sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Racismo: O último estágio da ignorância humana

Racismo: O último estágio da ignorância humana
Por Antonio Siqueira


Um olhar reto e direto para o abismo de nossas almas


















*Eu odeio o racismo, pois o considero uma coisa selvagem, venha ele de um negro ou de um branco.  (Nelson Mandela )


A espécie humana a que pertencemos (e às vezes nos esquecemos de que somos bichos) surgiu na África Central, como revelam as investigações paleontológicas. Dali, emergindo das selvas do Congo e às margens do Rio Nilo, esses primatas, de mãos articuladas e cordas vocais capazes de emitir sons modulados, saíram para a conquista do planeta. À medida que escalavam as latitudes, desbotavam-se da cor negra: a escassez da luz exigia a redução da melanina, para que a pele pudesse absorver a energia solar. Os brancos, de acordo com essa teoria, não são brancos: são negros. Os novos ambientes de vida dispensaram a melanina, clarearam os olhos e, em certos indivíduos, os cabelos.



Racismo, no Dicionário Aurélio, significa: “Uma doutrina que sustenta a superioridade de certas raças. Preconceito ou discriminação em relação a indivíduo considerado de outra raça”. Um contra senso desmedido diante as origens da humanidade. Porém, não é isto que está em questão. O ser humano é por si só, um contra senso do próprio Deus que ele enaltece como o ponto culminante de uma fé plantada como doutrina e constituição universal. Esse mesmo Criador enviou seu filho com a missão de morrer de forma horrenda e consertar algo que não tem conserto. O livre arbítrio gera uma filosofia de posse e submissão de povos sobre povos, de raças sobre raças. Apesar de que, numa visão mais lúcida e menos ufanista, chega-se à conclusão óbvia que existimos e somos uma só raça: a HUMANA.


Ao longo da história da humanidade, registrou-se toda sorte de segregações raciais. O racismo, a xenofobia e as etnias mais radicais, transformaram-se num terreno fértil para movimentos e sistemas genocidas que ceifaram a vida de centenas de milhões de indivíduos. O próprio Homo Sapiens se encarregou de dizimar os Neandertais. Obviamente que não deixa de ser um instinto: o instinto de dominação, de absolutismo e de hegemonia. O que o bom  Deus talvez não esperasse, era que a sua criação mais importante não evoluísse no sentido humano e social. Somos bichos sim; mas também somos os únicos bichos que poluem e destroem o meio ambiente que habita e depende de todos os seus recursos para a sua sobrevivencia. A ponto de pôr-mos em risco a existência do planeta inteiro. Não é surpresa essa onda de escárnio é ódio entre raças e etnias. No país que vivemos, respira-se uma atmosfera de racismo camuflado. A escravidão e os métodos torpes das sociedades do Brasil Colonial abriram uma ferida que nunca se fechou e que sangra despercebida. O Brasil foi a última nação a abolir a escravidão no mundo. Um país essencialmente agrário, com uma postura político-imperial que beirava a mediocridade e um imperador fraco e, na época, encantado com uma Europa industrializada. Não me surpreendo se um dia for provado que Charles Darwin foi o grande catalisador do movimento em prol da abolição da escravatura em terras brasileiras.



