segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O som do coração



No coração do Blues
Por Antonio Siqueira


    













    O Blues no início representava a expressão cultural através da música de uma minoria. Sua origem está essencialmente ligada à população negra americana. Com simplicidade, sensualidade, poesia,  humor e ironia, o Blues pode ser visto como um reflexo das qualidades e as atitudes dos negros Americanos por mais de um século.

      A definição e o mais importante  sobre o Blues é seu significado além da música, que é uma referência a um estado de espírito. Mas a expressão "O Blues" (The Blues) não  se popularizou antes do término da Guerra Civil Americana, quando sua essência passou a ser vista como um meio de descrever o estado de espírito da população afro-americana. Costumava-se dizer que os negros cantavam este tipo de música para tentar se verem livres da tristeza (blues). No blues é o coração que canta e a é que chora.
Muitos sabem que o Blues teve como berço o Delta do Mississipi, no entanto, a grande maioria pensa que foi nas vizinhanças de Nova Orleans. Errado: este foi o berço do jazz. O Delta que os bluesmen se referem, como uma espécie de país místico, é o delta lamacento do rio Yazoo, que junta sua águas às do rio Mississipi nas proximidades de Vicksburg, região de inundações aonde camadas de lama vão se depositando a cada primavera.

     Esta região possuía terras ricas para o plantio de algodão, e por isso, ali vivia uma densa população afro-americana, que servia como mão-de-obra escrava das lavouras.

     Para aliviar o sofrimento e amenizar o trabalho nos campos, os escravos desenvolveram os cantos de trabalho (work songs) que se tratava de lamentos em forma de gritos melancólicos ritmados pela enxada, martelos e machados. Como não podiam tocar nenhum instrumento, pois os brancos receavam que fosse usado como códigos, incitando à rebelião, a voz se tornou o principal – senão o único – instrumento musical dos negros. Assim como no alvorecer da cultura, porém, em umas das fases mais lamentáveis da humanidade.

    Com a abolição da escravatura, prevaleceu o regime de semi-escravidão, sendo os meeiros vilmente explorados pelos brancos proprietários. No entanto, a pouca liberdade concedida foi suficiente para o contato com a música e o surgimento das juke joints, também conhecidas como barrelhouses, que eram casas noturnas onde se vendiam bebidas clandestinas e tinham um palco tosco para apresentação dos músicos locais.

    A partir de então, o blues começou a tomar forma e se popularizar. Foi quando surgiram grandes nomes e artistas como Robert Jonhson, considerado por muitos o verdadeiro rei do blues do Delta; a célula máxima, a pulsação.

   O estilo veio de uma região na parte sul do Mississippi, romanticamente denominada "O lugar onde o blues nasceu". Foi o primeiro estilo que pôde contar com a gravação de suas músicas por parte de indústrias fonográficas. Embora muitos artistas do Delta tocassem com uma banda, poucos gravaram desta maneira. A maioria das gravações entre 1920 e 1930 consiste em trabalhos solo, com acompanhamento apenas de violão.

   Iniciada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, a crise econômica norte-americana se transformou na Grande Depressão nos anos 30, afetando toda a economia mundial.
Com isto, as lavouras de algodão do Delta do Mississipi também entraram em uma forte crise, o que ocasionou uma verdadeira fuga dos negros dos campos, numa migração em massa rumo às grandes cidades do Norte. Chicago se tornou a terra prometida pela necessidade de mão-de-obra nas fábricas e pelas favoráveis condições ao blues.

   A Highway 51 e a 61 foram as principais rotas adotadas pela migração. Os trens e trilhos corriam como sangue nas veias do blues. A ferrovia não era um mero meio de transporte, era quase um veículo mágico que leva o negro a transcender a sua condição. Viagem, união e separação: o trem adquiriu no blues uma dimensão mitológica, sendo imitado por vários músicos, principalmente pelos gaitistas da época.

             Nos anos quarenta, o coração do Blues mudou-se para a região sul de Chicago. Lá surgiram grandes nomes como Elmore James, Willie Mabon, Jimmy Rogers, Sonny Boy Williamson, Otis Spann, Willie Dixon, Muddy Waters e Howlin’ Wolf. Entre as canções mais representativas deste período podem ser destacadas Hoochie Coochie Man, Mannish Boy, Sloppy Drunk e Don’t Start Me Talkin.
Foi criado por volta de 1940/1950, amplificando o Delta Blues. Adicionou-se bateria, contra-baixo e piano (às vezes saxofone), criando o que conhecemos hoje como "blues band" (banda de blues). O estilo deu origem às batidas de rock e ao ritmo do funk music nos anos 80 e 90.

        Com o surgimento de fábricas e empregos em outros lugares do país atraíram os negros e que levaram consigo o Blues, difundindo o estilo pelo resto dos EUA. O Blues começava a se espalhar por toda a América do Norte e dois estados específicos, fizeram um bom dever de casa: Texas e Califórnia. Os blues-man nascidos nestes estados geralmente são famosos (exemplo Stevie Ray Vaughan do Texas), e as músicas, bem conhecidas.

