terça-feira, 30 de agosto de 2011

O eterno clichê do rock'n'roll em livro de Gus Van Sant


Um Réquiem ao Grunge
O eterno clichê do rock'n'roll encontra sua face mais recente em Os Últimos Dias, de Gus Van Sant
 Por Antonio Siqueira


Ao se matar com um tiro na cabeça no dia 05 de abril de 1994, Kurt Cobain, vocalista da banda Nirvana e um dos líderes do movimento grunge que assolou o entusiasmo do “espírito adolescente” da década de 1990, deixou de ser um músico para se tornar uma lenda. O eterno clichê do rock’n'roll , de viver muito, experimentar de tudo e morrer jovem, que fez (e faz) diversos artistas testarem os limites físicos e psicológicos de suas personas , encontrou diversos “seguidores” no decorrer da história.

Com mortes trágicas por overdose, suicídio ou alguma outra doença fatal, o “hall da fama” onde Cobain se inscreveu, possui diversas companhias ilustres: Janis Joplin, Jimi Hendrix, Sid Vicious (baixista do Sex Pistols), Ian Curtis (vocalista do Joy Division), Renato Russo – isso para citar apenas os mais conhecidose a última à 'traumatizar' os fãs e o grande público foi a muito louca Amy Winehouse. O vocalista do Nirvana deixou uma viúva (Courtney Love, vocalista da banda Hole), uma filha recém-nascida e uma legião de fãs ávidos por esmiuçar a conturbada vida de mais um ídolo vencido pelos excessos sexuais e pelas substâncias ilegais – mais outro dos clichês imposto pela tríade sexo, drogas e rock’n'roll.
Ao retratar os dias que antecedem o suicídio de Cobain, o diretor Gus Van Sant, em Os Últimos Dias ( Last Days , 2005), prefere se concentrar na figura humana do músico, criando uma análise desses dias, minutos e segundos que são anteriores a uma decisão tão trágica e punitiva. Van Sant traz o personagem Blake (Michael Pitt, em uma assombrosa semelhança com Kurt Cobain), músico que quer esquecer os problemas da fama e do dinheiro e se isola em uma casa perto de um bosque com alguns amigos, passando seus dias em total letargia, alheio ao mundo exterior.

O silêncio torna-se palpável com Blake perambulando pelo bosque e pelas dependências da casa. Van Sant não quer explicações e nem justificativas, o ritmo lento, quase contemplativo da jornada de seu protagonista serve para que acompanhemos os passos e as crises que levam o músico a tomar a decisão que está por vir. Nada no cotidiano lento e normal pelo qual a casa é assolada leva a entender o que se passa na mente de Blake. Resquícios de sua vida fora desse isolamento são pincelados durante a projeção do filme, mas não serve para compreender a razão dessa personagem estar vivendo em quase um transe, em meio à floresta e no limiar de sua existência.

Mas Van Sant não adere e nem se deixa vencer pelas fáceis artimanhas de mostrar Blake como uma pessoa á beira da loucura. O que Blake procura é apenas um sentido para que sua vida continue, talvez, ao se matar no final do filme, tenha encontrado esse sentido que tanto procurava. Seria esse o motivo que também levou Cobain ao suicídio? Como não podemos saber a real razão desses fatos, apenas fica a certeza de que escolher entre viver e morrer é mais um acontecimento em um dia-a-dia enfadonho e entediante.
Experimentações – Egresso do cinema alternativo americano com Mala Noche (1985) e Drugstore Cowboy (1989), Van Sant lançou uma nova luz sob o cinema independente ao conseguir que dois dos astros mais comentados e promissores dos anos 90, Keanu Reeves e River Phoenix, protagonizassem Garotos de Programa ( My own private Idaho , 1991), alegoria shakespeariana sobre busca e identidade nas ruas de Portland. Com um começo tão singular e metafórico, O cineasta se lança em mais dois projetos independentes, o fracasso lisérgico de Até as Vaqueiras Ficam Tristes (Even cowgirls get the blues, 1993) e o sucesso cínico e sarcástico de Um sonho sem limites (To die for, 1995).

