano, do filme "Nova estrela". Em 1973 o grupo gravou seu terceiro e último LP, A Matança Do Porco, com grande influência do rock progressivo e contendo canções de Wagner Tiso como, entre outras, "Armina" e a faixa-título, escrita originalmente para o filme Os Deuses E Os Mortos, de Ruy Guerra. Ainda em 1973 o grupo participou do LP Milagre Dos Peixes de Milton Nascimento. Os três LPs do grupo foram reeditados pela EMI em 1978 e, "apenas" 19 anos mais tarde, em CD.
 Retorna no começo deste ano de 2012 pelas mãos da produtora  "Um Trem Para o Sonho" da competente Margareth Reali, amiga deste Blog.



O Terço

O Terço
Por volta de 2001, Flávio Venturini fez um concerto no DirecTV Hall em São Paulo e convidou seus velhos companheiros d'O Terço. O público pode ver (ou rever) Sérgio Hinds, Cezar de Mercês, Sérgio Magrão e Luiz Moreno novamente juntos no palco e tocando as músicas do grupo nos anos 1970. O Terço, ao menos por um breve período de tempo, estava reunido novamente. A partir daí, os músicos começaram os ensaios para o retorno definitivo do grupo. A idéia era a gravação de um disco ao vivo com algumas faixas inéditas. Porém um acontecimento interromperia os planos da banda: o baterista Luiz Moreno sofreu uma parada cardíaca e faleceu, levando o grupo a desistir temporariamente da idéia do retorno. Com o apoio da esposa de Moreno, Irinéa Ribeiro, o grupo resolve continuar o projeto. O trio Sérgio Hinds, Flávio Venturini e Sérgio Magrão, junto com o baterista Sérgio Mello resolvem seguir em frente. Em 2005, enfim, o grupo marca as datas dos 3 concertos (no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais). O primeiro foi dia 4 de maio no Canecão (RJ), onde foi gravado o DVD do grupo também. Nesta noite o grupo tocou quase todas as músicas dos discos "Criaturas da Noite" (75) e "Casa Encantada" (76), além de "Tributo ao Sorriso" (70), "Suíte" (75) e "P.S. Apareça" (96), e o concerto contou com as ilustres participações de Marcus Vianna, Ruriá Duprat, Irinéa Ribeiro e o quarteto de cordas Uirapurú. Na ocasião, foi lançado um CD de um concerto que O Terço fez em 1976, no Teatro João Caetano (Rio de Janeiro). Em 2007, o CD e DVD foram enfim lançados.
O Terço continua fazendo concertos periodicamente desde 2008 para divulgação do DVD e pretende ainda lançar um disco de estúdio com músicas inéditas, sem previsão para gravação e lançamento. A banda ainda faz shows pelo Brasil quando a agenda de seus integrantes da formação original, permite.
Irinéa Ribeiro, viúva do baterista Luiz Moreno, está escrevendo um livro sobre a fase de O Terço em que seu marido tocou na banda.




Quaterna Réquiem



 Banda brasileira Quaterna Réquiem pode ser apontada como um dos grandes valores mundiais do rock progressivo nos anos 90. Formado em 1986, no Rio de Janeiro, a partir das cinzas do grupo Vitral (que incluia os "cabeças" do Quaterna, os irmãos Elisa e Claudio), dissolvido, entre outros motivos, pela saída de Wiermann (instrumentista profissional) para uma série de concertos pelo país, o primeiro Quaterna Réquiem com Dantas e alguns outros membros da formação do LP, apresenta-se exatas duas vezes antes de também debandar. O som do grupo, na época, era bem mais primitivo do que o que seria conhecido no futuro. Com ofim da série de concertos, Wiermann retorna ao Rio e, junto com o irmão Dantas, ressuscita a idéia de uma banda de rock progressivo. O ano, 1987. (Re)nascia o Quaterna Réquiem.

Após vários shows e algum entra-e-sai na formação (agora com Wiermann, Dantas, o violinista Kleber Vogel, o guitarristas Jones junior e o baixista Marco Lauria), a banda lança, em 1990, o LP "Velha Gravura", reeditado em 1993, em Cd, com duas faixas extras. Apesar do sucesso junto ao público do gênero, o Quaterna passaria por profundas mudanças no ano seguinte. Júnior deixa a banda no final de 1991 e é substituído pelo guitarrista Saulo. Com esse "line-up", a banda dá seu mais famoso show (22 de fevereiro de 1992, no MAM do Rio) antes da saída de Vogel. O violinista, junto com Júnior, daria início à banda progressiva Kaizen (lançado em CD em fins de 1994).

Nova fase para o carioca Quaterna Réquiem: o novo guitarrista Saulo convoca um amigo, o baixista Álvaro Seabra, para o grupo. Essa nova formação não dura mais que alguns meses e cerca de cinco ou seis shows (com muitos trabalhos novos). O Quaterna estava de volta ao início da estrada, ou seja, reduzido aos irmãos Elisa e Cláudio. Mas isso não seria, como chegou a circular, o fim do conjunto. A banda resiste com apenas dois membros e mais dois (excelentes) músicos convidados, o baixista Fábio Fernandez e o guitarrista Roberto Crivano, ambos da banda progressiva Agne Luz (também do Rio). Essa formação daria um show em 1993, no SESC da cidade de Três Rios e lançaria, em 1994, seu segundo trabalho, intitulado "Quasímodo", que reafirma o Quaterna como principal banda progressiva brasileira em atividade. A temporada de divulgação deste novo disco ocuparia várias semanas de shows nos Teatro João Teotônio, em 1994. Feliz de quem conferiu.

Em 1997 a banda se apresentaria no Rio Art Rock Festival, abrindo para a banda sueca Par Lindh Project, onde apresenta músicas de um novo trabalho a ser lançado, além de contar com a participação especial de Kléber Vogel em uma música e Fred Fontes no baixo, substituindo Fábio. Deste show, lançam o CD Livre em 2000. Para surpresa de todos, a banda anuncia volta de Kléber Vogel para o Quaterna em 2002. Em 2003, Kléber e Wiermann lançam o CD À Mão Livre. Nele há uma música inédita do Quaterna Réquiem.


*Eles sobrevivem e estão aí, melhor do que nunca:






Quaterna Réquiem - Live




BACAMARTE - LIVE AT TEATRO RIVAL (09/22/2012) - ULTIMO ENTARDECER






O Terço - 1974





* Uma boa leitura e audição a todos....