Lá pelos idos de abril de 1832, Darwin desembarcara no Rio de Janeiro antes de praticamente redescobrir a Floresta Amazonica. Embrenhou-se durante dias na Floresta da Tijuca, coletou amostras de insetos, pequenos anfíbios, repteis e diversas espécies de vegetações. Impressionou-se com a biodiversidade da Serra do Mar e fascinou-se com o ecossistema encontrado lá. Só que nem tudo em sua estadia em terras fluminenses esteve pautado em descobertas fantásticas. Darwin horrorizou-se ao deparar-se com o grande mercado de escravos que era as areias da Enseada da Praia de Botafogo. Enojado com o que viu; um grande mercado de escravos a céu aberto, onde os navios negreiros desembarcavam suas mercadorias e as negociavam ali mesmo. Seres humanos tratados como animais de tração, espancados, humilhados e doentes devido à árdua viagem nos porões desses mesmos navios. Alguns já chegavam mortos e eram atirados ao relento. Passou algumas horas discutindo com mercadores. Porém,  a comunicação era impossível, devido o idioma e na ausência de um tradutor, Darwin dirigiu-se a galope com seus acompanhantes até o porto da cidade. Naquela época, a Marinha Real Britânica mantinha uma esquadra ancorada no Rio de Janeiro. Enviou uma carta escrita naquele mesmo momento à Coroa Britânica, exigindo uma postura firme contra o que acabara de presenciar. A Inglaterra havia a pouco, proibido a escravidão em todo o Reino Unido. Era a vitória de uma campanha que fez do Império Britânico uma força abolicionista que acabaria mais tarde com o comércio em todo Atlântico. Contou com uma participação popular inédita sendo a maior campanha de opinião pública que o Ocidente viveu antes do século XX. Organizaram boicotes a produtos feitos por escravos e em 1787, Thomas Clarkson conseguiu que trezentas mil pessoas deixassem de consumir o açúcar das Índias Orientais em protesto contra a escravidão. Mas não foi o bastante, pois essa página triste da história do Brasil dos portugueses ainda se estenderia por mais de meio século. O ultimato veio em 1884, com a ameaça de sansões comerciais. Acuado, o europófilo D.Pedro II cederia aos movimentos abolicionistas com a adesão de membros da corte. Em 13 de maio 1888 sua filha Isabel assinaria a Lei Áurea.


A escravidão até o XIX era oficializada e institucionalizada. A simples libertação de indivíduos de pele negra e advindos da Mãe África não mudou a consciência da população. Digo isso por ter ouvido histórias de meus avós sobre seus ancestrais que fariam tremer o mais comedido dos seres humanos. O inciso 42 do artigo 5° da Constituição Federal prevê a prática do racismo como crime inafiançável. O autor desta lei - deputado Carlos Alberto Caó (PDT-RJ) - integrava, à época a Assembléia Nacional Constituinte de 1988. As manifestações de racismo passaram a ser mais discretas. O Brasil é um país racista SIM! Uma sociedade hipócrita e ainda moldada pelo arcaísmo político-imperial.



Certa vez ouvi de um cientista a seguinte frase que me marcou e muito: “Estudo física 18 horas por dia e não sou ateu. Amo a Deus. Por isso quero estudar suas regras divinas. As leis da física são a tela que Deus estendeu para pintar a sua obra-prima.” Alguns homens evoluíram seu pensamento a este extremo. Compreenderam que a ciência e a religião caminham lado a lado sem que a compreendamos de uma forma definitiva. Que podemos transpor até certas idéias de infinito, como  lançar sondas espaciais por todo sistema solar e visitar outros astros e outros planetas. Só não somos capazes de olhar nossos semelhantes como um todo, como um só alicerce que ampara o que chamamos de mundo.



 *Post dedicado a Nelson Mandela

22 comentários:

Magda Camila disse...

Eu ainda estou me tremendo toda, rs. Me emocionei com esse artigo, Antonio. Passei 8 anos da minha vida convivendo com uma guerra conhecida como "conflito etnco" (uma guerra mais racial que etinca, eu tenho certeza). Não quero entrar em detalhes. Quero pedir a sua autorização para imprimir e distribuir esse texto. Já estou traduzindo para o ingles.

magda camila

Anônimo disse...

Mais um post desse blog maravilhoso que eu "roubo" para imprimir e anexar à minha biblioteca particular. O pior é que essas palavras que rebuscam a história da humanidade e do Brasil, não toca o coração das pessoas. Mas já que o mundo ainda conta com seres humanos como você, me dou por satisfeita sim mesmo, rs.

Antonio, fiz um yahoo mail pra seguir esse trem bão do seu blog, mas ainda não consegui postar com meu login. Sou muito tapadinha, hihihihihi...

Que você sempre nos brinde com essas obras-primas.

Luana BH

Anônimo disse...

Queria saber qual é a fonte desta história do Darwin. No mais o artigo é muito bom para abrir os olhos diante a hipocrisia que vivemos.