Catapultado ao “mainstream”, Van Sant filma o roteiro de dois jovens atores (Matt Damon e Ban Affleck) e faz um filme comercial com direito até de Robin Williams como um professor-guru em Gênio Indomável ( Good Will Hunting , 1997), pelo qual consegue nove indicações ao Oscar e o aval de crítica e público. Quando parecia que o cineasta havia consolidado a carreira, podendo alternar projetos mais significativos e pessoais dentro do “esquemão hollywoodiano”, sua primeira investida é na desastrosa refilmagem, quadro-a-quadro, de Psicose (Psycho), um clássico do suspense do mestre Alfred Hithcock. Tal empreitada, desnecessária e enfadonha, deveria ter mostrado a Van Sant que alguma coisa não estava muito certa em suas escolhas.

Mas o seguinte filme veio para consolidar a maré de má sorte que pairava sobre ele. Van Sant faz uma escolha equivocada, novamente, ao “refilmar” ou fazer uma espécie de Gênio Indomável parte 2, com o filme Encontrado Forrester ( Finding Forrester , 2000), obra menor de apelo comercial e sentimentalóide tão atípico em se tratando de Gus Van Sant. Talvez esses tropeços tenham mostrado que ele precisava experimentar novos caminhos e trafegar por escolhas mais ousadas que fizesse aquele cineasta tão promissor do início dos anos 90 vir á tona.

Com produção da HBO, Gerry (2002) inicia uma nova fase na cinematografia de Van Sant. Ao flertar com o experimentalismo das imagens, do tempo e da narrativa, Gerry se torna um pequeno pedaço no quebra-cabeça que Van Sant vem construindo filme após filme. Elefante ( Elephant , 2003) consolidou essas ousadias com a Palma de Ouro no Festival de Cannes , em um exemplar mais acabado das novas obsessões do diretor: tempos mortos, silêncios intermináveis, câmera colada aos atores e o fluxo narrativo acompanhando a situação como se aquilo estivesse acontecendo naquele exato momento.

Com 'Os Últimos Dias' , Van Sant parece terminar essa suposta “trilogia da solidão”, iniciada com Gerry e passando por Elefante , no qual os personagens trafegam sempre a margem de si mesmos, em busca de um sentido para os acontecimentos banais que os cercam: em Gerry a solidão do deserto e da busca por um caminho; em Elefante a solidão de se perceberam invisíveis no mundo que os cerca, precisando usar extremos para chamar a atenção; em Os Últimos Dias o retorno a si mesmo em busca das respostas perdidas por tanta exposição e fama, sentir-se solitário mesmo entre tantas pessoas.

Com esses novos caminhos abertos e propostas resta aguardamos as novas produções de Gus Van Sant que, apesar de alguns tropeços já perdoados e esquecidos, tem se mostrado um dos mais inventivos e corajosos cineastas americanos da nova geração. Se os personagens de Van Sant nunca sabem para onde ir, o diretor parece muito á vontade em lhes mostrar as rotas, mesmo que esses caminhos sejam apenas para alguns poucos interessados nessas experimentações de linguagem e renovações artísticas.




The Novelty
e "Cenas de Rua"

The Novelty é um mini-clip para a reflexão, produzido a princípio para adolescentes, pela professora Sandra Britto a partir do livro "Cenas de Rua" da escritora Angela Cago.

A busca pela perfeição gerou no homem ganância, fazendo com que ele tente acumular o máximo de poder em suas mãos. Não dividem o que se possui e ainda tentam tomar o que pertence ao outro, aniquilando o bom senso e o amor.

 "O sistema domina a vontade e o homem esquece de viver lutando para sobreviver."
      Por Sandra Britto




terça-feira, 23 de agosto de 2011

George Harrison: veja o trailer do documentário "Living In The Material World"


Deep Purple in São Paulo

     O Deep Purple fará uma apresentação em São Paulo no dia 10 de outubro, na Via Funchal. Por enquanto shows em outros locais não estão confirmados.