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Com a palavra: Tavinho Paes


estão remixando o
        fascismo

Por Tavinho Paes












o primeiro papa do século 21
vestiu o uniforme nazista
e atuou na retaguarda
dos exércitos do 3º Reich
que invadiram a pátria do papa
que ele substituiu
e manteve vivo às caneladas
por mais de duas décadas
enquanto sua maçonaria centenária
apossava-se dos cargos-chave
da burocracia eclesiástica
preparando-se para enfrentar
os exércitos do islão desembestado
numa nova guerra fanática

estão remixando o fascismo
como DJs remixam músicas antigas
em suas maquininhas
tecnologicamente corretas
em noites de raves azougueadas
preparadas para as quarentenas
das futuras epidemias anunciadas

enquanto os tribunais puritanos
preparam a nova inquisição
sob a aparente calmaria política
e a total paralisia das vanguardas
num mundo sem utopias
e cheio de ideologias vagas
um novo fascismo
está sendo cultivado pelos pamonhas
como o ovo de uma serpente
chocado num ninho de cegonhas

os novos infames agem nas sombras
instalando seus exércitos de imbecis
nos sub-escalões da administração pública
nos meios artísticos
nas redações dos jornais...

são batalhões de idiotas
infiltrados em todos os lugares
para evitar que algo fora do anunciado
possa quebrar o protocolo
são reacionários preparados
para engessar processos criativos
interromper reformas estruturais
impedir o tráfego de informações novas
evitar qualquer processo revolucionário

graças à segmentação do trabalho
e ao monitoramento da informação midiatizada
estes monstros estão camuflados na sociedade

como camaleões esfomeados
capazes de pequenas audácias

muitos sequer desconfiam
que estão sendo recrutados
ou tratados como cobaias
e não é raro flagrar alguém de esquerda
defendendo teses da direita
bebericando stolichnaya

vários agentes do novo fascismo
estão orbitando em torno de gente famosa
paparicando pessoas endinheiradas
como cortesãos de segunda classe
acreditando absorver por osmose
características dos seus senhores
sobrevivendo numa pseudocorte
de uma Maria Antonieta restaurada
amealhando sobras de brioches
e aguardando o momento exato
para afiarem a guilhotina
e se apossarem dos brincos
da cabeça cortada

por conta da vaidade narcisista
acreditam-se simpáticos
e merecedores de atenção
embora sejam insolentes
e donos de princípios éticos
de baixíssimo calão

avaliam e selecionam as pessoas
pelo saldo na conta bancária
pela aparência, pelo status-quo
adoram ser porteiros de alas vips
distribuindo pulseiras seletivas
aos acessos de áreas de exclusão
onde empresas pagam a conta do porre
e alugam o lazer e o ócio
de quem não é mais capaz
de expressar nenhuma opinião...

estes vampiros laicos
trabalham em barricadas e trincheiras
protegendo seus escolhidos
do assédio  de quem quer que seja
estabelecendo um feudo
do qual são porteiros
...e carcereiros!

quando estabelecidos em gabinetes e palácios
filtram informações, agem como censores
tirando proveitos pessoais
dos segredos, boatos e fuxicos
que interceptam e promovem aos cochichos

como cupins num compensado
espalham-se para todos os lados
rezando a missa ao contrário
em nome do padre
do espírito santo
opus-dei, amém

estes pilantras disciplinados
sentem-se à vontade
para falar de deus
fazendo a faxina dos demônios
como a que, nos Bálcãs
ameaçavam os seus

as celebridades que estão na moda
não passam de sub-lideranças úteis
manipuladas em suas vaidades fúteis
como marionetes travestidas de artistas
sustentadas e pagas pelos gestores do capital
e sua máquina publicitária global
garantindo-lhes a visibilidade
em troca de energia vital

para passarem as tropas em revista
e manterem sob controle
os mal-sucedidos e os arrivistas
nazistas batidos nas fronteiras
ganharam a batalha
50 anos depois da derrota capitulada
unificando a moeda européia na marra
com parâmetros do marco alemão
conquistando por dentro
todos os estados europeus
evitando os assaltos
das divisões armadas

posando de bem-feitores da humanidade
novos fascistas estão indo à luta
em meio à era da política corrupta
aceitando provisórias lideranças fajutas
como à Cristo, um dia, Judas aceitou
até chegar o momento propício
para trair seu comando fictício
e o derrubar com escândalos políticos

estão remixando o fascismo
como DJs de boates gays
remixam músicas do passado
e, desta vez, até você que era contra
se não estiver atento e não tomar cuidado
pode sentir-se atraído e fascinado
pela reinvenção do estado
num mundo cibernético
e celibatário

mesmo os judeus mais ortodoxos
que sobreviveram com remorsos de seus mortos
estão com seus interesses financeiros
comprometidos no mercado dos capitais voláteis
e do jeito que este mundo está indo
assimilarão o novo modelo recauchutado
e decerto participarão dos seus resultados

estão remixando o fascismo
na cara de todo mundo
com um cinismo descarado
que se sustenta às custas da apatia
das ideologias sem doutrina
evaporadas como éter na cirurgia
de um passado enterrado num porre de vodka
entre as cinzas da glasnost e da perestroika

estão remixando o fascismo
e, desta vez, você não vai poder
escolher o lado nem os adversários
desta vez: a repetição da história como farsa
trabalhada pelos publicitários
será um excepcional conto do vigário!



Tavinho Paes


Todos os direitos reservados Ⓡ


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Notas & Notáveis: Vermelho fala sobre o DVD do 14 Bis com Flávio Venturini


2013 Notável

Vermelho, 14 Bis - Foto: Ana Beltrão
Ficou mesmo para 2013 a gravação e lançamento do DVD do Grupo mineiro 14 Bis com o ex integrante e um dos fundadores da banda, Flávio Venturini. O 14 Bis está há 32 anos na estrada e não vai parar. Depois de 14 álbuns e 1 DVD, a banda prepara esta nova empreitada com o bom e velho capricho mineiro. Mineiro trabalha quieto e isso lhes confere um selo de qualidade, geralmente, absoluto. Mas o
 amigo deste blog e integrante do 14 Bis, Vermelho _ excelente tecladista e arranjador,  compositor de belíssimos hits e parceiro de Flávio na criação da imensa maioria das canções da banda_ resolveu abrir a caixa de pandora, sempre gentil, agradável e solícito com os admiradores da banda, falando com a nossa coluna:




      "Estamos em fase de planejamento para o próximo ano, incluindo, claro o DVD 14 Bis com Flavio Venturini. Já temos varias musicas ensaiadas, fizemos shows juntos em Recife, Belo Horizonte e São Paulo e basicamente ja temos o repertorio escolhido: muitas chamadas “Lado B” (canções que não fizeram tanto sucesso, mas que nosso publico sempre pede que toquemos). Entre elas, Nova Manhã, Passeio pelo Interior, Carrossel, Perdido em Abbey Road, Viola e Mel, Adoráveis Criaturas e muitas outras. E, claro, algumas releituras com arranjos bem diferentes e musicas inéditas. A ideia é não só gravar um DVD/CD de alta qualidade, como também fazer uma excursão pelas principais cidades do país. Requer planejamento das agendas de Flavio e do  14 Bis, alem, claro, de captação de patrocínio, coisa um pouco demorada às vezes, num país que não prioriza tanto a Musica e a Cultura. Mas certamente vamos conseguir, tem muita gente que está consciente de que isto aí é de importância fundamental para a harmonia social, pois toca a sensibilidade das pessoas de maneira única. E mensagens que falem de ‘Planetas e Sonhos’ e ‘Lindas Juventudes’, relembrando 'Abbey Road', sonhando 'carrosséis', 'passeios pelo interior', etc... são muito mais saudáveis do que tantas pretensas "musicas" de sucesso com mensagens de tremendo mau gosto e que incitam muitas vezes à banalização da violência, ao emburrecimento sem trazer uma diversão sadia, acompanhada de esperança por dias melhores. E acreditando em  nosso publico fiel e no poder cada vez maior das mídias alternativas (iTUnes, Facebook, Youtube, sites e jornais virtuais como os excelentes Arte Vital e Via Fanzine, por exemplo), sabemos que podemos somar forças e espalhar um mensagem bonita, que sempre esteve presente em nossa musica. Mas antes do DVD, tanto nós como Flávio, devemos cada um lançar um CD individual.  Ainda não conversamos muito a respeito, mas, provavelmente, devemos gravar algumas releituras de musicas nossas, ao lado de outros compositores, como Beto Guedes, por exemplo... e também canções inéditas, ainda mais que Eu e Claudio, juntamente com Hely e Magrão, já estamos com algumas canções sendo finalizadas. Então, contamos com apoio de vocês, sempre ligados nas coisas boas, como a Musica e manteremos vocês informados a medida que as coisas forem se delineando e acontecendo. Temos certeza de que, 2013 é o ano do 14 Bis!"