Anônimo disse...

Pergunto sobre a fonte da "história" pois todos escrevem o que bem entendem na web. Pode não ser o seu caso, porém é sempre bom estar informado.

Arte Vital disse...

Obrigado Luaninha, vc está aqui e é o que importa.
E assina seus comentários, se identifica, o que é de suma impotância. Estou aguardando o seu texto sobre os 40 anos do álbum CLUBE DA ESQUINA, moça.
Vc sabe o qto admiro vc.

Magda Camila e Celsito, meus irmãos de fé!
Obrigado pelas seus comentários.
eu sei o que vc viveu, Magdósa e concordo com as suas convicções. Não é bom mesmo comentar.

Arte Vital disse...

Prezado ANÔNIMO

A fonte deste texto no que se refere a Darwin se encontra no livro, O MAIOR ESPETACULO DA TERRA: AS EVIDENCIAS DA EVOLUÇAO que é um apanhado das 15.000 cartas de Darwin sobre as viagens e as consequentes expedições com o navio beagle.Se lhe interessar; encontra-se entre os capitulos VIII e IX e narra as experiências vividas no Brasil. É um livro recente, mas talvez vc o encontre disponibilizado na web, em e-book.

Realmente encontramos muita "baléla" na grande rede. Felizmente, é uma minoria de aventureiros. Geralmente esses aventureiros se escondem atrás de alter egos. Portanto, peço que se identifique SIM, pois a permissão de postagens ANÔNIMAS é, tão somente, para quem não quer ou não deseja ter contas de e-mail que possam seguir ou publicar comentários na blogosfera.

As evidências da evolução são tão válidas e irrefutáveis quanto, por exemplo, as evidências históricas de que existiu o Império Romano. leia o livro.

Sem mais...

Antonio Siqueira

Anônimo disse...

Sr.Antonio Siqueira, quero deixar bem claro, se é que isso seja possível para alguém que opta pelo anonimato; porém acredite, eu nunca questionei a veracidade de seus textos e nem tão pouco lhe cobrei fontes confiáveis, até mesmo pq eu não preciso disso, se eu não confio no que estou lendo, corro atrás e esclareço a minha dúvida e o blogueiro nem fica sabendo. e continuar seguindo ou não o blog, a decisão é minha, somente minha.
o ANÔNIMO acima que o sr respondeu não sou eu, que isso fique bem claro. para evitar qualquer outro desconforto, informo que não postarei mais comentários, o que não quer dizer que não continuarei a seguir o seu blog, da qual pra mim é enriquecedor.só para clarear, se é que é possível(repito) o meu último post foi ontem sobre o gênio Paco de Lucia que lhe parabenizo mais uma vez pelo bom gosto e sensibilidade musical. Ao me encantar com o vídeo maravilhoso deixei de ler esta sua ultima postagem, e só hj lendo os comentários vi que surgiu um outro ANÔNIMO, que NÃO sou eu...espero ter esclarecido.
Abç.

Antonio Siqueira disse...

Senhora ANÔNIMA

Está esclarecidíssimo! E pela "mediunidade" que me confere um CARTÃO DE VISITAS bastante sui generis, identifico meus seguidores pelo texto e abordagem executados ( e pelo cheiro tb). Hoje o sol entrou pela porta da minha varanda como uma espada trespassa um dragão hidrófobo! Senti-me em plêna Jerusalém do sec VIII. Cavaleiros Cruzados, cavaleiros Templários e Muçulmanos irados ao meu redor.

Fico feliz por ter seguidores de personalidade forte e Qi elevado. Deixo em aberto vossa decisão de não mais comentar, porém não se preocupe. Eu conheço todos aqui. Sou mais perspicaz do que o AGENTE 86, please...


Que a paz do Senhor esteja com todos...

E viva o Madiba!!!!!

Antonio Siqueira, católico, sincretista e médium formado pela "Academy of mediumship Occult Witchcraft"

sem nome disse...