        O Texas Blues nasceu na metade dos anos 20, possuía as tradições do Country Blues, porém  o violão mais do que mero acompanhamento, era uma extensão do vocal. Outro estágio do Texas Blues veio depois da Segunda Guerra Mundial, trazendo um estilo totalmente elétrico.

  O apesar de ser mais influenciado pelo Blues do Texas, a costa oeste, onde surgiu o Blues da Califórnia, incorporou uma grande variedade de estilos. Pessoas quem vinham do Texas, Oklahoma, Louisiana, e Arkansas, para trabalharem nos campos e nas fábricas, durante e após a Segunda Guerra Mundial, trouxeram consigo o blues da região que viviam. E, nesta mistura de raízes diferentes, dentro do mesmo estilo, formou-se o Blues da Califórnia.

       Este parágrafo  é dedicado então aos estilos de Blues do Texas que tem como principais representantes: Bobby "Blue" Band, Albert Collins, Lightnin' Hopkins, Blind Willie Johnson, Stevie Ray Vaughan, Lowell Fuson, Freddie King, T-Bone Walker, Clarence Gatemouth Brown e Blind Lemon Jefferson.  E dedicado também ao blues da Califórnia, que é fortemente representado por: The Ford Blues Band, Rod Piazza, Andy Just, entre outros.

     O blues moderno carrega consigo a tradição do blues antigo misturado ao som da guitarra elétrica. Muitas bandas em meados dos anos 60 começaram a adotar este estilo, principalmente bandas inglesas como John Mayall & The Bluesbreakers e The Cream.

O Blues elétrico é o mais conhecido dentre todos os outros estilos, pois conta com um plantel de artistas renomados e músicas bastante conhecidas. Bandas com Led Zeppelin, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Rolling Stones, Yardbirds, Allman Brothers e até Pink Floyd tiveram suas raízes bem bluseiras, imortalizando a influência do Blues para variados estilos musicais.

O destaque para uso da guitarra elétrica agressiva e distorcida baseada em raízes bluseiras vai para o imortal Jimi Hendrix, um dos mais famosos ícones do instrumento.
Surgiram então guitarristas junto com Hendrix, que se tornaram verdadeiros “reis” da guitarra, como Eric Clapton, Jimi Page e Jeff Beck, o trio de guitarras mais conhecido no mundo e que inclusive já gravaram juntos no grupo sessentista “Yardbirds”.

       O blues só foi chegar ao Brasil de carona com o Rock ‘n’ Roll dos anos 50, o rock britânico e americano dos anos 60. Só em meados de 70 começaram a brotar por aqui as primeiras bandas exclusivamente de blues, em sua maioria formadas por jovens brancos da classe média saturados do rock e que não conseguiam encontrar na MPB uma identificação para seus anseios e estilo de vida.
O interesse pelo blues no Brasil cresceu tanto que, no final dos anos 80, começaram a acontecer por aqui festivais especializados.

      O primeiro festival de blues do Brasil foi em Ribeirão Preto, em julho de 1989, reunindo feras como Buddy Guy, Junior Wells, Albert Collins, Magic Slim e Etta James, contando ainda com a participação brasileira de Blues Etílicos e André Christóvam. Este foi carregado no colo em cima do palco por Albert Collins, pois já havia trabalhado de roadie para ele nos EUA.

Outro evento de destaque foi o ocorrido no espaço Circo Voador, Lapa RJ, junho de 1994, tributo a Robert Johnson. Neste festival, nascia um mito alternativo, mas que, arrastada para o pop, teve uma das carreiras mais dignas do rock’n blues nacional, o trovão, a carioquíssima peregrina, Cássia Rejane Eller.

Junto com os festivais surgiram nomes expressivos dentro do cenário nacional, que tocam muito bem este estilo como Celso Blues Boy (Por onde anda?), André Cristovám, Edvaldo Santana, Sólon Fishbone, Fernando Noronha e mais tarde Nuno Mindelis, angolano nacionalizado brasileiro. A banda de blues nacional de maior importância internacional é a Blues Etílicos, fundada em 1987, Baseado em Blues, Big Allanbik e Big Joe Manfra.  Puro blues no coração do blues.





B.B. King - Blues Boys Tune

********************************************

Um poema ainda existe:



lado B
Por Antonio Siqueira












Teu hálito de jasmim

O sopro da primavera

No outono me sinto só

Meus olhos se fecham

Minha boca se abre

Seu beijo me toma

Meu lábio e o teu

O epílogo do teu olhar em mim.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Notas e afins...por Antonio Siqueira

A geléia da grandmother Pearl faz 20 anos

20 anos de bom rock

















Os boatos rezam pelo fim do grupo. Eddie Vedder teria dito em um concerto em Portugal, no ano de 2009, que aquele seria o último de muitos outros, o que não se confirmou. O grupo nunca foi dado às pirotecnias da grande mídia, tão pouco ao comercialismo compulsivo e barato de tudo que faz sucesso merecido ou não. O Pearl Jam é fantástico e assim se manteve por causa desta postura. Uma sonoridade que acabou, paralelamente com o ótimo Nirvana, alavancando o punk-rock na bela e intrigante Seattle, no auge do movimento local grunge.  É considerada uma das mais populares e influentes bandas da década de 90.