       A banda ainda fecha o ano de 2012 com dois shows em eventos fechados e abre 2013 tocando no dia 11 de janeiro no "Planeta Verão" em Fortaleza CE.




Nota triste

      Mitch Lucker, vocalista do Suicide Silence, faleceu na manhã do 1º de novembro, mais precisamente, na quinta-feira passada, na Califórnia. O músico, de 28 anos, sofreu um grave acidente de moto e não resistiu aos ferimentos. Lucker foi declarado morto na UTI do hospital de Orange County às 6h17, segundo o The Press Enterprise.



Zeca Baleiro e sua Salada "Z"

      “Lado Z, Vol. 2” é o novo álbum de Zeca Baleiro e reúne duetos com alguns de seus grandes amigos: Charlie Brown Jr., Fagner, Lobão, Martinho Da Vila, Paulinho Mosca, Rolando Boldrin, entre outros.
O disco expõe a faceta intérprete de Zeca. Tão conhecido por sua voz ímpar quanto por suas boas composições, Baleiro também merece respeito por sua habilidade em adaptar-se a outros trabalhos. O maranhense “passeia” à vontade em diversos estilos, sempre deixado sua marca pessoal, com destaques para a faixa de abertura “Homem Com H”, “Uma Canção no Rádio (Filme Antigo)” com Fagner, “Léo e Bia” com Oswaldo Montenegro e para a debochada “Xanéu Nº 5” com O Teatro Mágico.



Coldplay luxuoso

Coldplay














     

      O Coldplay está preparando um megalançamento para "Live 2012", seu primeiro DVD ao vivo em nove anos. A banda de Chris Martin pretende lançar o material em salas de cinema no mundo todo em 13 de novembro. As informações são da revista Rolling Stone.  A lista de países que exibirão "Live 2012" é extensa e inclui Argentina, Brasil, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Japão, Honduras, Singapura, Malásia e Malta. "Live 2012" terá 20 exibições em salas nacionais. As sessões serão às 19h30 e às 21h40. pós a exbição nos cinemas, o registro será lançado em CD, DVD e Blu-ray dia 19 de novembro. A banda também irá lançar formatos virtuais como um e-book para iPads e iPhones.


O Zepellin de Chumbo está de volta
Jimmy Page
O guitarrista do LED ZEPPELIN, JIMMY PAGE, revelou que está mesmo trabalhando na remasterização de vários álbuns do Led, visando um lançamento em 2013. Page, que também supervisionou a confecção do lançamento em home vídeo de ‘Celebration Day’, registro do show da banda no O2 Arena de Londres em 2007, revelou em uma nova entrevista para a revista britânica MOJO que ele está trabalhando em material extra para cada álbum que a banda gravou e que eles verão a luz do dia em uma séria de lançamentos de boxed sets, a começar em 2013. 
Celebration Days já saiu!!!





 

"Nave de Prata":  de Vermelho e Márcio Borges
    Grupo 14 Bis






segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Setenta anos de Milton Nascimento



Os Mil Tons da Música do Mundo
Por Antonio Siqueira

Milton: Caricaturado por Head




















 “... Vou achar um novo amor
Vou morrer só quando for
A jogar o meu braço no mundo
Fazer meu outubro de homem
Matar com amor essa dor. Vou fazer desse chão minha vida...” 

     

     Chegar aos setenta anos de idade e, ao mesmo tempo, completar cinquenta anos de uma carreira musical, com toda certeza é um marco para qualquer artista. Apesar do lixo que nos empurram todos os dias, 90% de todo esse rejeito, volta para onde veio, isto é: para o nada! Não é fácil manter-se vivo no mercado da música brasileira. Milton Nascimento faz parte de um time seleto de notáveis da primeira arte contemporânea. Uma turma especial que completa setenta anos de idade física e, a maioria, meio século de carreira artística bem sucedida.

      Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola... Gente muito ilustre, compositores da alma e da cultura de um povo que nos anos 1960, passou por um questionamento cruel ante o momento conturbado desta década de incertezas: O engajamento ou a cultura de massa. O golpe de 1964 decretou uma espécie de “guerra de valores civis” ou “guerra civil cultural”. Enquanto uma camada densa da sociedade apoiava a revolução dos tiranossauros milicos de carreira, consumindo lixo cultural nacional e “enlatado”, outra fina camada, dentro deste contexto, empunhava uma intensa militância política. Uma parte do movimento bossanovista evoluiu rapidamente em direção da chamada “canção de protesto”, os militantes do antigo CPC (Centro Popular de Cultura) encenavam peças de teatro em portas de fábricas, favelas e sindicatos, publicando cadernos de poesia vendidos a preços populares, trabalhando em contato direto com as massas. Os festivais da canção eram como uma espécie de termômetro da música brasileira e foi no II Festival Internacional da Canção de 1967 que Milton Nascimento, este cidadão nascido no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1942, começou a realizar sua “Travessia” épica. Com um segundo lugar com sabor moral de primeiro, defendendo um dos maiores clássicos da MPB Contemporânea, Milton cantou para o mundo sua composição em parceria com o, na época estudante e notável poeta, Fernando Brant para um Maracanãzinho transbordando gente e emoção, em um uníssono surreal e raro.