Dispensando a parte histórica velha conhecida de todos nós,infelizmente...e creio, ainda não tida por obsoleta,penso o qão legal seria se Deus tivesse criado o homem colorido...imagine seres humanos uns azuis, outros rosas, uns amarelos, outros vermelhos...ainda assim, acredito que a nossa sociedade permaneceria capaz de usar um pretinho básico, comprar um carro preto e ainda discriminar um negro;haja vista que ainda não descobriram que preto é cor e NEGRO é raça!
A hipócrita sociedade brasileira necessita aprender a andar e deixar de engatinhar a cerca de muitos assuntos.Eu mesma já fui vítima de racismo...e olha que pro medíocre entendimento de nossa sociedade, eu sou morena.E ainda assim não estive a altura de ser a esposa de um cidadão brasileiro, tido como branco, apenas por ter sobrenome italiano.Parece até contraditório, pois a mesma história nos mostrou que com o acontecimento da ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA no Brasil, os NEGROS foram substituídos por mão-de-obra ITALIANA.KKKKKKK
Creio que talvez o problema do nosso país não seja o RACISMO, e sim, NUMEROLÓGICO!Quem sabe um Brasil com Z não seria a solução? Nossa tão nobre sociedade ainda não reparou que a nação que eles mais copiam, admiram e tentam de todas as formas ser como ela quando crescer, tem como PRESIDENTE um NEGRO e nós um simples LULA.

Anônimo disse...

Estava começando a ler esse texto que me parece muito enriquecedor, mas reparei o comentário da Janaína. É isso aí, menina. Já fui vítima dse racismo, mas depois da lei caó e, especialmente, após processar o sídico do meu prédio, as coisas mudaram. Seja feliz, minha querida!

Rafael

sem nome disse...

Antônio,
mas isso é cômico, pq na verdade, não fui vítima de racismo e só lamento que ainda hj existam seres tão microscópicos que ainda se prevalecem de muitos subterfúgios para camuflar o mal que mais assola a uma determinada porcentagem da nossa sociedade, o consumismo.E para consumir é preciso ter grana e grana gera status e mantém a pose que muitos acham ser tudo na vida..
Ainda hj é lamentável ver como para alguns o tempo não passou, a ponto de leiloar sua prole.Ainda há quem faça do casamento o meio de receber um belo dote e adquirir sobrenome e um pouquinho de bens...pq se fosse leiloar o prole em função de vultuoso patrimônio, daria pra entender, mas da forma que se passou comigo, mas pareceu uma rifinha ou bingo de subúrbio...rsrs
O que prova o quanto os vulgo importantes, são pobres.É´o que eu digo:'tem gente que é tão pobre, mas tão pobre...que só tem mesmo dinheiro'.No caso em foco, a pretensão de ter dinheiro.
Ficaria feliz que o RACISMO tivesse sido a causa verdadeira.
Em tempos de escravidão, todo SENHOR tinha sua escrava preferida para outros fins(estes eram duplamente escravos-eram escravos de casamentos arrumados por conveniência, para unir o patrimônio das familias e escravos de suas esposas recatadas, frígidas e 'bem criadas)Isso para não falarmos que os mesmos eram escravos tb dos chifres que levavam , pois as Sinhás, por sua vez, tb tinham seus escravos "prediletos' rs
e no barco dessa escravidão tb eram dependentes dos ESCRAVOS para tudo( comer, beber, vestir e etc)
Se formos analizar bem...quem era ESCRAVO de quem? Assim sendo prefiro fazer parte da turma do lerê lerê.

mariza lourenço disse...

