segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Festa do Caos

Caótico, frenético e performático
  Slipknot realiza o show mais nervoso do Rock in Rio 2011
     Por Antonio Siqueira


Slipknot no 'palco mundo'


      

     





     
      Eles podem ser comparados com grupos como Pantera, Machine Head, Biohazard, Life of Agony, e Prong, também são conhecidos por serem caóticos e energéticos nos shows ao vivo. Robert Cherry da Rolling Stone chamou a sonoridade do Slipknot de "uma máquina debulha devorando um corpo militar." Como já se esperava, eles quase derrubaram as estruturas da Cidade do Rock na noite deste domingo, 25. A banda liderada por Corey Taylor foi espetacular sobre o palco, fazendo o público cantar alto, com as mãos levantadas, e concentrando 99% das pessoas do Rock in Rio na pista do Palco Mundo. Trouxeram o caos e muita porrada!

      Com uma superprodução que incluiu fogos, elevadores e muita, mas muita presença de palco. O grupo foi capaz de implementar a dispersão zero na Cidade do Rock, uma compenetração ainda maior do que a vista no show do Red Hot Chili Peppers, na noite de sábado.

      Tão empolgados quanto os fãs, dois integrantes caminharam pelos corredores deixados em meio ao show, subiram em duas estruturas montadas a vários metros do palco e se jogaram nas mãos dos fãs em gigantescos moshs. A partir daí, o Rock in Rio enlouqueceu de vez. A cada música, público e banda mostraram mais empolgação.

     Corey Taylor, que interagiu muito com o público sempre em frases repletas de palavrões, pediu para que as fãs pulassem e foi atendido de imediato. Daí o que se viu foi uma 'batalha tribal' com saltos uns por cima dos outros e um caos total na cidade do rock.

     A banda deixou rolando uma trilha sonora que seguiu o final da última música e desbancou toda a impressão que suas máscaras passam. O vocalista e o baterista pé-de-chumbo, Joey Jordison, se abraçaram e foram deixando o palco lentamente, finalizando o show mais frenético e performático que o Rock in Rio 2011 registrou até o momento.


Rock In Rio 2011 - Slipknot - Full Show(Show Completo)




quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Rock in Rio: Você não tem onde ficar?



Você não tem onde ficar?

Elthon John salvará a primeira noite




     









     

     
      
     
      Enquanto o Rio se vê mergulhado num mar de lodo político, o Rock  in Rio bomba forte e as atenções se voltam para o épico festival. Como o assunto aqui é arte e a primeira arte aqui  é tratada com respeito, vamos ao que interessa: Informar. E eu informo que não existem mais hotéis com vagas disponíveis na cidade. A rede hoteleira do Rio de Janeiro registra recordes de ocupação para os sete dias do Festival Rock in Rio. Na região central da cidade já não há mais vagas. No momento, os hotéis da Barra da Tijuca e de São Conrado contabilizam 98% de ocupação. A expectativa é que 100% dos quartos de toda a cidade estejam ocupados na semana que vem. O evento começa nesta sexta 23/09 com Elthon John e a bem distribuída Rhiana, além de apresentar no Palco Mundo, Titãs, Paralamas do Sucesso e.... Claudia Leite. O que Claudia Leite faz no Rock in Rio, vocês perguntem à produção. A gente entende que dinheiro é imprescindível. Pagar para tocar é legal e não engorda e o conceito de Musica Universal é cabível, mesmo que este seja uma rede de arrasto que acabe tragando tudo de ruim. Não tem Hotel, mas existem excelentes pensões em Santa Tereza e gente maluca que aluga quartos na Tijuca. Boa estada para você, ‘roqueiro’ aventureiro aqui na “Grande Prostituta”!


Alternativos Luxuosos


Duo fantástico














    
   
        Em um dos palcos adicionais, apresentar-se-ão Seeley & Baldori. São dois pianistas - Bob Seeley e Bob Baldori - virtusosos. Os músicos fazem um som que mescla Blues, Jazz e Boogie e que tem como ponto alto a improvisação. Ambos têm um currículo extenso, acumulando shows desde a década de 1960. Bob Baldori, entre outros, acompanhou o lendário guitarrista Chuck Berry.


Horários remarcados


      Então... Elton John e a gostosa pop Rihanna inverteram seus horários de apresentação no Palco Mundo no primeiro dia do festival Rock In Rio. As outras atrações permanecem nos horários previamente informados, segundo o site do evento.
Elton John, que fecharia a noite, subindo ao palco por volta das 00h20 - já no dia 24, portanto - irá se apresentar às 22h50. Rihanna fará o último show da noite. O motivo da troca não foi divulgado e você terá de passar por Claudia Leite para chegar até ele, meu amigo!