   
      Milton transcendeu o anonimato como cantor gravando um LP no Rio de Janeiro em 1966. EM 1967, segundo o trecho da contracapa do disco Milton e Tamba Trio: Milton Nascimento entrou no estúdio acompanhado pelo Tamba Trio, no Rio de Janeiro, em 1967, para gravar seu primeiro disco. O encontro de Milton & Tamba com os arranjos de Luizinho Eça fazem de Travessia um álbum definitivo e eternamente moderno. E ganhou o mundo, o Bituca (como é carinhosamente chamado pelos irmãos de estrada)! Antes de “Travessia” a sua “Canção do Sal” já ecoava por ouvidos exigentes na voz de Elis Regina. Elis foi quem, de longe, melhor interpretou as canções de Milton. Parecia haver uma sintonia perfeita entre a harmonia e os acordes de suas criações com a voz e o talento explosivos da “Pimentinha”; era a “Mão e a Luva”. Certa feita, Elis, revelou em entrevista que até um “bom dia” de Milton “humilhava” e que “Se Deus quisesse nos falar, falaria pela voz de Milton Nascimento”. Exagero? Não. Milton canta e canta lindo ao extremo. O FIC de 1967 serviu apenas para adiantar o que viria pela frente, um sucesso sucedendo o outro. “Gira girou” com Márcio Borges, “Outubro” com Brant... “Maria Minha Fé”... Milton desfilava um rosário de maravilhas até ter sido catapultado para os EUA. Lá gravou o mesmo álbum, só que em inglês e com arranjos e orquestrações USA. Já em 1969, o terceiro álbum, Milton Nascimento, traria uma prévia, um breve ensaio do que seria o “Clube da Esquina”. Com composições de Nelson Ângelo, Toninho Horta, “o Mar do meu chão”, linda parceria de Dori Caymmi e Nelso Mottae emplacaria clássicos como “Sentinela” e “Beco do Mota”, ambas as parcerias com Fernando Brant. A parceria com o notável “Som Imaginário” do eterno companheiro de estradas, Wagner Tiso, foi um dos marcos de sua carreira. O LP “MILTON” é uma obra-prima roqueira e cancioneira ao mesmo tempo e também viria apresentar as composições de um adolescente de 16 anos chamado Salomão Borges Filho, o Lô; menino que já impressionava pela originalidade de suas harmonias trabalhadas e com sua parceria perfeita com o irmão Márcio. Era a prévia para o álbum que viria ser o divisor de águas da MPB Moderna e revolucionaria o jeito de se fazer musica por aqui. A Bossa Nova dava as cartas e também serviu de inspiração para o que estava por vir.



Foto: Mario Thompson



      Voltando ao finzinho dos anos 1960, na pensão aonde foi morar na capital, no Edifício Levy, Milton conheceu os irmãos Borges, Marilton, e Márcio. Foi num desses bares em troca de pão e escondidos do Juizado de menores que, ao lado dos irmãos, Borges formou, em 1969, o importante conjunto musical Clube da Esquina, Meca da MPB da década de 70. Dos encontros no bar da esquina das Ruas Divinópolis com Paraisópolis surgiram os acordes e letras de canções como Cravo e Canela, Alunar, Para Lennon e McCartney, Trem azul, Nada será como antes, Estrelas, São Vicente e Cais. Aos meninos fãs do The Beatles e do The Platters vieram juntar-sea eles, Nelson Angelo,  Helvius Villela, Emir Deodato, Beto Guedes, Fernando Brant, Robertinho Silva, Toninho Horta, Tavito, entre outros notáveis. Em 1972 a EMI gravou o primeiro LP, Clube da esquina, que era duplo e apresentava um grupo de jovens que chamou a atenção pelas composições engajadas, a miscelânea de sons e riqueza poética. O Clube da esquina escreveu um dos mais importantes capítulos da história da MPB. Chamou a atenção dos músicos brasileiros e estrangeiros, dada a sua ousadia artística e criatividade inovadora. Quando de seu lançamento, a crítica especializada não teve a capacidade de entender o que estava acontecendo e fez comentários severos a respeito da obra. Pouco tempo depois o disco teve reconhecimento internacional e ganhou o prestígio merecido aqui no Brasil também. O álbum virou disco de cabeceira de músicos no mundo inteiro, tornando-se referência estilística e estética da música contemporânea, e levou Milton Nascimento a ser convidado por Wayne Shorter a gravar um disco com ele, em 1975. O disco chamava-se Native Dancer e serviu para projetar Milton de uma vez por todas no mercado norte-americano.

   
      Seis anos depois desta epopeia revolucionária, na qual reuniu seus principais amigos e músicos da época e revelou Lô Borges, então um menino de 18 anos, como compositor de raro talento, Milton resolveu reviver aquela atmosfera mágica de criação e agregação de outros talentos. Agora teria de convocar mais gente: Tavinho Moura, Flávio Venturini, Vermelho, Joyce, Gonzaguinha, Chico Buarque, Francis Hime e Elis Regina fariam parte da Locomotiva Musical de “Clube da Esquina nº2”. Que ainda contou com artistas uruguaios, chilenos e uma nata de latino americanos da pesada. Outra obra-prima, outro marco histórico.



Foto: Mario Thompson



      Milton Nascimento difere dos outros artistas contemporâneos a sua trajetória; ela canta a terra, a raiz, a folha e o sal da terra, em um mosaico de temas e segmentos que ninguém possui. Enquanto os pós-tropicalistas e alguns bossanovistas perderam a mão de suas criações com o fim dos anos de chumbo e a abertura democrática, Milton seguiu seu caminho e foi, literalmente, onde o povo estava. Sua discografia é cristalina, unanime coesa e belíssima, onde se encontram épicos como “Minas” - 1975, “Geraes” – 1976, “Sentinela” – 1981, “Caçador de Mim” – 1982, “Ãnimã” – 1983, “Ao Vivo” – 1983, entre outros álbuns magníficos. Sua voz, um oceano de variações rítmicas e tonalidades que podem interpretar o mais ousado dos rocks a mais complexa opereta; Mil tons literalmente falando; Um oceano de voz orgânica, um monstro sagrado da canção popular.



      Seu legado se estende por uma discografia de 36 álbuns e uma dezena de projetos maravilhosos. Um deles foi o “Grande Circo Místico”.  Milton Nascimento integrou o grupo seleto de intérpretes da MPB que viajaram o país durante dois anos apresentando o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma plateia de mais de 200 mil pessoas. Milton interpretou a canção Beatriz, composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século. Outra obra-prima dos musicais foi “Missa dos Quilombos” com textos de D.Pedro Casaldaliga e Pedro Tierra e Música de Milton Nascimento com  participação brilhante de Flávio Venturini. Não menos belas que a mais recente “Tambores de Minas”, onde Milton carrega para o palco dezenas de crianças. O estilo musical de Milton pode ser classificado como Música Popular Brasileira, surgido de um desdobramento do movimento da bossa nova, com fortes influências desta, do jazz, do jazz-rock e de grandes expoentes do rock, como os Beatles, Bob Dylan e com pitadas tanto da música hispano-americana de Mercedes Sosa, Violeta Parra e Victor Jara, quanto dos sons caribenhos de Pablo Milanes e Silvio Rodríguez. Ao mesmo tempo, o estilo de Milton Nascimento não deixa de beber nas fontes regionais brasileiras, nos cantos folclóricos de Minas Gerais e de outros estados. Um universo de musicalidade e sensibilidade ímpares.

No dia 26 de outubro, sexta-feira passada, Bituca fez aniversário completando 70 anos de idade. Uma carreira de 50 anos de estrada e uma obra difícil de ser comparada a de qualquer outro artista de seu tempo. São tantas histórias, casos, tantos mitos e passagens brilhantes na carreira deste gênio da canção pop mundial, que uma biografia seria e voltada para a obra deste patrimônio mundial da cultura seria bem vinda. Vida Longa ao Bituca. Som, amor e poesia para uma era de incertezas e, também, de realizações humanas como Milton Nascimento.