A atual formação do grupo britânico se mantém desde 2001, e inclui Ian Gillan (vocal), Roger Glover (baixo), Steve Morse (guitarra), Don Airey (teclados) e Ian Paice (bateria), sendo que este último é o único a se manter desde o início, em 1968, quando foi lançado o álbum “Shades Of Deep Purple”. A banda já esteve diversas vezes no País, sendo esta a 9ª passagem do quinteto pelo Brasil.


Jerry Leiber, compositor de "Stand By Me" morre aos 78 anos

     Jerry Leiber, um dos compositores mais importantes da história do rock n' roll, morreu nesta segunda-feira, aos 78 anos, de uma falha cardiopulmonar. Leiber escreveu ao lado do companheiro Mike Stoller muitos clássicos como "Stand By Me", "Hound Dog", "Jailhouse Rock", "Young Blood", "On Broadway", "Yakety-Yak".
A carreira de Leiber e Stoller ganhou impulso quando Elvis Presley gravou "Hound Dog" - a canção tornou-se um grande hit. Elvis mudou a letra da música, o que irritou Leiber; "A versão de Elvis não faz sentido para mim e, ainda mais irritante, não é a canção que Mike e eu escrevemos", Leiber disse em 2009.


Presentão para os fãs dos Beatles






 








    
 

     
 

     Foi divulgado o trailer do documentário "Living In The Material World", dirigido por Martin Scorsese sobre o Beatle George Harrison. O vídeo traz depoimentos de amigos do guitarrista como Paul McCartney, Eric Clapton e Ringo Starr. Promete ser muito bom documentário, pois Scorcese, além de profundo conhecedor da obra do grande divisor de águas da história da musica é um dos grandes de diretores da sétima arte que sobrevivem ao caos.

     "Living In The Material World" será exibido primeiro no canal de TV a cabo norte-americano HBO. Além do filme, será lançado um livro escrito por Olivia, com fotos e cartas do músico. Harrison morreu no dia 29 de novembro de 2001, vítima de um câncer no pulmão.

      Veja o trailer do documentário "Living In The Material World" :



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Um poema ainda existe


O 'Meta Amor
Por Antonio Siqueira
















O amor não é uma vitrine exposta ao acaso
Não é um produto em demanda contínua para deleite de corações vaidosos
Não é objeto, não é o capricho exacerbado, não tem endereço fixo
O amor não se copia
Tampouco se cola quando quebra
O amor não se interrompe,
Por que se acaba, nunca foi amor
É luz natural
É luz própria
Diria que o amor nasce num horizonte e morre no outro
Sem nuvens negras
Sem geadas, sem fenômenos incompreensíveis
O amor é amor por que é simples
Desconhece futilidades
Sofisticações inúteis
Frivolidades
É compreensível
É amigo
E quer bem
O amor presta-se a múltiplos significados
Múltiplas línguas
É universal como o sol
E acompanha a lua em suas fases, até na escuridão
O amor é afeição, compaixão, misericórdia
É a mão que te ampara
É a boca que te beija
O amor é ávido e pode sentir desejo
Pode ser puro.
O amor é a casa do poeta
É sal, é terra, fogo, água, ar
É o vôo
O amor deveria viver só
Único, belo, adorável, irmão, amante
Infinito ou não;
Se projeta para o futuro e pode ser dois
Nasce e morre amor


@image - Dayana Fontenelle


Notas e notáveis


Celebration

Sting 25 anos






                                                                                                                                                                                          Anunciou-se que o cantor Sting lançará uma coletânea celebrando 25 anos de carreira que vai do primeiro álbum, o ótimo "The Dream of the Blue Turtles" até a ultima gravação, “Live in Berlim”.