Ato


      Ao contrário do que divulgou a Policia Militar do Governador Sergio Cabral, aquele que paga mal, que estimou em 2.500 o número de pessoas que compareceram na Cinelândia na tarde de ontem, quando na verdade, mais de 15000 estavam lá; o "Ato Contra a Corrupção" ao menos mostrou que o povo está farto de ser usurpado. Não tenho mais nada a dizer a respeito, isso aqui é um espaço dedicado a arte de fazer arte e não para denunciar canalhas. Mesmo assim, a gente não perde a viagem, não é mesmo? FORA CABRAL E A SUA CORJA DE LADRÕES E ASSASSINOS. Cadeia para esses vermes!


* O prazer me chama

"Honky Tonk Train" - Seeley & Baldori Boogie Woogie Piano




sábado, 17 de setembro de 2011

O infinito latifúndio celeste da musica de Elomar Figueira de Melo.

O Cavaleiro Andante
Por Antonio Siqueira

Elomar
    







      









     


     
     
       Músico, cantador, poeta, arquiteto, profeta e criador de bodes no interior do sertão baiano, Elomar Figueira de Melo é das mais incríveis personalidades do coquetel de tendências da musica popular brasileira contemporânea. Assíduo leitor da Bíblia, Evangelhos e histórias e romances da Idade Média, seu universo é descrito aqui. Onde o cristianismo primitivo desenvolve um importante e definitivo papel em sua incrível e já histórica obra poética.

      Sua figura irradia uma aura de magia e carisma, encontrada em raras criaturas na MPB. Aos 74 anos de idade, quase 50 criando verdadeiros clássicos, esse baiano de Vitória da Conquista cresceu ouvindo o que ele chama de “Menestréis do Sertão” - cantadores, repentistas, sanfoneiros e poetas populares. Mais tarde, quando se mudou para salvador para estudar arquitetura, entrou em contato com vários mestres da música, tendo recebido aulas da violonista Edyr Cajueiro. A partir dessas aulas, passou estudar música e a ler partituras, paralelamente ao curso de arquitetura. A sua iniciação musical despertou-lhe o interesse pela musica ibérica e, notadamente, pelas reminiscências da música moura, levando-o a conhecer peças de músicos como Luiz Milan e Robert de Viseé. Incorpora em sua obra, forte influência da música da Idade Média e em plena a Era da Globalização, faz renascer das cinzas, como a fênix, o gênero predominante do período entre os séculos XV e XVI.


O menestrel da caatinga











      Seu trabalho está a serviço da realidade dos sertões, do nordeste brasileiro, de onde se extrai o húmus poético para cantar a seca, a fome, o sol abrasador e pregar o amor, a fraternidade, a concórdia, a paixão e o mistério que envolve essa parte mística esquecida do Brasil e suas figuras de tragédia. “Sempre usei minha canção para pregar o bem e a justiça, e se um dia eu pensar em fazer o contrário, quero que Deus me tire esse dom que me deu.” Diz Elomar, com seu inseparável cigarro de fumo de corda, cujo último trabalho foi o belíssimo “Cantoria 3/Canto e Solo”, registro de gravações de 1986, feitas no Teatro Castro Alves e m Salvador e no Palácio das Artes de Belo Horizonte.




      Mistura de sereno profeta bíblico, cavaleiro andante e trovador a cantar românticas canções de amor desagravando damas e donzelas e vivendo em sombrios castelos ou exaltando o “Rei dos Reis”, Jesus Cristo. Elomar é a autêntica encarnarão do cantador medieval.  Chapéu negro, tipo do legendário cowboy Wyalt Carp, cavanhaque cor de feno, olhos de um azul metálico e sincero, ele é o protótipo da simplicidade e do mistério encarnado. Sua presença é mágica, agreste e energética. Quando dirige a palavra a alguém, Elomar tem por hábito tratar seu interlocutor por “cavaleiro” o que o torna imune a agressões gratuitas e o coloca mental e socialmente de mãos dadas com essa nova postura existencial: democrática e inflada de fluídos de ótimo astral.