Acabando ou não, dando um tempo ou não, a verdade está aí; o Pearl Jam completa 20 anos de estrada em 2011, 13 álbuns depois e uma marca incomum para qualquer segmento do show busines. Um fato inusitado é que durante a turnê de Binaural, lançou nada menos que 72 CDs duplos, que traziam na íntegra cada um dos concertos da turnê. Trajetória inusitada como a suposta geléia com poderes alucinógenos que a vovó Pearl (avó de Vedder) fazia e que batizou o nome do grupo. Desde o primeiro álbum, Ten, considerado um dos melhores álbuns do grunge, e do rock em geral nos últimos tempos. Possui canções belas e inesquecíveis como Alive (o grande sucesso radiofônico do disco, que levou o Pearl Jam a ser conhecido nos quatro cantos do mundo), Oceans, Black e Release, outras pesadas e raivosas típicas do grunge, como Once e Why Go, além de outras excelentes por si só, como Jeremy, outro grande sucesso radiofônico, cuja letra trata de um garoto de que Vedder tinha ouvido falar, que havia cometido suicídio numa sala de aulas de uma escola americana.

2011 deve ser o ano do Pear Jam, o ano do Grunge. O Arte Vital deixa aqui registrado esse marco. Eddie Vedder, muito além de ser uma das maiores vozes da musica e um compositor irrepreensível, é um cara muito gente boa. Parabéns à geléia da grandmother Pearl.

*************************************************

Guerra mais que anunciada, guerra mais que esperada


Bandidos fogem desesperadamente,
 fazendo a festa dos snipers

















Era questão de tempo. Essa guerra que o país assiste horrorizado, sempre nos serviu doses extras de um aperitivo amargo demais dentro do âmago mais profundo desta cidade. Rio de Janeiro: Primeira onda de ataques do crime organizado já havia atingido a sua finalidade. A tendência era submergir para voltar a surpreender. Eis que a secretaria de segurança, numa ação que, duvido muito, tenha um dedo se quer desse governador que aí está, resolveu dar um golpe de mestre nas pretensões do tráfico. Cerca de 400 bandidos estão acuados num perímetro equivalente a 800.000 metros quadrados e sem muitas opções para uma evasão. Como o BOPE está acompanhado de Fuzileiros Navais (essas duas corporações são de militares que não são treinados para fazer prisioneiros), sobrarão poucos bandido  para contar essa história de horror, cevada por décadas de abandono das autoridades. Nunca na história desses país, se viu tantos bandidos em fuga, ao vivo e à cores e em rede nacional. Era como se tivessem ateado fogo em um bueiro infestado de ratos. Atiradores de eliete se divertiam como se atirassem e patinhos na lagoa. Cruel...porém real e que apela para a mais intrínsecas das necessidades. Segurança é um 'bem' de extrema necessidade.

 O que corta o coração de qualquer ser, por mais acostumado que esteja a assistir essa tragédia social, é saber que 99% dos habitantes destas comunidades são pessoas de bem. São trabalhadores que lutam para saldar suas contas e contribuem maciçamente para o desenvolvimento econômico desse país. Pessoas que mereciam programas sociais inteligentes, não esse assistencialismo medíocre. Pessoas que mereciam ter seus filhos matriculados em boas escolas ou universidades. Como a história mesmo demonstra tudo está muito errado e não dá para combater a violência desses indivíduos com programas sociais no momento atual. Que a policia invada sim essas localidades, mas com responsabilidade e sabendo que ali, em sua enorme maioria, vivem pessoas que não têm nada a haver com essa bárbarie. Ontem, dezenas de famílias da Vila Cruzeiro (onde foi executado, em 2003, o jornalista Tim Lopes) dormiram na rua como moradores de rua por medo de subirem o morro e retornarem  para suas casas. O governador trouxe o modelo que transformou Medellín numa das cidades mais prosperas e tranqüilas da América do Sul, mas deixou lá a essência desse modelo: um investimento maciço em educação e urbanização. Fora a fanfarronada eleitoreira que foi a ocupação dessas comunidades pelas UPPs. A guerra está aí: encare-a mas mostre a cara.

*************************************************

Cuidado com o que você anda falando por aí





Têm se falado muito em pena de morte. Um enorme contra-senso é pobre pedir por pena de morte. Até por que, só pobre mesmo morre em algum tipo de execução dessa monta. Os ricos ou aqueles que foram ricos; aqueles que são duros e flertam com as elites mais abastadas (os chamados “piolhos de rico”) acham muito cômodo matar o monstro que eles mesmos criaram e criam. Ainda bem que se está longe...mas muito longe de  sancionarmos uma lei dessas aqui no Brasil. Ou você já viu algum norte-americano rico morrer na cadeira elétrica? E olha que rico americano adora tirar uma onda de serial killer!