A coletânea do vocalista e baixista do The Police deve sair em formato de CD triplo, e será colocado à venda com um DVD de imagens inéditas de um show gravado no Irving Plaza durante a turnê de 2005 e é acompanha de um livro com fotos, depoimentos e histórias da carreira do compositor inglês. Entre as musicas escolhidas estão "We'll Be Together", "All this Time", "You Still Touch Me", "I'm so Happy I Can't Stop Crying" e "If You Love Somebody Set Them Free". Um presente aos fãs e colecionadores de boa musica.


News Gabriel

Peter Gabriel: Novo álbum












      


      Quem também está com novo álbum saindo do forno é Peter Gabriel. Ele revelou que “New Blood” será lançado no dia 10 de outubro. O CD terá 12 faixas de canções de Pete, em novas versões sem guitarra, baixo e bateria.


Revolta e confusão

E os alunos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) continuam literalmente acampados na fila para a renovação de matricula; o famigerado SAID. A coordenadoria do Campus ordenou que seguranças mal educados e truculentos fossem para o local organizar o tumulto. A universidade alega que o sistema está fora do ar, mas parece que não abrem mão de que as matriculas sejam renovadas hoje, segundo relatou por telefone, Fernanda Cândida Valadares.
Os alunos já dão sinais de cansaço e revolta e palavras de ordem foram proferidas contra a reitoria. Cuidado meus jovens; vai que o Governador Sergio Cabral (aquele que desce o pau) manda o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) para acalmar os ânimos?


Noticia triste

Jani Lane 




    










      Jani Lane,
vocalista do Warrant, foi encontrado morto em hotel em Los Angeles, EUA, na noite passada, 11 de agosto. Ele tinha 47 anos. De acordo com o site TMZ, Lane foi declarado morto pelo Departamento de Bombeiros, após um chamado às 05h30 da madrugada. A causa da morte ainda é desconhecida e está sendo investigada pela polícia de Los Angeles. Jani, cujo nome verdadeiro é John Kennedy Oswald, lançou o álbum solo “Back Down to One” em 2003, e pouco tempo depois foi internado em uma clínica de reabilitação por abuso de drogas e álcool. Não deu.


* A tarde promete.


O vídeo do dia é um trechinho curto de Sting em Berlim 2010
interpretando seu clássico, Every Little Thing She Does Is Magic:




sábado, 13 de agosto de 2011

Um poema ainda existe

'Por um propósito'
         Por Antonio Siqueira




Salvador Dali - O humano desumano
















Fome
cercearam-te o direito à vida
Direito?
Os homens se protegem com leis criadas pelos próprios homens
Direito para poucos
Deveres em massa
É a coragem de viver que confronta a razão dos miseráveis
Morrem muitos
Nas mãos de minorias gigantescas
Quais direitos tenho eu?
E você?
Quão desumano é estar aqui!
Esmagando massas de indefesos
Oprimidos
Homens de fé
Esperança que não morre
Mas que também mata.

@image_Savador_Dali_O_Humano_Desumano

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Notas & Notáveis e jornalistas atrapalhados


Recriando um clássico


Violeta de Outono
      Para quem viveu e curtiu o grande momento criativo dos dourados anos 1980 do rock nacional, uma news muita interessante: O Grupo Violeta de Outono, formado por Fabio Golfetti (guitarra e vocal), José Luiz Dinola (bateria), Gabriel Costa (baixo) e Fernando Cardoso (órgão Hammond e piano) recria no Palco do SESC Belénzinho no próximo no dia 14 de agosto, domingo, às 18 horas, o clima hipnótico que os colocou em evidência, tocando na íntegra seu primeiro LP, homônimo, de 1987, com os instrumentos originais utilizados nas sessões de gravação. O Violeta de Outono desenvolveu uma sonoridade particular ao misturar as tendências da época à psicodelia de Pink Floyd e Beatles.

       O disco "Violeta de Outono" (RCA), traz os hits "Dia Eterno" e "Outono", além de “Luz”, “Noturno Deserto” e “Tomorrow Never Knows”, aclamada versão para um hino psicodélico do quarteto de Liverpool.