      A voz de Elomar é mansa e singela. Ela fala da influência da Idade Média na sua obra. “Li muito os romances de cavalaria, como as obras de Alexandre Dumas, Michel Zevaco e outros. Sempre contestei veementemente os historiadores universais quando chamam a Idade Media de Idade das Trevas; eu acho esse rótulo absurdo. A idade Média foi e será sempre a Idade das Luzes, não obstante a chamada santa inquisição, que denegriu um pouco essa faixa da história. Os avanços tecnológicos e os ônibus espaciais dos EUA são resultados da Idade Média, pois foi de lá que saíram homens como Isaac Newton, Galileu Galilei, Marco Pólo, Cristóvão Colombo e tantos outros cérebros famosos que pertenceram à Idade Média”:'

      Elomar continua falando sobre a importância da Idade Média no seu trabalho e no contexto histórico mundial: “É de lá que saiu tudo, foi na Idade Média, nas escolas monásticas, que se preservou todo o conhecimento antigo. Sobretudo, uma ordem fundada no início do século X, por Bernard de Clairvaux (São Bernardo de Claraval), que fundou a “Ordem dos Cavaleiros do Templo". "Se a Igreja não tivesse massacrado a ordem dos templários, a humanidade estaria hoje num estágio muito superior. Quer no sentido cultural, humanístico, filosófico, religioso, moral, ético... Enfim, se a ordem, tivesse sido preservada das mãos intolerantes da igreja, o mundo estaria vivendo dias bem melhores, mas Deus quis assim”.

       Elomar não segue nenhuma religião formalmente, embora seja teísta e tenha absorvido grandes dosagens de ensinamentos da Igreja de Lutero transmitidas por seus pais que eram protestantes. Suas perspectivas para o futuro da humanidade são sombrias e estóicas. Ele vê o mundo baseando-se na ótica de algumas celebridades como o escrito Aldoux Husley, que ele chama de utopista, e a visão dos profetas bíblicos.

     Huxley, na primeira edição de sua obra, Admirável Mundo Novo, põe uma epígrafe de Berdieff, autor de Uma Nova Idade Media, onde sintetiza a idéia do romance: “A vida marcha para as utopias e pode ser que nesse século XXI tornem-se realidade. Uma sociedade menos perfeita, mais livre”. 

      Ele lembra que Napoleão Bonaparte, a leste de Jerusalém, numa planície chamada Megido, com trinta quilômetros de comprimento por vinte de largura, proferiu essas palavras: “Soldados, belíssima planície para um campo de batalha”. Segundo a visão Napoleônica e Elomariana, a grande batalha do juízo final ocorrerá naquela planície. “Napoleão lia os evangelhos constantemente e conhecia as profecias a fundo. O profeta João, na Ilha de Pátimos, disse que só da China via duzentos milhões de guerreiros marchando para o juízo final”.

      Elomar prossegue dizendo que a Igreja é um tesouro na Terra, a passar vistas grossas na miséria do povo. É critico ferrenho do Vaticano: “É inadmissível o que acontece”. A fé para este homem é condição sine qua non para uma alma na busca da auto-realização. Nas barrancas do Rio Gavião, localidade distante a 102 quilômetros de Vitória da Conquista, Elomar cria bodes e carneiros. “Eu dou nome aos bodes que crio em homenagens as personalidades que admiro como Marco Pólo, Laurence da Arábia, que eu chamo de Lourenço, em tributo ao amor que ele dedicou a causa da Arábia, quando Rei Faiçal ainda era um príncipe”.

      Huxley propõe em seu Admirável Mundo Novo um paraíso restaurado na Terra pelo próprio homem. Todos que pensam tal idéia ser possível, esquecem que, enquanto houver avareza, egoísmo, falta de limites para a ambição, isso não será possível. A ambição é como a guerra; quanto mais ceifa, menos se farta. Elomar completa o papo: “Eu vejo o mundo através da lente dos profetas. Não poderia ser de outra maneira”.



Discografia

 A discografia de Elomar é formidável e de uma qualidade marcante: Até o momento a obra de Elomar, em termos de composição e escrita (partituração) encontra-se no seguinte estágio:



Histórico do Menestrel

11 óperas;

11 antífonas;

4 galopes estradeiros;

1 concerto de violão e orquestra;

1 concerto para piano e orquestra - composto e a ser partiturado;

1 pequeno concerto para sax alto e piano - composto e partiturado;

1 sinfonia - quase toda composta;

12 peças para violão-solo.

As composições para violão na maioria já estão partituradas.

Cancioneiro:

Um caderno de oitenta canções, sendo que a maioria delas já se encontram gravadas e uma pequena parte inédita.

Na Quadrada das Águas Perdidas

Elomar, Elena Rodrigues, Dércio Marques, Xangai e Carlos Pita

Gravado no Seminário de Música da UFBA.