*************************************************


Dá uma relaxadinha aí com "Um sábado qualquer"







*************************************************

Paulo Coelho faz parecer que Caio Fernando Abreu escreve.








Pearl Jam - Porch @ Pink Pop 92 - 20 anos






Revista VendaMais Banner Amarelo 480 x 60


------------------------------------------------

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Por que hoje é o dia de quem faz o som florescer...

Singela dedicatória a quem encanta almas 
Por Antonio Siqueira


Hoje é dia do musico, dia de quem canta lindo ou não, dia de quem toca com virtuosismo ou não. Hoje é dia de lembrar que a música é uma mistura interessante de silêncio e sons. De também lembrar que a musica apaixona, encanta, rejuvenesce, amadurece e cura; e que os músicos são instrumentos vivos desse milagre da existência humana.

Segundo a mitologia grega, os Titãs, que em literatura simbolizam a audácia orgulhosa e brutal, mas punida pela queda repentina, eram divindades primitivas que se empenharam em luta contra Zeus buscando a soberania do mundo, mas foram fulminados por ele e precipitados no Tártaro. Satisfeitos, os outros deuses pediram ao deus maior que criasse quem fosse capaz de cantar as suas vitórias, e este então se deitou durante nove noites consecutivas com Mnemosina, a deusa da memória, nascendo daí as nove Musas.
Delas, a da música era Euterpe, que fazia parte do cortejo de Apolo, o deus da música.

No princípio, a música foi apenas ritmo marcado por primitivos instrumentos de percussão, pois como os povos da antiguidade ignoravam os princípios da harmonia, só aos poucos foram acrescentando a ela fragmentos melódicos.
Na pré-história o homem descobriu os sons do ambiente que o cercava e aprendeu suas diferentes sonoridades: o rumor das ondas quebrando na praia, o ruído da tempestade se aproximando, a melodia do canto animais, e também se encantou com o seu próprio canto, percebendo assim o instrumento musical que é a voz.

Mas a música pré-histórica não é considerada como arte, e sim uma expansão impulsiva e instintiva do movimento sonoro, apenas um veículo expressivo de comunicação, sempre ligada às palavras, aos ritos e à dança.

Os primeiros dados documentados sobre composições musicais referem-se a dois hinos gregos dedicados ao deus Apolo, gravados trezentos anos antes de Cristo nas paredes da Casa do Tesouro de Delfos, além de alguns trechos musicais também gregos, gravados em mármore, e mais outros tantos egípcios, anotados em papiros. Nessa época, a música dos gregos baseava-se em leis da acústica e já possuía um sistema de notações e regras de estética.

A santa dos músicos - Santa Cecília viveu em Roma, no século III, e participava diariamente da missa celebrada pelo papa Urbano, nas catacumbas da via Ápia. Ela decidiu viver casta, mas seu pai obrigou-a a casar com Valeriano. Ela contou ao seu marido sua condição de virgem consagrada a Deus e conseguiu convence-lo. Segundo a tradição, Cecília teria cantado para ele a beleza da castidade e ele acabou decidindo respeitar o voto da esposa.

Além disso, Valeriano converteu-se ao catolicismo. Mito grego - Na época dos gregos, dizia-se que depois da morte dos Titãs, filhos de Urano, os deuses do Olimpo pediram que Zeus criasse divindades capazes de cantar as vitórias dos deuses do Olimpo. Então, Zeus se deitou com Mnemosina, a deusa da memória, durante nove noites consecutivas. Nasceram dessas noites as nove Musas. Dessas nove, a musa da música era Euterpe, que fazia parte do cortejo de Apolo, deus da Música.


E o que seria da música se não fossem os músicos, os profissionais que cantam, tocam, compõem e enchem a vida de recordações? O Arte Vital homenageia aqueles que são a razão da existência desse blog. Som, Amor, Poesia e Barro na Boneca.


Ilustração: Concedida por Celso Lins







Shirle de Moraes, Mariana Baltar, Marina Machado e Milton Nascimento 




Revista VendaMais Banner Amarelo 480 x 60


--------------------------------------------------------

sábado, 20 de novembro de 2010

Progressivamente Falando



Reascensão Bem vinda
Por Antonio Siqueira
























Poucos estilos musicais geraram tanta controvérsia como o Rock Progressivo (RP), um estilo lembrado hoje em dia pelo enorme espetáculo de palco, pelo seu fascínio por temas derivados da ficção científica, mitologia e literatura fantástica e, acima de tudo, pelo seu esforço em combinar o sentido de espaço e monumentalidade da música clássica com a energia e o poder do Rock. O seu deslumbrante virtuosismo e fascinantes espetáculos ao vivo fizeram-no bastante popular durante a década de 1970, aonde vimos bandas como King Crimson, Emerson, Lake & Palmer, Yes, Genesis, Camel, Pink Floyd e Jethro Tull trazerem uma nova profundidade e sofisticação ao Rock. Por outro lado, os críticos estigmatizaram os elaborados concertos destas bandas como auto-indulgentes e materialistas. Eles viram a tentativa de fusão rock/clássica do RP como sendo elitista, uma traição às origens populistas do Rock. Mas de uma perspectiva mais realista, o RP é mais uma expressão vital da contracultura do final da década de 1960 e durante a de 1970. No entanto, a sua característica atemporal faz com que, hoje em dia, e para além do fato de a sua capacidade criativa e produtiva estar bem abastecida, este estilo conviva sempre de mãos dadas com as suas origens e influências.