        Recentemente, a banda lançou o CD “Volume 7” e também a versão remasterizada do 1º LP (1987) com faixas bônus.


Alivio

      Foi recebida com entusiasmo imediato e um certo alivio por músicos de todo o país, a notícia da decisão que desobriga filiação à entidade de classe, tomada pelo Supremo Tribunal Federal em resposta a uma ação em Santa Catarina na segunda-feira (1º) que demorou a chegar aos principais beneficiados. Não há mais obrigação de vínculo com a OMB (Ordem dos Musicos do Brasil).
É melhor caminhar sozinho do que extremamente mal acompanhado, não é mesmo? “Dormir” com o inimigo é muito perigoso.


Deselegancia, falta de educação
ou falta de ética profissional





     Uma nota pessimamente redigida pela colunista Raquel Faria, no ultimo dia 3 na coluna que mantém no Jornal O Tempo de Belo Horizonte, causou um rebuliço enorme entre os fãs de Beto Guedes e do Clube da Esquina no Facebook. Intitulada “Clube Vive” e mencionando a inauguração do teatro de BH, Sesc Palladium, anunciando a reunião no palco de todos os remanescentes e criadores do movimento que foi o divisor de águas da MPB contemporânea, a notinha infeliz afirmava no fim do pequenino texto, que o mesmo Beto Guedes não compareceria ao grande espetáculo por ter abandonado os palcos devido à problemas com o álcool. Uma mobilização extraordinária capitaneada pelo escritor e compositor, Marcio Borges, ganhou formas gigantesca e deve ter acabado com a semana da inconveniente colunista, que chegou a publicar uma nota da assessoria do artista, mas que não acalmou nem um pouco os ânimos dos clubeiros, sempre ávidos por defender os interesses de seus prediletos. No fim da infeliz notinha de jornal de colégio secundário (alguns bem melhores que a coluna da jornalista em questão), Raquel escreve que “A ausência sentida será de Beto Guedes, um artista brilhante que, lamentavelmente, o álcool afastou dos palcos e dos fãs.” De fato, foi irresponsável, sem fonte segura, haja vista que a agenda do artista está lotada até o começo de setembro. Nem se deu o trabalho de consultar o site www.betoguedes.com.br mantido pela produção do artista e que traz informações atualizadas da agenda de shows. Recentemente Beto fez um show épico na cidade de Lumiar, que empresta o nome à uma das composições mais famosas de sua obra.

     Essa confusão toda rendeu uma ‘Carta Aberta’ redigida por Marcio Borges e publicada na internet como manifestação de repúdio em nome de familiares e amigos do bom mineiro. Vivemos num momento de tolerância zero, de fato. Desconheço se foi ou não maldade desta senhora, mas quaisquer erros primários, qualquer 300 caracteres mal redigidos, podem detonar uma ‘ogiva atômica de problemas. E nunca é tarde para aprender, Dona Raquel, que a pressa e a intuição (maldosa ou não) não são bons parceiros de trabalho para um jornalista e ter uma coluna é uma responsabilidade enorme. Essa loucura toda abre outra discussão: Atualmente, o jornalismo oscila entre a imagem romântica de árbitro social e porta-voz da opinião pública e a de empresa comercial sem escrúpulos que recorre a qualquer meio para chamar a atenção e multiplicar suas vendas. Até onde isso pode chegar? Qual o limite para a informação?
Toma juízo, Raquel Faria!


* O nevoeiro estava tão intenso sobre o Rio que fez com que muita gente saisse mais tarde para trabalhar por total falta de visibilidade nas vias da cidade.