o racismo, assim como todo ato discriminatório, é odioso, deve ser combatido e punido conforme manda a lei. no entanto, esse tipo de prática somente será erradicada, ou em outras palavras, varrida do planeta, quando o universo humano deixar de lado tanta teoria, tanto blá blá blá acerca do que veio primeiro, o ovo ou a galinha? adão e eva ou o homem de darwin?, para se apegar à essência do que realmente vale e justifica toda a nossa passagem pelo mundo físico e que pode ser encontrada em Mateus: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo", o ponto alto da ética cristã, diga-se de passagem. tão simples, né?
nenhuma teoria explica o racismo, ou antes, os motivos do ódio que levam à segregação. certamente, nada disso vem de Deus ou da prática sincera da fé.
o Brasil é um país racista? sim, a grosso modo é! assim como todo ser humano guarda dentro de si resquícios de discriminação acumulados contra algo, contra alguém, contra o mundo.
não sei se o fim está próximo, acho que já passou da hora de vir. de qualquer maneira, façamos a parte que nos cabe neste latifúndio, amar sem olhar a quem, sem olhar a cor, amar ignorando a cor, o tamanho dos pés, a quantidade dos pecados, o tanto de dinheiro. se a gente pudesse só fazer isso, estaria de bom tamanho, e o julgamento, tenho certeza, seria leve, leve.

baroni disse...

Também repudio qualquer forma de racismo. Seja ele qual for. É lamentável!

Anônimo disse...

Texto fascinante! Assino embaixo todos os comentários, principalmente o da leitora Mariza.

Vania Lucia Vidal

Anônimo disse...

É um assunto muito delicado. O texto é preciso e histórico, mas resolve pouco na atual conjectura. Reflitamos sobre. Muito legal esse blog.

Adelmo Cerqueira

Anônimo disse...

Prezado amigo Antonio

Só poderia partir de uma alma combativa, um texto desta monta, meu jovem. Estava sumido sim, meu querido. Estava em Lisboa com minha filha.
Na minha opinião, apesar do mundo estar em constante mudança, a questão do racismo ainda predomina como uma forma de descriminação nível global. O racismo resulta de vários fenômenos que advêm de muitos séculos atrás. Um exemplo marcante na história da humanidade foi o caso de Hitler. Mas passando para, os nossos dias existe ainda muita descriminação racial, o que provoca grandes conflitos e alguma polémica na sociedade. As pessoas são descriminadas pela cor, pelas suas origens ou mesmo pela sua forma de estar na vida. A forma mais simples de explicar o fenômeno do racismo, é apresentar exemplos óbvios. Quantas vezes, não ouvimos uma pessoa dizer que “os pretos são estúpidos”, ou dizer “Achas que eu sou preto?”. Estas frases resultam da ignorância de pessoas que não sabem estabelecer uma conduta ética própria e que ignoram o fato de todos sermos iguais e termos os mesmos direito.

Sabe-se que é um fenómeno que passou gerações e chegou aos nossos dias com o mesmo tipo de influencias de antigamente. Para mim, nada mudou. Muitas das guerras de hoje resultam do racismo. Muita pobreza resulta do racismo. Fome, desigualdades sociais e condições precárias resultam deste fenómeno que está para durar. A luta contra o racismo faz-se ouvir hoje em dia, através dos meios de comunicação, de filmes, da música, manifestações e através de debates. Mas, o problema é que é difícil encontrar a verdadeira razão do racismo. Em jeito de conclusão, penso que este fenômeno ainda vai durar e dar muito que falar. Mas o meu desejo era que assim não fosse.

Sua abordagem histórica está maravilhosa. Estou de volta e quero escrever um blog também. Não quer ajudar o seu velho teacher? Ainda não consegui postar comentários aqui com meu login yahoo, filho! Serpa que eu consigo criar um blog com essa conta yahoo?

Um forte abraço

R.Lamas

Anônimo disse...