Era 1967.  Na Inglaterra, um dos centros de maior tradição musical, surgia uma necessidade de dar uma abertura estilística à música popular que vinha sendo feita. O cenário político-social da época era o ideal. Artistas, na sua maioria de formação universitária e procedentes de conservatórios, deram as bases para o RP, juntos com alguns seguidores do psicadelismo. Ao Rock foram acrescentados elementos de música Erudita, Jazz e Folk. A partir de então o movimento cresceu, atingindo o grande mercado nos anos 70, que na época aceitava uma música que não fosse descartável. Foi o auge de grandes bandas inglesas como os Yes, King Crimson, Pink Floyd, Genesis, Jethro Tull, ELP, Gentle Giant, Camel, etc, e que acabaram por influenciar bandas em todos os cantos do planeta até aos dias de hoje. Mas não foi só na Inglaterra que o movimento teve o seu auge. A Itália deu também um contributo decisivo para este sucesso com bandas como Premiata Forneria Marconi, Banco Del Mutuo Soccorso, Osanna, Le Orme, Area, etc.

Na segunda metade da década de 70, com a crise do petróleo, as leis comerciais impuseram-se e as editoras começaram a procurar um estilo que exigisse menos investimento e mais vendas. Isso aconteceu com a onda "disco" que explodiu durante o ano de 1978, decretando o fim do RP (assim como outros estilos) em termos comerciais. Para contribuir para este aniquilamento, surgiu também o Punk Rock, apesar de ter sido um fenômeno mais localizado e efêmero, nunca conseguindo alcançar grande numero de vendas a nível internacional.

Ian Anderson: mentor da seminal banda de Rock Progressivo Jethro Tull 


No início da década de 1980, algumas mentes criativas decidiram tentar apostar mais uma vez no RP, influenciadas pelos grandes nomes da década anterior. Em face de ser cada vez maior a exigência comercial, onde os contratos eram feitos conforme o numero de vendas, as bandas que então apareceram usaram muito inteligentemente uma mistura de RP com pitadas de uma corrente Pop que então reinava. Entre essas bandas destacam-se os Marillion, mas outras surgiram embora não com tanta notoriedade como IQ, Pendragon, Quaterna Réquiem etc. Durante esta década, o RP resumiu-se envergonhadamente a um punhado de bandas que, teimosamente, não deixaram que o movimento fosse definitivamente sepultado. Além do mais, estas não podiam contar com qualquer tipo de divulgação e promoção. As editoras não se davam a esse luxo com bandas que estavam destinadas a um baixo numero de vendas e os media foram simplesmente engolidos por uma máquina promocional que se auto-alimentava através das bandas que promovia e das vendas que daí advinham. Esta máquina foi toda atrelada aos media, todos os caminhos do RP desde a sua origem na banda até ao ouvido do consumidor. No final da década, e quando as forças começavam a faltar aos resistentes, eis que surgiu um fenômeno que veio revolucionar todo o mundo musical: a Internet.

Como se pode facilmente constatar hoje em dia, a Internet revelava-se um meio fundamental para o RP, pois conseguia os dois processos vitais para uma banda: divulgar e vender. Não tardou e, poucos anos passados, logo foram criadas algumas editoras independentes e especializadas no gênero, as quais utilizavam a Internet como meio principal de distribuição e venda dos seus discos. Foi então uma espécie de paraíso para os artistas deste segmento musical, que assim podiam dar asas à sua criatividade sem ter como pano de fundo o espectro do cumprimento de contratos ao nível das vendas. Até mesmo algumas grandes bandas, que pareciam adormecidas ou a enveredar por estilos muito pouco ligados ao RP, fizeram as pazes com o movimento e voltaram a produzir excelentes trabalhos. Mas não só da Internet viveu este ressurgimento. Também a desvalorização e vulgarização de instrumentos e bons meios de gravação contribuíram para uma massiva produção discográfica neste meio.

No final da primeira metade da década começaram a aparecer os melhores resultados. Bandas como The Flower Kings, Spock's Beard, Anglagard, Porcupine Tree, ressuscitaram o movimento trazendo consigo não só qualidade, como também uma frente descentralizadora do eixo anglo-saxônico que até então era incontornável. Novos mercados como a península Escandinava, o Japão e a França trouxeram uma maior heterogeneidade à linha musical que até então vinha sendo apresentada. Até aos dias de hoje, estas bandas, assim como muitas e muitas outras, têm vindo a provar que o RP goza de ótima saúde, rejuvenescido, e querendo ir mais além... A progredir!