Caricatura: Head

Fotos: Mario Thompson



Clube da Esquina - 40 anos de um sonho que nunca envelhece
By Arte Vital Vídeos







Passo Piraju é barbárie consentida pela FUNAI



ATENÇÃO: PEDRO RIOS LEÃO, ÚNICA TESTEMUNHA NÃO INDÍGENA NA ALDEIA DE MATO PIRAJU DENUNCIA O ESTUPRO DE UMA ÍNDIA POR HOMENS NO CARRO DO PREFEITO IGUATEMI


"NOTICIAS DO MS:

Pedro Rios Leão
"Estou imerso há 3 dias na aldeia de Passo Piraju, sou o único branco no lugar e não consegui acessar a internet, estou tentando conseguir uma antena para estender meu contato até lá. O clima é muito tenso, o despejo foi decretado. Sexta feira, enquanto o latifundiário Gino Ferreira, ex-vereador, cobrava o despejo, uma índia em pielyto kwe foi espancada e violentada enquanto transitava para fora da aldeia. Ela estava em um carro com outros indígenas e foi a única que não conseguiu escapar. A caminhonete que interceptou o carro pertence ao Zé Roberto, prefeito da cidade de Iguatemi.
O deputado Fernando Gabeira esteve em Dourados e queria visitar Passo Piraju e Pielyto Kwe, foi impedido pela própria FUNAI que também impediu que as lideranças indígenas chegassem perto do deputado.
O clima é de barbárie total e a minha presença incomoda e muito os fazendeiros.
 Os pistoleiros não são meros capangas de fazendeiros, são empresas de segurança privada barbarizando com a constituição e assassinando os índios a sangue frio com as bençãos da polícia civil, muitas vezes com livre acesso a todos os terrenos por usar viaturas da polícia civil. Empresas como SEPRIVA e GASP. Eu estou trabalhando muito junto a aldeia e não tenho mais como articular com o pessoal de fora, mas por favor, não deixem de trabalhar. Está muito muito obscura a situação no mato grosso do sul. A FORÇA NACIONAL TEM QUE REMOVER OS FAZENDEIROS DO TERRITÓRIO INDÍGENA.

Consegui analisar alguns documentos, entendo a urgência que muitos que me acompanham esperam mas a informação necessária é simples: está acontecendo um massacre, e nem a demarcação resolve, porque os fazendeiros não cumprem, matam, estupram, roubam, aterrorizam, e não são punidos, e a própria FUNAI tenta encobrir os absurdos. O governo federal tem que mandar proteção urgente para os índios e mesmo a minha vida corre risco enquanto eu estiver aqui registrando.

É preciso que continue a se forçar uma atitude do governo federal, que na era Lula deixou matar bem mais lideranças indígenas do que no governo do nefasto FHC. (podem pesquisar, eu juro que não é implicância minha) Assim como na reforma agrária foi mais latifundiário que os Tucanos. Esse é o preço da parceria com Sarneys e Barbalhos. Eu peço, para a própria base petista, para que tome uma providência. Que peça ação urgente por dentro do partido.

E amigos, não me deixem ser o único "Caraí" no fogo cruzado. Pressionem os jornalistas, os deputados, quem puder. Está assustador. Se acontecer alguma coisa comigo, a culpa é do PT."

Enviado por Pedro Rios Leão.

*Pedro é um dos membros efetivos do Tribunal Popular....ele é mais um dos TPs ameaçados por tentar defender os direitos constitucionais dos arts 5°, 231 e 232 da nossa carta magna...."



PS: Esse é o telefone da Promoção e defesa de direitos humanos, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Peçam para o Paulo Maldos tomar uma providência e mandar a força nacional proteger as aldeias.
Gaste 5 minutos do seu dia com isso (61) 2025 9617.
POR FAVOR LIGUEM, DIVULGUEM E COMPARTILHEM!!


"Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Essa massa de nativos viveu por séculos sem consciência de si... Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros...."
(Professor Darcy Ribeiro)




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

70 anos de Milton "Canta Lindo" Nascimento

           

           Hoje é aniversário de Milton Nascimento e não é um aniversário qualquer': Milton completa 70 anos de idade, no mesmo ano em que emplaca 50 anos de uma carreira brilhante, de vasta obra em 36 álbuns autorais e que ainda tem muita lenha para queimar. E este blog não poderia deixar de lembrar deste marco, deste patrimônio da MPB Moderna, cuja carreira internacional também é um grande sucesso. O Arte Vital parabeniza o artista e traz uma sessão de vídeos a serem publicados durante o dia de hoje.

  

VIDA LONGA PARA TI,
MILTON NASCIMENTO!












Milton Nascimento - San Vicente - by Arte Vital Vídeos







terça-feira, 23 de outubro de 2012

Um sonho real que mudou a história do mundo:



De Minas para a Lua  
Por Antônio Siqueira




O antológico primeiro voo de um homem














       

        Os estadunidenses vão discordar por toda a eternidade, pois a arrogância e a prepotência dos “irmãos do Norte” não os permite filtrar esta realidade mais que comprovada. Contudo, afirmar que o “pai da aviação” é um mineiro de Palmira não é mera patriotada. Assinam em baixo centenas de autoridades e curiosos presentes ao Campo de Bagalette, em Paris, no dia 23 de outubro de 1906, quando o 14-Bis voou por mais de 50 metros e garantiu a seu inventor, Alberto Santos Dumont, um prêmio e um lugar na história.

         Em contraste com os irmãos Wilbur e Orville Wright, que afirmaram ter voado em 1903 com um biplano, o avião do brasileiro foi o primeiro aparelho mais pesado que o ar a sair do chão com recursos próprios, enquanto o dos estadunidenses, conforme eles próprios reconheceram, foi impulsionado por uma catapulta. Mas a polêmica, provavelmente, jamais terá fim: as brechas deixadas pela historia (esta ciência longe de ser exata) são, especialmente, o que torna o seu estudo fascinante.

         Imperdoável seria permitir que a polêmica tirasse o brilho desse brasileiro nascido em 20 de julho de 1873. Seu pai, Henrique Dumont, era um rico plantador de café. Palmira, mais tarde rebatizada com o nome do seu filho mais ilustre, na época fazia parte de um Brasil pouco propício ao surgimento de inventores, apesar da paixão do Imperador Dom Pedro II pela ciência: era um país essencialmente agrário, com suas elites voltadas para as práticas bacharelescas. ”Se o filho de um fazendeiro sonhasse em se transformar em aeronauta, cometeria um verdadeiro pecado social”, afirmou Santos Dumont, mais tarde, já na França, aonde chegou em 1891 para desenvolver seus principais projetos. Na ótima formação obtida com professores e cientistas franceses - complementando o estudo em bons colégios de São Paulo, quando a família já morava em Ribeirão Preto - incluiu-se a leitura das obras de Julio Verne, o escritor das aventuras impossíveis, que lhe deu, literalmente, asas à imaginação.