Já fui vitma de racismo 2 vezes na vida. Uma na piscina do Quitandinha, quando tinha meus 8 anos. Um grupelho de ingleses me expulsou da piscina infantil dizendo impropérios em inglês e jogando água na minha cara insistentemente. No entanto sou branco do tipo mediterrâneo como a maioria dos brasileiros brancos. Minha família ficou tão revoltada que nos desligamos daquele clube esnobe.
Depois fui vítima de racismo velado por parte de 2 negros onde trabalhava. Era perseguição e grosseria todos os dias. A minha vida se tornou um inferno durante longos 15 anos. Uma mistura de inveja, recalque e complexo de inferioridade da parte desses, tendo em vista o que diziam e pelo meu desempenho no trabalho, minha escolaridade e meu talento de artista.
Em resumo, já fui discriminado, alijado e preterido por brancos, negros, colegas de escola, faculdade, e de trabalho por décadas. Creio que o buraco é mais em baixo. O problema está na diferença minoritária dentro de um determinado grupo. Se você se diferencia do grupo majoritário por qualquer razão, incitará a estranheza e a inveja destes. A única coisa que consegue vencer a discriminação sofrida pelos grupos minoritários é a riqueza. Se você é rico, será sempre cortejado por todos, terá milhares de amigos e candidatos a herdeiros.
Veja o exemplo de Pelé. Nunca o vi preocupando-se com questões desse tipo. Nos EUA ele é branco de olhos azuis. Jamais procurou uma mulher negra e é um rei para todos os efeitos.
A todos os que se sentem discriminados, por sua etnia, raça, cultura, formação acadêmica ou outro rótulo qualquer, recomendo uma coisa: Torne-se rico. Nunca mais terá problemas em qualquer que seja a sociedade em que viva.
Cordial abraço.
Ed Klau (Facebook)

Anônimo disse...

Existem dois tipos de racismo: o negativo e o positivo. O primeiro, já expliquei. Acho que vai além da cor da pele.
O segundo, o positivo, é de natureza antropológica. Considera e valoriza as etnias como um herário divino. Quando vejo um indivíduo negro azulado, tipicamente centro-africano, acho fantástico, do mesmo modo como a um branco pomerano, um indiano ou um japonês puro. As pessoas em geral não vêem a coisa assim. Talvez por faltar educação em sua visão. Às vezes confundem racismo com perseguição ou assédio. Neste caso, qualquer rótulo serve, desde que seja cabal. Tudo parte da inveja ou de uma simples estranheza visceral oriunda de um passado animal e provinciano.
Quando estudava História da Arte e da Arquitetura na Faculdade, via aqueles afrescos romanos e as esculturas gregas e me perguntava: Esses não se parecem de modo algum com os romanos e gregos de hoje. Por quê? Se procurarmos também os autênticos egícios com sua pele bronzeada, nariz retilíneo e grande estatura, não os encontraremos mais, a não ser nos hieroglifos e ataúdes de múmias. Estão todos extintos ou miscigenados. Seus traços fenotípicos desapareceram como os antigos dinossauros. O grego de hoje é um outro grego. Os de egípcios hoje também são algo entre mongóis, semitas e sei lá mais o quê, resultado de sucessivas invasões e miscigenações, descaracterizando suas etnias de origem. Uma perda inestimável para a antropologia e a genética. Sabemos tão pouco de nós mesmos. Enquanto nos preocupamos em purificar raças de gado, cães e gatos, esquecemos de nossas origens étnicas e culturais de tempos remotos. Deveríamos nos orgulhar de nossas raças ou etnias, como queiram, e tentar preservá-las com altivez seja ela qual for, afinal, todas tem inestimável valor. Elas fazem parte de nossa linhagem ancestral. Quem não se orgulha de conhecer suas origens e seus ancestrais? Não existem raças inferiores ou superiores. Apenas diferentes. O respeito a todos os indivíduos humanos é fundamental para uma convivência pacífica e profícua. O que a humanidade precisa neste momento e neste caso, é de esclarecimento, informação e educação.
Ed Klau

Anônimo disse...

Excelente texto, carregado de verdade e sensibilidade. Trouxe à tona lembranças dos absurdos que já vi e vivi - sendo eu um nórdico "óbvio", naturalizado brasileiro (contrariando quem pensa que pele branca é garantia de privilégios). Nunca me senti superior a ninguém, isso nunca me passou pela ideia, mas eventualmente defronto com quem pensa que eu me sinto assim...

Boa Tarde,
Arn Krogdahl


Antonio Siqueira disse...

Depoimento forte e real, prezado Ed.
A humanidade vai se destruindo por si só. Obrigado por participar.

Antonio Siqueira disse...

O obrigado e bom dia, "Turistas" :)

Antonio Siqueira disse...

Vale lembrar sempre que só existe uma raça: A HUMANA!

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