Pink Floyd - Comfortably Numb - Pulse - 1994





Amostra Grátis 180 x 150 - www.revistainvestmais.com.br


----------------------------------------------

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Com a palavra...

De Heavy Metal, Essências e Headbanger Soul
Por Silvia Schroeder
















Contra todas estatísticas e expectativas familiares conheci e me apaixonei pelo Heavy Metal. Reservo-me a irresponsabilidade de dizer que a maiorias dos fãs se tornaram headbangers contra todas as probabilidades sociais. Pequenas sementinhas da discórdia como aquela plantada pelo Black Sabbath em 1970. O estilo nasceu, cresceu, se multiplicou e tornou imortais diversos deuses do metal! Não há pra onde correr Iron Maiden's gonna get you no matter how far...
 
Pois bem, desde Black Sabbath incontáveis bandas, de incontáveis nacionalidades criam um som simplesmente fantástico e graduam as vertentes do Heavy Metal. Em 1985, quando o trash metal passou a ser a nova paixão de muitos músicos, Dave Mustaine juntou sua bunda chutada pelo Mettalica e criou a vingança mais genial de todos os tempos: o Megadeth



Megadeth: Heavy metal de essência
Com Killing is my business...And business is good”  o Megadeth nocauteou a todos com “um album de heavy metal muito agressivo” como afirmaria anos mais tarde.




Ao longo dos anos, evoluindo disco após disco, o Megadeth alcançou a glória junto à crítica com o mais recente álbum End Game. Não era pra menos; Mustaine, que sempre se manteve respeitoso às suas origens e paixões musicais, colocou toda sua concentração e produziu um som simplesmente fodástico (licença poética de uma fã entusiasmada!)


Neste ano de 2010, o Megadeth comemorou os 20 anos do lançamento do genial Rust in Peace com uma turnê em diversos países, inclusive no Brasil, ganhando platéias e sendo “ganhado” pela paixão tupiniquim pelo Heavy Metal de qualidade!

E escrevendo como uma headbanger iniciante, mas já irremediavelmente arrepiada pelos riffs agressivos, garanto que não há alma que não se lave em um concerto de Metal. Contagiados pela loucura e pela sede de liberdade, não há mãos que se levantem, imitando Dio até onde os olhos podem ver...
In denim and leather, we were all part of one force, knocked Rock and Roll on its ass and put metal on the course.






"Paraísos artificiais"
Silvia Schroeder


Grandes flores brilhantes de plástico
Tecidos divinos
Pinturas proibidas
tiradas de um livro de idéias
Do ócio, serotonina 
Da ação, adrenalina
Na sua boca, chocolate
No laboratório, olhos abstratos
Tecla, tecla, tecla...
Por que batem tanto nela?
na mesma compulsiva tecla...
Hipócritas, hipócritas, hipócritas
Por que não adotam o silêncio?
(um eufemismo educado)
Da sua 
eletricidade

o Jardim Suspenso artificial
Do paraíso simulado pela química cerebral
o amor, o ódio, a empolgação...."




Bio: Silvia Schroeder é estudante de Ciências Contábeis, tem 21 anos, é paranaense do interior, escritora de fim de noite, headbanger de carteirinha, aspirante a contadora pelo amor ao sarcasmo!


 Megadeth - Symphony of Destruction





Amostra Grátis 480 x 60 - www.vendamais.com.br

----------------------------------------------------------------

domingo, 14 de novembro de 2010

Mémoire

QUATERNA RÉQUIEM
uma bela história da música brasileira
por Antônio Siqueira













Em 1992 mais precisamente, pois às vezes a memória nos trai sem piedade, fui ao Centro Cultural Cândido Mendes, no excelente e já extinto projeto Som do Meio-Dia. Eventos aconteciam por lá todos os dias, com o apoio da Fundação Candido Mendes e um patrocinador gigante da época. Podia-se contemplar, a preços bem populares, grandes nomes da música alternativa brasileira como Vital Farias, Lenine (na época iniciando já bela carreira), Toninho Horta, “Arranco de Varsóvia”, Chico Cesar, Lô Borges, Paulinho Pedra Azul, Egberto Gismont, Hermeto Paschoal, Fátima Guedes, Pedro Luiz, Ângela Ro Ro entre outras feras. Todos se apresentaram naquele palco do auditório da fundação, ao preço de 5 Reais a entrada. Todos os dias, de Segunda a Sexta-Feira, um grande nome dava o ar de sua graça. Porém os iniciantes às vezes davam as cartas e foi numa dessas que conheci o som do QUATERNA RÉQUIEM.