         Toda época tem o seu centro de convergência. Se hoje é Nova Iorque e um dia foi Roma, no final do século 19, não havia melhor lugar para ficar famoso do que Paris. Foi lá que aquele brasileiro, de estatura baixa e franzino, que gostava de se vestir bem e falar pouco, começou a conquistar os céus. Primeiro com balões, depois com os dirigíveis e, por fim, com os aeroplanos.


O voo do Dirigível em Paris
  Após estudar os automóveis, Santos Dumont construiu os primeiros veículos aéreos de combustão e chegou a escapar da morte algumas vezes. Em agosto de 1901, o dirigível nº 5 bateu em um hotel e ele ficou preso nas cordas, na ocasião, foi salvo pelos bombeiros parisienses.
         Foi uma prévia do que aconteceria mais tarde com alguns pioneiros da aviação num período em que acidentes de avião, mais ou menos graves, se tornariam comuns. Antes que seu nome figurasse no obituário de algum matutino francês, era preciso que o inventor brasileiro, se lançasse, enfim, a um grande desafio e a oportunidade surgiu com o Prêmio Deustch.

         É curioso que muita gente, ao falar sobre Santos Dumont, mencione apenas dois fatos: o voo do 14-Bis e o suicídio. O primeiro, grande feito, porém, o tornou famoso, valendo-lhe o reconhecimento e os elogios de destacadas personalidades mundiais como o inventor Thomas Alva Edson. A façanha ocorreu em 1901, quando Santos Dumont, saindo campo de Saint-Cloud, contornou a Torre Eiffel com seu dirigível nº 6 e retornou em 30 segundos. Era a primeira pessoa a dirigir um veículo aéreo num percurso previamente determinado - um avanço tão importante para a aviação quanto seria para a indústria automobilística, a invenção do arranque automático em 1911, invenção essa, que abriria caminho para a produção de carros em massa.

        Aclamado pela multidão que acompanhou o vôo, Santos Dumont recebeu o prêmio de 100 mil francos instituído por Deutsch de la Meurthe, o maior importador de petróleo da França na época. Assim como nunca patenteou seus inventos, inclusive, dando liberdade a qualquer um para copiá-los e melhor desenvolvê-los, Santos Dumont preferiu dividir o prêmio entre os mecânicos que trabalhavam em seus projetos e os desempregados de Paris.

      O 14-Bis recebeu esta nomenclatura, porque, nos testes iniciais, o aeroplano era lançado a partir do dirigível nº 14 por repetidas vezes, daí a expressão "Bis". Até então, Santos Dumont aterrissava com seus estranhos dirigíveis nas ruas de Paris, levava passageiros, inclusive crianças, e ia aperfeiçoando os seus modelos. Num desses passeios, em 1903, a jovem cubana Aída Costa - que muitos acreditam ter tido um romance com o brasileiro -, tornou-se a primeira mulher a pilotar um veiculo aéreo.

      Enquanto isso, no Brasil, as pessoas fugiam da vacina e o avanço científico encontrava pouco estímulo numa economia exportadora de matérias-primas. Pelo badalado vôo do 14-Bis, realizado em 23 outubro de 1906, Santos Dumont recebeu o Prêmio Archdeacon, de 3 mil francos - curiosamente, valor menor do que embolsara pelo vôo com dirigível nº 6. No mês seguinte, em 12 novembro, ele voaria ainda mais longe, percorrendo além de 200 metros no mesmo campo de Bagatelle e conquistando o prêmio de 1.500 francos oferecido pelo Aeroclube da França.


Os primeiros aeroplanos: Projeto muito louco!
  Alguns dos maiores nomes da aviação estavam na disputa, como os franceses Voisin e Blériot, que, com problemas mecânicos na ocasião, tiveram que aguardar mais alguns anos para escreverem seus nomes na história da aviação. Os ausentes do encontro foram os irmãos Wrigth, que, ao que tudo indica, “amarelaram”. Isso fez que com que pairassem  no ar as mais fortes suspeitas sobre a veracidade do vôo que afirmam ter feito em 1903, na Carolina Norte, vôo este que, os estadunidenses consideram o primeiro da história - mas que não foi testemunhado por nenhuma alma, a não ser a dos próprios interessados, Wilbur e Orville.

      Santos Dumont ainda construiria no final de 1907, o modelo Demoiselle, uma grande sensação por suas pequenas dimensões e fácil dirigibilidade. Em 1910, no entanto, o brasileiro abandonaria de vez os projetos da aviação - apenas um ano depois da primeira feira de produtos aeronáuticos do mundo, em Reims, na França. A esclerose múltipla, doença que o acompanhava havia alguns anos, estava se manifestando fortemente. E a partir de então, Santos Dumont se dedicaria - entre uma ou outra internação -, aos estudos astronômicos.

      Recebeu homenagens diversas, inclusive, nos monumentos de Saint-Cloud e em Bagatelle, palcos parisienses de suas maiores façanhas. Fez algumas viagens ao Brasil, até a volta definitiva em 1928. Dois anos antes, tinha pedido em casamento a filha de Gabriel Voisin, mas o pai vetou suas pretensões, devido à diferença de idade. O brasileiro contava com 53 anos e jovem Janine Voisin apenas 17. Atualmente, Janine está viva e reside no interior da França com seus 96 anos.

      À medida que o século 20 firmava-se, intensificava uma escalada de violência. Santos Dumont se recolhia a seus estudos e aos discursos pela paz, além de se dedicar a invenções revolucionárias para a época, como um original chuveiro de água aquecida (graças ao uso de álcool), instalado na excêntrica casa que construiu em Petrópolis - que chamava de “A Encantada” -, cujos degraus foram planejados para que o visitante só pudesse entrar com o pé direito. Os aviões, já então transformados em eficientes armas de guerra, tinham criado mitos, como o alemão Manfred Von Richtofen, o Barão Vermelho, vitorioso combatente na Primeira Guerra Mundial. No Brasil, aviões foram utilizados na Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo. No dia 23 de junho daquele ano, aos 59 anos, Santos Dumont se enforcou com uma gravata num hotel em Guarujá, no litoral paulista. Se sua morte foi motivada pelo uso bélico dos aviões (como foi popularmente disseminado) ou se foi simplesmente em conseqüência de sua terrível doença, nunca se soube com certeza.

   
Santos Dumont
No inicio do século, ele chegara a autorizar que seus balões fossem usados para fins militares pela França, mas com certeza, não imaginava o poder de destruição que seu invento alcançaria pouco tempo depois. Ele chegou a presenciar um desses violentos bombardeios na sua fazenda em São Paulo e, segundo pesquisadores, teve uma crise violenta, se sentindo ao mesmo tempo, culpado e traído. Dumont morreu antes de ouvir falar em nomes como Spitfire, kamikazes, Enola GayB52U2 ou os mais recentes modelos de aeronaves equipadas com recursos diversos, como o da tecnologia
Stealth (que as tornam invisíveis a radares convencionais); porém, todos, transformados em incrementadas “máquinas de fazer morte”.


       

      Em homenagem e em reconhecimento ao seu trabalho para a aviação mundial, desde 1976, o nome deste genial pesquisador e inventor mineiro batiza uma das crateras da Lua.