* O vídeo que ilustra a coluna "Notas e Notáveis" é uma homenagem ao Beto Guedes, um cara imune, naturalmente, a qualquer maldade. Um video de uma matéria editada pela Rede Record em 2007, na revista eletrônica semanária Domingo Espetacular. Beto tem uma obra memorável na história da MPB moderna e merece o nosso respeito, gostando-se ou não de sua musica.





sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A simplicidade e a sábia sofisticação da canção de Phillip Long


A flor e a terra
Por Antonio Siqueira

Phillip Long











   




   
     Simples assim...Belo, bucólico, franco, transparente, tímido, pensante, ansioso, criativo, poético e harmonioso; o cantor e compositor da cidade de Araras SP , seguidor e amigo deste blog, Phillip Long produz com todas essas palavras, a alquimia de sua música.

     Em uma saborosa entrevista concedida à divertida e excelente Jackeline Petkovic, apresentadora do programa Território no canal on line UOL TV, Phillip fala de sua obra, sua vida, suas influências e como é fazer musica Folk no atual cenário da musica contemporânea e no combalido mercado da musica brasileira.
Com canções em inglês e com apenas composições próprias, este jovem extremamente talentoso vai penetrando nas estruturas mais sólidas da musica universal.

     O Arte Vital tem o imenso prazer de trazer para sua página a beleza da musica de Phillip Long. Esse jovem nos dá a impressão de que a flor e a terra são, num só organismo, o princípio de tudo desta natureza sonora e repleta de sons tão simples e tão geniais. Adoráveis criaturas que surgem no  espaço; coisas do tempo em que a poesia e a canção eram as prima-donas da primeira arte.


Veja a entrevista:






Mais do artista no site musicoteca


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Uma breve história do Rock

Quando o Rock'n Roll ninava os seus prodígios
     Por Antonio Siqueira





   












      Os anos de 1953 e 1956 foram decisivos para o rock and roll, por que nessa época ele começou a ser aceito como um fato na cultura universal e, a partir daí, evoluiu e desenvolveu-se em diferentes aspectos e estilos, variando conforme as regiões em que era tocado.

      Charlie Gillet, autor do livro Sounds of The City, um dos mais importantes pesquisadores do assunto, separou e caracterizou cinco estilos. Apesar de algumas pessoas afirmarem haver outras variações, além dessas, basicamente foi através delas que o rock evoluiu. E todas elas evoluiram das danças negras contemporâneas, a exemplo do jitterburb.

       Os cinco estilos separados por Charlie Gillet são:

     - Northern Band Rock and Roll - Esse estilo sempre procurou o êxito das bandas que tocavam rhythm'n'blues. A música de Bill Halley foi uma estranha mutação do country western e do blues negro intensificado pelo "clapping rhythm" (palmas) para marcar a percussão com a ajuda do baixo.

    - New Orleans Dance Blues - Era um som exclusivamente negro. Os maiores expoentes desse tipo de rock foram Fats Domino e Little Richard. O ritmo desse estilo não é tão forte como o do Northern, mas os cantores se sobressaem mais.

     - Memphis Country Rock (ou Rockabily) - É uma mistura de vários estilos, integrando o rhythm'n'blues com o country western e criando uma forma muito mais consistente e original do que a versão de Halley para o Northern Band Rock and Roll. A Sun Records foi o principal veículo de divulgação do Rockabilly. Nesse estilo, os compassos eram mais livres e os cantores mais pessoais nas interpretações, mas a diferença fundamental estava no instrumental, executados bem acima do intérprete. Outro detalhe é que nunca foi usado o saxofone. Dos que se destacaram nesse estilo, temos Elvis Presley, Carl Perkins e Jerry Lee Lewis.

    - Chicago Rhytm'n'Blues - Chicago é a capital mundial do blues. O rhytm'n'blues é uma combinação da nova música que surgiu em Chicago a partir dos anos 50 (o rock and roll e o antigo blues trazido pelos negros que migraram do Mississipi). A gravadora Chess, que até 1955 só gravava blues tradicional, tinha na sua lista de contratados dois bluesman que tocavam guitarra e se envolveram com o rock and roll: Chuck Berry e Bo Diddley. Chuck Berry conseguiu sintetizar o blues e o balanço de Memphis e a guitarra de Bo Diddley consistia num ritmo do gênero "shuffle" tirado de uma batida africana.