O grupo criado pelos irmãos Elisa Wiermann (teclados, arranjos e composições) e Cláudio Dantas (bateria), fatiando com competência, elementos da musica de câmara e do rock progressivo. O nome Quaterna Réquiem, no sentido de "repouso dos quatro", foi idéia de Cláudio para uma antiga formação do grupo. Cláudio e Elisa reuniram pessoas que se dispusessem a uma determinada disciplina que permitisse levar adiante um trabalho sério dentro de um estilo bastante elaborado.

Iniciado no ano de 1989, gravou seu primeiro LP, "Velha Gravura" e em 1992, o Quaterna Réquiem recebeu um novo impulso em sua carreira, com o lançamento do álbum "Velha Gravura" em CD, contendo músicas adicionais. Além dos irmãos Cláudio e Elisa, contava com os músicos Kleber Vogel (Kaizen), violinista da Orquestra Sinfônica Brasileira, Marco Lauria, baixista (Marco já integrava o Quaterna desde a sua concepção inicial dentro do estilo que o caracteriza) e Jones Júnior (guitarrista e violonista). Jones já havia tocado com Cláudio, em uma primeira versão do grupo.

Semanas anteriores a este showzaço em plena a hora do almoço na Rua da Assembléia, 10, no Centro do Rio, alguns amigos (amantes do bom som), me indicaram uma audição da banda. Fui ao show sem nunca tê-los ouvido; Confesso que saí do Teatro “chapado” com o som progressivo e luxuoso dos cariocas. Cláudio Dantas, Elisa Wiermann, Marco Lauria formaram a melhor versão do grupo que, até hoje, faz shows na Europa e, raramente, no Brasil.

 Saiba mais:
http://www.quaternarequiem.net/




Quaterna Requiem - Live DVD - Gargula







Amostra Grátis 480 x 60 - www.vendamais.com.br


-------------------------------------------------------------------

sábado, 13 de novembro de 2010

Quando os gênios se manifestam...

Se houver uma definição concreta para genialidade ou se você tem uma visão, em particular, sobre o fenômeno, por favor; inclua Egberto Gismont no seu "raciocínio minimalista". A arte não sobrevive sem os seus gênios, é verdade. Porém, alguns desses geniais artistas são “cataclísmicos” em seus arranjos, em seus espetáculos ou em suas apresentações. Neste sábado perfeito para uma reflexão a nível, o Arte Vital oferece esse presente:










Egberto Gismonti - Palhaço




Selo VendaMais Branco - 101 x 27

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O gênio da música pop, 17 anos depois, desembarca para três shows no Brasil...

Ele está entre nós  
Por Antônio Siqueira
















O eterno Beatle, o compositor que mais vendeu e ganhou direitos autorais na história; o maior fenômeno da musica, longeva e sonoramente; o homem mais popular da musica pop em cinqüenta anos de uma carreira irretocável e que fundou, juntamente com John Winston Lennon, a banda que foi o abre alas para todos os segmentos da musica moderna, não só da musica pop, mas de todos os gêneros e subgêneros: The Beatles. O grande boom da musica contemporânea, o qual ele ainda alicerceia e eterniza com sua marca inconfundível. Sim, ele está novamente entre nós: Sir Paul McCartney, que fez ontem um memorável show em Porto Alegre, num lotado Estádio Beira Rio e tocará nos dias 21 e 22, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, 17 anos depois da sua ultima visita ao país.

Não só o eterno beatle, mas o compositor mais aclamado do planeta musica, Paul tem sua verve própria e junto com John Lennon criou 90% do que os “besouros” produziram, com ou sem lendas urbanas (muito comuns numa década sessentista, na qual o mundo ainda engatinhava em tecnologia de comunicação), com ou sem distúrbios e conflitos internos; sua obra está aí, magnífica! É o maior legado que se tem noticia até hoje na musica mundial. Basta dizer que em 1979, o Livro Guinness dos Recordes declarou-o como o compositor musical de maior sucesso da história da música pop mundial de todos os tempos. McCartney teve 29 composições de sua autoria no primeiro lugar das paradas de sucesso dos EUA, vinte das quais junto com os Beatles. Como os outros três membros da banda, McCartney foi agraciado, em 1966 como Membro do Império Britânico. Porém, é o único membro dos Beatles a ostentar o título de "Sir", honraria que lhe foi concedida pela Rainha em 1997. O título de Sir é mais distinto do que o de Membro do Império, por se tratar de um título nobiliárquico de mais alto valor, equivalente a "Cavaleiro do Comandante do Império". Frescuras que não contam no padoxal e prosaico universo da musica, mas que demonstram a sua importância no contexto da terra em que o rock foi reinventado. E ele, o mais musical  do quarteto, com simpatia e alegria contagiantes, incluiu o Brasil na sua turnê onde comemora cinqüenta anos de carreira musical e setenta anos que parecem não ter passado.