   *Texto publicado originalmente no Jornal Via Fanzine em 21 de outubro de 2005.

                                               
      Todos os direitos reservados  ao autor da obra ®



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Violões de Minas


Uma magia real

        Por Antonio Siqueira


"Eu não ando só. Só ando em boa companhia. Com meu violão, minha canção e a poesia."
                                              Vinicius de Moraes



      As configurações modernas do violão, (o desenho) foram confeccionadas na Espanha. Presente hoje em quase todos os gêneros musicais populares, sua abrangência só se compara à do piano. Ao longo do tempo este  instrumento sofreu grandes evoluções e, hoje em dia, possui uma grande variedade de formatos e tamanhos, cada qual mais apropriado a um estilo de execução. Marginalizado durante boa parte do século XX, o violão popular hoje é sinônimo de beleza e sonoridade ímpares.
A história do violão pode ser traçada com mais de 4.000 anos.Muitas teorias têm sido criadas sobre os ancestrais do instrumento. Menciona-se frequentemente que o violão derivou do alaúde, ou mesmo da Kithara Grega antiga.
Os rastros mais antigos encontrados por arqueólgos são: a Harpa Côncava e o 'Tanburs'nas regiões de civilizações Sumérias, Babilônicas e Egípcias. Muito tempo!
O violão acompanhou a história das civilizações. As primeiras obras publicadas para violão, datam do século XVI. Pelos artistas espanhóis Alfonso Mudarra e Migue Fuenllana. Em peças clássicas, no século XIX, ele se sedimentou e caiu no gosto popular. No Brasil, diversos nomes respondem pelo instrumento mais popular do planeta.

    O músico mineiro, Geraldo Viana produziu em 2006, o documentário, "Violões de Minas" em DVD, que destaca a história do violão apresentando os principais intérpretes do instrumento no estado.Destaque para os violonistas, Toninho Horta, Juarez Moreira, Gilvan de Oliveira, Chiquito Braga, José Lucena, Aliéksey Vianna, entre outros.


"Eu não ando só. Só ando em boa companhia. Com meu violão, minha canção e a poesia."
                                              Vinicius de Moraes



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Notas, notáveis, nem tão notáveis e afins


De volta
A coluna “Notas e Notáveis”, andou parada, mas está de volta. A realidade é que o momento criativo anda meio estagnado e o escriba aqui também arrumou outros afazeres. As eleições se definiram em várias cidades e Estados. Neste período as coisas tendem a estagnar mesmo, haja vista que muita gente por aí, depende desse quadro lamentável de interesses e pressupostos da subserviência para pôr algum trabalho em evidencia. De qualquer forma, sempre existe algo acontecendo, mesmo que seja um evento medíocre como o “Voicer”, reality que a Rede Globo resolveu veicular para emburrecer ainda mais o cenário sócio-cultural de seus telespectadores. Claudia Leite, Carlinhos Brown e Lulu Santos (este sempre foi de circo) são de uma mediocridade tão grande que não merecem respaldo.



Led Zeppelin: show do '02 Arena' sai em DVD

Depois de diversas "deixas" e uma contagem regressiva feita através do Facebook, o Led Zeppelin finalmente anunciou oficialmente o lançamento em filme da reunião da banda em 2007.

Intitulado “Celebration Day”, o filme terá imagens do show em que a banda se reuniu em homenagem ao fundador da gravadora Atlantic, Ahmet Ertegun, que assinou a banda nos anos 60.

O show aconteceu no O2 Arena, em Londres, com os membros fundadores John Paul Jones, Jimmy Page e Robert Plant, que contaram com Jason Bonham - filho do falecido baterista John Bonham - em uma apresentação de duas horas, para 18 mil pessoas.

“Celebration Day” será exibido nos cinemas a partir de 17 de outubro, após a pré-estreia em 13 de setembro. O filme será lançado em CD e DVD no dia 19 de novembro.



Dylan ressurge

Bob Dylan está notável! É verdade que ao longo de sua carreira, o músico teve altos e baixos, acertou e errou muitas vezes. Incorporou personas diferentes. Já fez som plugado e desplugado. Afugentou fãs por motivos que serviram para angariar outros tantos. "Tempest", o 35º álbum de uma extensa discografia, está aí para provar que Dylan tem sempre algo para mostrar. Não que Dylan, do alto de seus 71 anos, tenha resolvido revolucionar a música. Não, ele faz o que sempre fez - folk, blues, rock, country e baladas - só que consegue parecer renovado dentro de sua seara. A curva que acompanha a linha do tempo do artista, aponta para cima, mais uma vez.



O alagoano acordou

Djavan volta às prateleiras e aos ouvidos dos fãs com seu novo ábum,"Rua dos Amores".
Ainda não ouvi, mas o título é sugestivo. Djavan é um dos pouquissimos artistas nacionais que, quando resolve gravar, acerta. seu ultimo trabalho, "Ária", é formidável.


De Hong Kong para as galáxias


Lidi Satier











     A cantora e compositora brasiliense e radicada em Hong Kong, Lidi Satier, estará no Brasil para lançamento do seu álbum, “Teia”. O cd será lançado no Clube do Choro em Brasília e promete ser uma agradável novidade. Lidi conta com um time de músicos notáveis e a produção competente e elaborada de Hamilton Pinheiro e co produção da também compositora, Vanessa Pinheiro. Cláudio Venturini canta com Ela a faixa “Em algum lugar”, parceria com Tuca de Oliveira e Vanessa, belíssima balada que já é o carro-chefe do disco. Merece atenção, pois é um álbum conceitual de primeira grandeza e Lidi Satier canta, canta e canta muito!


Aqui você confere o making do clipe de lançamento de "Teia":







terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Música da Nova Era


New Age: A música dos Anjos

Por Antonio Siqueira




Desde os Beatles, existem artistas populares que têm cantado músicas que promovem filosofias e crenças da Nova Era. O disco de 1979 dos Bee Gees, "Espíritos que têm voado", faz referência à reencarnação. Também os fascinava o ocultismo. Maurice e Robin diziam ter poderes psíquicos extra-sensoriais. Prince, cujos temas tratam de erotismo, algumas vezes misturado com religião, na sua música "Sexualidade", do álbum "Sinais dos Novos Tempos", se refere à uma segunda vinda, uma "revolução da Nova Era", que será uma era "em que tudo será permitido".


       Outros cantores populares que introduziram conceitos da Nova Era, têm sido Whitney Houston, na sua música "O maior amor", Mariah Carey em "Herói" (ambas promovem o conceito da Nova Era de amor a si mesmo), e Elton John na música tema do "Rei Leão", o "Círculo da Vida" (que faz referência ao ciclo da vida na reencarnação). Vanessa Williams canta "as cores do vento" no filme "Pocahontas" , que abertamente promove a idéia panteísta e animista de que "cada rocha e árvore e criatura tem uma vida, um espírito e um nome". No Brasil, o grupo "Sagrado Coração da Terra" inseriu esse conceito de maneira bem sucedida, Marcus Vianna foi feliz com a produção do LP "Flecha" em 1983. Também em 1983, Vangelis arrastaria John Anderson, vocalista e líder do Yes para uma viagem na New Age. Gravaram juntos "Short Stories",
"The Friends of Mr. Cairo " e " Page of Life ", belíssimos trabalhos do gênero. Anderson e o Yes gravaram em 1974 o místico e viajante "Relayer", um dos clássicos da banda.

