quinta-feira, 21 de maio de 2015

Apocaliticamente Fantástico

Apocalyptica:
"Shadowmaker"


Por Antonio Siqueira



Shadowmaker 2015
 
















Foi com um misto de espanto e entusiasmo que o mundo conheceu o Apocalyptica, no já longínquo 1996, quando a banda lançou o primeiro disco, composto todo por versões de clássicos do Metallica em arranjos feitos para violoncelo. Aos poucos o que parecia ser um projeto apenas curioso se tornou uma banda consolidada no cenário metal internacional.

E se a banda precisou de uma ajudinha do Metallica para se tornar conhecida, hoje mostra que realmente conseguiu deixar seu nome encravado nessa história graças ao que lhe torna diferente, o uso dos violoncelos e contrabaixos, criando boas canções.

Neste novo disco, “Shadowmaker”, a banda não traz nenhuma novidade musicalmente falando. É o mesmo som, geralmente denso e pesado, no limiar do clássico e do metal. A principal novidade no álbum é que as músicas contam com os vocais de Franky Perez, ex-Scars on Broadway.

Perez é um vocalista competente, mas não podemos dizer que ele seja do tipo que deixa sua marca por aí ou que tenha um estilo e timbre único. Não que isso seja necessário, mas significa que a adição de um vocalista fixo, ao contrário do que a banda fez em alguns anteriores, quando vários cantores colaboravam, não deixou o som do Apocalyptica mais marcante por isso.

A edição padrão do CD traz 10 faixas, com outras três na versão deluxe. Tem momentos no disco onde aparentemente há uma certa aproximação com o metal alternativo, principalmente aquele feito e adorado nos Estados Unidos, como em “House of Chains” e na faixa-título. E aí a vontade é pular para a próxima faixa. O problema é que isto está presente em diversos momentos.

“Cold Blood”, que já ganhou uma edição em vídeo, é uma boa canção com um apelo pop. Não é das mais pesadas ou sombrias, como temos em outros momentos da banda e pode ser um convite para quem ainda não conhece a banda se aprofundar em seu material.

A primeira faixa que realmente me chamou atenção foi a lenta “Hole in My Soul”. Não que tenha nada especial, é apenas uma balada bonita com uma bela melodia principalmente após a marca de dois minutos.

“Sea Song (You Waded Out)”, com seu início melancólico, é outra faixa de destaque do repertório. Tem trechos onde parece que o peso vai ganhar vida, mas fica só na promessa e isso não é algo negativo.

Com quase oito minutos de duração, “‘Till Death Do Us Part” é outra que começa lenta, com uma beleza triste, mas esse clima vai dando espaço para passagens mais rápidas e pesadas. Poderia figurar num disco de banda de post rock. Mas ao longo da faixa ela vai mudando o clima, o que pode agradar diferentes gostos.

“Dead Man’s Eyes”, que encerra o repertório da edição padrão, também é lenta e o modo como Perez canta os versos faz lembrar algo de darkwave e gótico dos anos 80 e 90. E aí me dou conta que os melhores momentos deste disco são justamente aqueles em que a banda explora os belos timbres dos instrumentos de forma mais lenta e delicada. Melhor se seguissem esse caminho ao invés dos flertes com o metal alternativo que pipocam aqui e ali.



Confira Shadowmaker






1 comentários:

Anônimo disse...

Uma das melhores coisas que já ouvi de um modo geral. Depois do Pink Floyd, do Yes e do próprio Metallica que originou isso tudo.

Marcelo

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