quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Candeia é a Flor do Samba (...) Reeditado, Remasterizado e Revivido

Por Antonio Siqueira




O Gênio Criativo, Candeia





















Não é à toa que “não deixe o samba morrer” é um verso tão emblemático não só da música como da cultura brasileira. “A voz do morro” é “a voz do povo de um país”, como já diz o clássico que você não tem como negar que conhece. E um povo que canta em coro “eu samba” faz dele sua personificação musical.

Mais que cultura popular, o samba tem um caráter quase folclórico, tanto pelas mensagens quanto pela transmissão oral que faz com que as origens de muitos registros seja desconhecida ou diluída em incontáveis intérpretes. Ainda assim há alguns cânones cuja importância continua ecoando, e pessoas empenhadas em fazer com que suas vozes sejam ouvidas.

O selo Discobertas é um dos mais engajados com essa missão e segue nela com o box “Sou Mais o Samba”, com cinco álbuns de Candeia que provam que “o samba é o tesouro maior que se deixa na vida”, como diz o próprio em “A Flor e o Samba”.

A caixa é quase uma continuação da série iniciada pelo selo em 2011, quando foram relançados os três primeiros álbuns do sambista. Esses trabalhos - "Candeia" (1970), "Seguinte... Raiz" (1971) e "Samba de Roda" (1975) – voltam agora acompanhados dos discos “Raridades” e “O Compositor”.

Raridades” inclui pérolas de discos como “Quatro Grandes do Samba” (1977), parceria com Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Elton Medeiros, e da coleção “Partido Alto em 5 Vols 1 e 2” (1975). “O Compositor”, por sua vez, traz músicas de Candeia interpretadas por nomes que incluem Elza Soares, Elizeth Cardoso, Jair do Cavaquinho e a Escola de Samba Portela.

Além de história, o samba pode ser salvação. No caso de Candeia foi ambos: depois de crescer cercado de música, compôs aos 17 anos seu primeiro samba-enredo e levou a Portela a tirar nota 10 em todos os quesitos. Pouco menos de uma década depois, porém, entrou para a polícia e se tornou um oficial descrito como “truculento”, que interrompeu diversas rodas de samba por perturbação da ordem pública e chegou a enquadrar um então desconhecido Paulinho da Viola, que inclusive escreveria uma nota no encarte de “Samba de Roda”.

Foi depois de uma operação que o deixou paraplégico que o músico voltou a fazer do samba o centro de sua vida, permitindo que não só se encontrasse como deixasse esse belo legado, que mostra que Candeia realmente tinha “o samba no sangue”, como diz em uma cadência diferente e irresistível em “A Volta”. Candeia era e é Gênio do Samba de Qualidade.




Teresa Canta Candeia




2 comentários:

Anônimo disse...

E VIVA O SAMBA!!!!!

KMCJ - Rio

Anônimo disse...

Maravilhoso!

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