    Fantasia Leiga para um Rio Sêco

Elomar e Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia

Gravado no Auditório do Centro de Convenções da Bahia

    ...Das Barrancas do Rio Gavião

Elomar

    Auto da Catingueira

Elomar, Jacques Morelembaum, Marcelo Bernardes, Andrea Daltro, Sônia Penido, Xangai e Dércio Marques

Gravado na Sala de Visitas da Casa dos Carneiros em Gameleira (Vitória da Conquista, BA)

Elomar em Concerto

Elomar, Jacques Morelembaum, Quarteto Bessler-Reis, Paulo Sérgio Santos, Marcelo Bernardes, Antônio Augusto e Octeto Coral de Muri Costa

Gravado ao Vivo na Sala Cecília Meireles (RJ)

    ConSertão

Elomar, Arthur Moreira Lima, Paulo Moura e Heraldo do Monte

Gravado na Sala Cecília Meireles (RJ)



    Xangai Canta Elomar

Xangai, Elomar, João Omar, Jacques Morelembaum, Eduardo Morelembaum, Eduardo Pereira


    Cantoria 1

Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Xangai

Gravado ao Vivo no Teatro Castro Alves (Salvador, BA)


    Cantoria 2

Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Xangai

Gravado ao Vivo no Teatro Castro Alves (Salvador, BA)

    Cantoria 3 Canto e Solo


Elomar


Gravado ao Vivo no Teatro Castro Alves (Salvador, BA)


Árias Sertânicas


Elomar e João Omar

Gravado no Estúdio Cacalieri — BA


Cartas Catingueiras


Gravado no "Nosso Estúdio" — SP

  
Concerto Sertanez


Elomar, Turíbio Santos, Xangai e João Omar (part. especial)

Gravado ao vivo no Teatro Castro Alves dias 7, 8, 9 e 10 de janeiro de 1.988 em Salvador, BA



DOCUMENTÁRIO







Um link para Elomar: www.elomar.com.br.

* Artigo escrito e editado em Junho de 2007


Copyright by Antonioni ®

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Um poema ainda existe

Uma canção desesperada
  Por Antonio Siqueira


@piscitello 

















Não quero viver sem sentir o calor do teu hálito penetrando em minha boca
Saio de mim, reivindico teu sorriso com a autoridade dos amantes apaixonados.
O amor existe para poucos
A dor é mais popular
As hipóteses são muitas:
Delírios insanos, à flor da pele...
Múltiplas transformações, múltiplos sinais.
Canções são paliativos para a alma,
Um desespero com calma
Canto
Porque cantar é o porto seguro de quem ama estar vivo.


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vídeo inédito comemora aniversário póstumo de Freddie Mercury.


Apagando as velinhas da solidariedade
  Por Antonio Siqueira


O Queen disponibilizou, em sua página oficial no Youtube, o vídeo na íntegra do show “Live At Wembley Stadium”, que a banda fez em 1986, em Londres. A apresentação reuniu cerca de 150.000 pessoas e teve 21 músicas da banda no repertório, entre elas os sucessos “I Want to Break Free”, “Love of My Life” e “Bohemian Rhapsody”.O vídeo tem duração de 01 hora e 36 minutos e foi liberado para comemorar o que seria o aniversário de 65 anos do vocalista Freddie Mercury, nesta segunda-feira, 05 de setembro. Este show ficará disponível por 48 horas.

Freddie também recebeu outras homenagens pela internet, como o site do Google que também lembrou a data com a criação de um “doodle”, logo especial que traz um clipe da música “Don’t Stop Me Now”, do álbum “Jazz”, de 1978.

E juntamente com as comemorações do aniversário póstumo de Mercury, rola o “Mercury for Day”; Dois ícones do rock - Freddie Mercury e Cazuza - foram vítimas da mesma doença. A Sociedade Viva Cazuza foi a organização brasileira escolhida para receber as doações da campanha "Freddie for a Day", que o The Mercury Phoenix Trust realiza em todo o mundo.

O evento, que começou ano passado em Londres através dos próprios fãs do Queen, agora chega por aqui com a idéia de chamar a atenção das pessoas, de uma forma divertida, para uma causa tão importante. A idéia é que seria divertido se caracterizar como Freddie por um dia e buscar apoio de familiares, amigos e empresas para que seja doado tudo que for arrecadado para a Sociedade Viva Cazuza que concentra suas atividades no apoio às vítimas do HIV. Pessoas que se vêm portadoras da síndrome e são abandonadas à própria sorte e que, apesar dos avanços em termos de tratamento e manutenção da qualidade de vida, sofrem com o preconceito e a exclusão social.

O vídeo inédito que estava disponivel no canal Youtube, se encontra fechado e roda apenas para convidados. Os ingleses sabem ser democráticos, não é mesmo?






* O prazer me chama: Preciso de um café e de um pouco de sol.