     - Vocal Group Rock and Roll - Esse estilo foi um fenômeno antigo e estritamente local, no sentido de que só foi conhecido e popular em maior escala dentro dos Estados Unidos. A principal característica desse estilo é a harmonia vocal. Os grupos vocais negros foram os primeiros a quebrar as barreiras raciais em TV e rádio. Desses grupos, o mais famoso foi The Platters. Nos anos 50, chegaram a existir cerca de 7.000 grupos vocais nos EUA, mas a grande maioria não saiu do anonimato. Dentre os que fizeram sucesso, também figuram os Drifters, Coasters, Penguins e Moonglows.

    É difícil determinar quando o termo rock and roll surgiu. Mas de uma coisa podemos ter certeza: ele sempre esteve impregnado de uma conotação sexual. No blues, pode ser encontrado em letras de músicas desde o início do século. Rock Me Baby, um blues antigo gravado entre outros por B. B. King, Joe Turner, Blue Cheer e Jefferson Airplane, traz em sua letra versos como: "rock me baby, rock me all night long …/rock me baby, rock me all night long …/'cause when you rock and roll me, my back ain't got a bone …

    O tom sexual e libidinoso da expressão está implícito e é claro. Tanto "rock" quanto "roll", na gíria dos negros americanos, significa trepar. Rock Me Baby (me embale, nenê) inverte o sentido do verbo e do ato de embalar a criança, o bebê (baby) que, no caso, designa a garota, a namorada, num tom carinhoso de tratamento. Rock & Roll, vertido para o português, numa expressão livre, daria então "deite & role".

     A segunda explicação, que completa a primeira, vem de um provérbio inglês que dizia "pedra (rock) que rola não cria musgo". Isso foi retomado na década de 50 numa letra de música de outro blueseiro, Muddy Waters, para culminar na música, de Bob Dylan, no próprio nome do grupo Rolling Stones e na revista de rock americana de mesmo nome.

     Em 1948, Roy Brown gravou Good Rockin' Tonight (mais tarde regravada por Elvis Presley) e, apesar de manter o compasso do blues, alterou o estilo triste para um acompanhamento mais acelerado e frenético, com um toque dos cantos religiosos negros, mais gritados que sussurrados. Essa versão rápida de blues deu lugar ao que se chamou de rhythm and blues (r & b) e que mais tarde seria intepretado por cantores brancos e fundido com o rock and roll.

    Em 1951, Gunther Lee Carr gravou uma canção chamada We're Gonna Rock, onde abandonava totalmente a implicação sexual do termo. Um ano mais tarde, Alan Freed batizou seu programa de Moondgo's Rock'n'Roll Party, o que acabou definindo a expressão como designativa de um tipo específico de música.

     Foi o próprio Freed que organizou o primeiro concerto de rock and roll (1953), ocasião em que apareceram mais de 30 mil pessoas num local com capacidade para no máximo 10 mil, o que tornou o evento inviável, sendo cancelado. Nesse mesmo ano, o concerto foi reorganizado e acabou se transformando num grande sucesso, com participação de Big Joe Turner, Fats Domino, The Moonglows e The Drifters, Na platéria, mais de dois terços da audiência era composta por jovens brancos, o que provava a atração do público branco pela música negra.

    No fim de 1953, quando o mercado negro representava menos de 6% das vendas totais de discos nos Estados Unidos, os brancos começaram a farejar o potencial da música negra no mercado branco e os distribuidores de juke-box se apressaram em colocar discos rock and roll nas máquinas, para compensar a ausência nas rádios em geral.

    Quando Alan Freed usou a expressão rock and roll pela primeira vez, estava se referindo à música já existente, o rhythm'n'blues. Porém, o r & b significava música negra feita por negros para os negros e rock and roll já designava uma música aceita por todos e acessível a todos. Era o gênero nascendo forte, ninando e acarinhando seus primogênitos.





Rock Me Baby-BB King/Eric Clapton/Buddy Guy/Jim Vaughn