 O panteísmo é a crença pagã de que uma energia universal, ou uma essência impessoal de Deus permeia todas as coisas, animadas e inanimadas. O animismo ensina que tudo tem um espírito que pode comunicar-se com o espírito humano. De maneira que o primeiro tipo de música da Nova Era é aquele que ela promove por meio da sua letra, seja aberta ou sutilmente."Yuppie Muzak", música para inspirar estados alterados da consciência ou meditação mística, é o segundo tipo de música da Nova Era. É o tipo mais prolífero. Você pode ir a qualquer loja de música e encontrar prateleiras e prateleiras de música de meditação mística sob o nome de "New Age".

 Este conceito de New Age surgiu quando músicos e compositores profissionais aceitaram as filosofias e crenças do movimento. Começaram a usar seus talentos a serviço de suas inclinações místicas. Muzak é a música da Nova Era definida mais com base na intenção do artista do que pelo seu estilo ou som. Tem sido preparada para servir como "música de fundo para a meditação ou para alcançar algum tipo de estado alterado de consciência". Portanto, pode parecer chata quando escutada em situação normal.

 A música no mundo ocidental geralmente tem quatro elementos: melodia, harmonia, ritmo e tempo ou compasso. A música meditativa usualmente carece de tempo, melodia e ritmo. Na maioria das vezes, não tem uma melodia que se possa assobiar depois de escutá-la. Essa música tem se tornado tão popular que os prestigiosos prêmios Grammy em 1987 a incluíram numa categoria musical New Age.

Basicamente se compõe de sons harmoniosos, às vezes acompanhados de sons ambientais místicos do espaço exterior, que dão a sensação de estar rodeado de uma presença pavorosa. A música meditativa ocasionalmente emprega também compassos e sons místicos. Às vezes utiliza sons da natureza, como o som da chuva, o murmúrio das folhas no vento, os sons do mar, da correnteza da água, o canto das aves e outros sons da natureza. Os teólogos modernos acreditam e têm pregado que Satanás usa alguns elementos da criação de Deus e os  incorporada na sua sutil música meditativa, para fazê-la parecer inocente e inofensiva. Segundo monges budistas, a música da Nova Era pode ser usada para inspirar um estado de transe que pode ser o primeiro passo num caminho escorregadio para outras formas perigosas de meditação mística e os estados alterados de consciência. Os perigos da meditação oriental mística e as diferenças entre esta e a meditação bíblica são e serão sempre discutidos com amplitude. Porém, se este é o estilo de música preferido pelo diabo, é sinal de que ele tem bom gosto.



Alguns artistas populares que compõem música da Nova Era são: Enya,Vangelis, Loreena Mackennety, Sertie, Shakti, Kitaro, Yanni e Stephen Helpern:



 Enya

Seu álbum Watermark, que foi lançado em 1988, a levou ao reconhecimento internacional, e Enya ficou conhecida por seu som único, que foi caracterizado por camadas de voz, melodias folk, cenários sintetizados e reverberações etéreas.

Ela continuou fazendo sucesso constante durante os anos 90 e 2000. Seu álbum de 2000, A Day Without Rain, obteve vendas recordes (mais de 15 milhões) e foi o álbum mais vendido por uma artista feminina em 2001. Enya é a artista solo que mais vende e, do país, é oficialmente a segunda maior exportadora musical, depois da banda U2. Ao todo, Enya vendeu mais de 70 milhões de discos. Seu trabalho lhe rendeu, entre outras coisas, uma indicação ao Oscar. Ela é conhecida por ter cantado em 10 línguas diferentes durante sua carreira até agora. Enya é uma das artistas femininas que mais vendeu discos nos Estados Unidos, com mais de 26 milhões de cópias no país.



Loreena MacKennitt


 Pianista e harpista, interprete de segmentos, new age, celta eclético, com tendências do Médio Oriente, Loreena juntou à cultura celta elementos da música oriental, introduzindo um toque erudito e utilizando instrumentos folclóricos, aliados aos sons eletrônicos obtidos através de sintetizadores. Somado a isto, vocais diáfanos que remetem a eras indefinidas. O resultado desta mistura é o sucesso da canadense.


Halpern

Stephen Halpern, por exemplo, tem produzido "muitos discos que integram claramente as práticas místicas do oriente com sua música".


Kitaro

Kitaro que é um artista e compositor popular japonês, tem vendido milhões de discos. Seu álbum entitulado "A luz do espírito", expressa as idéias universais da Nova Era acerca do universo, da existência humana, da natureza e do cosmos. "Kitaro se autodenomina um músico da nova cultura". Considera sua música como parte do seu caminho espiritual e acha seu papel como o de um agente cultural de câmbio, que ajuda outros a obterem uma perspectiva fresca do mundo.



Yanni

Yanni Chrysomallis e sua noiva, Linda Evans, estão envolvidos na meditação oriental. Linda é uma seguidora do famoso J.Z. Knight, quem canaliza um espírito que se identifica a si mesmo como um guerreiro de 3500 anos de idade chamado Ramta, do continente perdido Atlantis. A primeira página da seção de negócios do jornal Los Angels Times, do dia 4 de julho de 1995, continha uma lista dos 10 primeiros discos da Nova Era.

A caricatura do álbum de Yanni "Chaves da Imaginação", apresenta uma cena do pôr-do-sol e de corpos celestiais dentro de cápsulas de cascas de ovos. Talvez desenharam o simbolismo para projetar a mensagem de que todos estamos a ponto de nascer dentro de uma Nova Era.



Shakti

Shakti é um grupo musical da Nova Era que inclui John McLaughlin na guitarra. O interesse de McLaughlin pelas idéias da Nova Era começou com o estudo da filosofia oriental e sua religião, e isto o levou a ser membro da Sociedade Inglesa de Teosofismo, na década dos anos 60. No começo dos anos 70 se converteu em seguidor do mestre espiritual Sri Chinnoy, quem sugeriu-lhe que incluísse no seu nome o prefixo "Mahavishni", que significa divina compaixão, poder e justiça.



Enigma

 O Enigma é o terror dos religiosos da igreja romana. Para eles, o que há de mais "demoníaco" da meditação mística da Nova Era. Os títulos das músicas por si só alertam a qualquer cristão, que este tipo de álbum não deveria ser escutado. Alguns dos títulos são: "Voz do Enigma", "Princípios de Luxúria", "Minha Culpa", "A voz da Serpente", "Tocando em Portas Proibidas". A música principal "A Voz do Enigma", inclui instruções audíveis. Aparece a voz de uma mulher que misteriosamente convida ao ouvinte: "Boa noite. Esta é a voz do enigma". A voz prossegue, mencionando que os ouvintes estão próximos de serem conduzidos a outro mundo, e sugere que desliguem as luzes, relaxem e se mexam ao compasso da música.


Soon - Yes





Loreena McKennitt - Dantes Preyer