Os Beatles foram um verdadeiro laboratório de influencias e pesquisas que iam da musica eletrônica à canção folclórica, da musica oriental às mensagens existenciais de suas letras, que comunicavam uma visão filosófica do desconcertante cotidiano existencial. Na segunda metade da década, em LP’s que se transformaram marcos históricos, como Rubber Soul (1965), Revolver (1966) e, principalmente, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967). Eles inauguraram a era do experimentalismo eletrônico na musica pop. Sgt. Pepper’s fundiu a cuca de críticos e músicos daquele tempo e não tardou para que suas tendências  entranhassem e influenciassem nos trabalhos de outros artistas. No Brasil, a beatlemania teve uma motivação e um saldo positivo, inspirando artistas baianos e, de forma épica, um certo grupo de mineiros inspiradíssimos nas décadas de 1970 e 1980.

Com o fim da banda, que teve diversas especulações, mas que na realidade foi a velha guerra de egos, cada um deu seu vôo solo. Lennon vinha com uma carreira consolidada e consagrada, até ser assassinado com quatro tiros por um lunático chamado David Chapman, que tirava plantão em frente ao Edifício Dakota, onde ele morava em Nova Iorque, esperando a hora de matar parte do sonho de uma juventude e destruir um dos maiores gênios musicais que já surgiram.

Em seu primeiro álbum após o fim do Beatles, Paul escreveu todas as canções, gravou todos os instrumentos (Paul é um multi-instrumentista fantástico) e produziu o disco em um estúdio particular de sua casa, com a primeira mulher Linda fazendo os vocais de apoio. O disco foi considerado caseiro demais para os críticos, mas mesmo assim McCartney conseguiu fazer sucesso com as belíssimas "Maybe I'm Amazed" e "Every Night". Em 1971, McCartney lançaria o compacto Another Day, que simplesmente explodiu. Ainda no mesmo ano, junto com Linda, lançou outro álbum solo, Ram, com alfinetadas ao seu ex-parceiro musical, John Lennon como na canção "Too Many People". Não tardaria para John replicar com a canção "How Do You Sleep?" atacando McCartney. Meras baixarias que, na realidade, não passavam de jogadas de um markenting desnecessário, pois a qualidade e a aceitação do trabalho de ambos se nivelavam muito acima desses clichezinhos medíocres. Paul e Lennon eram estratosféricos.

Depois vieram Band on the Run, eleito o disco do ano, apresentando hits como Jet e a faixa-título,  já com a banda Wings; Venus and Mars, Wings at the Speed of Sound com a canção "Silly Love Songs", em resposta a provocação de John Lennon em "How dou you sleep?" do álbum Imagine; uma turnê mundial que originou o álbum  Wings Over America. Em1977, a canção "Mull of Kintyre" se tornou o grande sucesso de Paul McCartney em parceria com Denny Laine. London Town, seu disco mais vendido que trouxe o sucesso "With A Little Luck";  Back to the Egg , um épico álbum que contou com a participação de Pete Townshend (The Who), David Gilmour (Pink Floyd), John Paul Jones e John Bonham (ambos do Led Zeppelin) nas canções "Rockestra Theme" e "So Glad to See You Here" e McCartney II, com ênfase em sintetizadores ao invés de guitarras. A maravilhosa "Coming Up" atingiu o segundo lugar na Inglaterra e primeiro nos Estados Unidos., e a não menos bela "Waterfalls" foi outro Top 10 da revista Rolling Stones. Tug of War, de 1982, marcou a reunião com o produtor dos Beatles, George Martin, e com Ringo Starr. McCartney cantou neste álbum em dueto, com Stevie Wonder, "Ebony and Ivory" um dos maiores hits de sua carreira. No mesmo ano, Paul gravou uma canção com o megastar pop, na ocasião um emergente nas paradas, Michael Jackson ("The Girl is Mine"), que foi lançada no álbum de Michael, Thriller.

E vieram outros e mais outros êxitos comerciais que rederam valores astronômicos ao musico mais rico do mundo, dono da maior fortuna da Word Music. Um divorcio de Paul rendeu mais de 1 bilhão de libras esterlinas por causa de uma pulada de cerca. A pobre mocinha ainda recebe uma pensão que nem vem ao caso especular. Paul é a musica e experimentou de tudo nesta mesma musica. Culturas de diversas sonoridades, clássicos, folks, blues, jazz, para depois rotularmos de pop experimental. Musica não tem rotulo ou gênero específico, musica é universal, mas nós que escrevemos sobre ela, sentimos essa obrigação tribal de seguir clichês, se quisermos sobreviver.



Hey Jude - Paul McCartney & Elthon John






Editora Quantum 480 x 60


-----------------------------------------------------------------------

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um poema ainda existe

Insensato Epílogo 
Por Antonio Siqueira



Eu estou tão cansado
o convívio com a mentira aprisiona o espírito
Já me faltam as palavras
As que saboreio entre os dissabores
Da minha própria loucura
Já não sinto o meu corpo
As vogais consomem-no
Desfalecem em parcas consoantes
Ficaram tantas frases no passado
Que já não consigo escrever,
Falta-me força
As mãos trêmulas
O que meu insano olhar constrói
O que meu pensamento rejeita.