quarta-feira, 28 de abril de 2010

Improvisação, virtuosismo e muita criatividade...

O maior espetáculo da Música Contemporânea
Por Antonio Siqueira 


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O Jazz - geralmente proclamada como "A Música Clássica da América" - recusa uma definição mais fácil. E, de acordo com Louis Armstrong, um dos maiores artistas do jazz, se você tiver que pedir uma definição, você nunca saberá qual é. Enquanto existe um certo elemento de verdade na filosofia de Armstrong ("você sabe o que é quando ouve"), os críticos e historiadores tentam entender e descrever o que torna o jazz uma das formas mais excitantes, exclusivas e complexas da música americana. O Jazz se desenvolveu com a mistura de várias tradições musicais, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava blue notes, chamada e resposta, forma sincopada, polirritmia, improvisação e notas com swing do ragtime. Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são aqueles usados em bandas marciais e bandas de dança: metais, palhetas e baterias. No entanto, o Jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento. O improviso é o principio ativo do jazz. E assim, o termo jazz começa a ser usado no final dos anos 10 e início dos anos 20, para descrever um tipo de música que surgia nessa época em New Orleans, Chicago e New York.

Desde sua origem no início do século XX, o jazz gerou uma gama considerável de subgêneros  como o Dixieland da década de 1910, o Swing das Big bands das décadas 1930 e 1940, o Bebop  de meados da década de 1940, até chegar às pegadas mais modernas do jazz fusion, numa grande variedade melódica, harmônica e rítmica.Filhotes do bom gosto e da genialidade de músicos extremamente bons e de excentrismo bárbaro.

A 1ª Gravação ocorreu em 1917 pela Original Dixieland Jazz Band. Pelo menos vinte anos depois do jazz ser tocado. Reza a lenda que o Jazz teve inicio em New Orleans com grupos que tocavam em Marchas e Paradas, durante os anos de 1880 a 1890, e muitos músicos não possuíam formação musical, e depois de repetidas vezes tocando a mesma melodia começaram a improvisar variações da melodia por pura diversão, em 1895 o cornetista Buddy Bolden (1º musico a ser considerado musico de Jazz), formou sua Banda; alguns utilizam esta data (1895) como nascimento do Jazz. Swing era musica para se dançar, e ainda assim era oferecida aos músicos a chance para improvisação (solos tecnicamente complexos). Desde Swing Big Bands lideradas por: Duke Ellington; Count Basie; Benny Goodman e Tommy Dorsey eram extremamente populares; O termo (Swing) se tornou idêntico aos olhos do público. É injusto chamarmos todas Big Bands de "Swing" - assim como nem todo "Swing" é tocado por Big Bands - Mas os dois estarão para sempre ligados, porque eles foram "Criados" juntos. Além disso, encontramos Big Bands de Diferentes estilos desde Cool Jazz até Jazz-rock, muitas das quais tomam "emprestada" a tradição das Big Bands de Swing. Uma miscelânea, uma farofa que mistura todas as influências da musica negra americana. Jazz é improviso e talento nato.

O que fascina do jazz é o fato de a música ser, na realidade, um processo puramente criativo, moldado por elementos estruturais  significativos. Na década de 1980 os dj’s ingleses Chris Bangs e Gilles Peterson inventaram a expressão  acid jazz. Eles estavam numa daquelas festas que duravam dias, chamadas raves (eventos que, curiosamente, hoje são considerados grandes novidades pelos jovens adolescentes). Na verdade, as raves já eram realizadas em Roma há 2.000 anos atrás e, mesmo no Rio de Janeiro de 1910, eram famosas as raves promovidas pelas denominadas “tias”. Em Londred, essas festas eram regadas à base de muito schoth e LSD. Daí o termo acid, uma musica quebrada,n cheia de improvisação e virtuosismo. Nascia aí o acid jazz.

Porém, um dos estilos precursores do jazz estetéticamente visto atualmente, surgido com o disco de Miles Davis, Birth of the Cool, de 1949, embora tenha no saxtenorista Lester Young  um precursor. O cool representou uma reação mais cerebral e camerística à tórrida sintaxe do bebop. Entre os expoentes do cool jazz encontram-se Gerry Mulligan, com seu famoso quarteto sem piano, Stan Getz, Chet Baker  e Lennie Tristano. Embora mais introspectivo e contido, seria equivocado generalizar e associar o cool jazz com uma espécie de jazz "frio", sem swing ou sem alma. Pode-se encontrar, nas gravações cool, ritmos ágeis, solos intensos e síncopas que nada deixam a dever ao bebop. É interessante notar que o mesmo Miles que fundou o cool jazz ainda iria impulsionar outras revoluções estéticas nas décadas que se seguiriam. No fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma migração de músicos de jazz da Califórnia  para Nova Iorque. Lá entraram em contato com músicos de bebop, mas bastante influenciados por músicos de swing como Lester Young e Coleman Hawkins, incorporaram um tom mais maduro. A nova variante, o cool jazz, era leve e mais romântico que o bebop e gerou um estilo derivado, o West Coast jazz. Embora Miles Davis tenha aparecido primeiro em gravações bebop de Charlie Parker, sua primeira sessão importante como um líder de banda foi chamada The Birth Of The Cool. Um álbum contendo todas as gravações desse grupo está à venda. O estilo cool jazz foi descrito como uma reação contra os andamentos acelerados e as complexas ideias melódicas, harmônicas e rítmicas do bebop. Essas ideias foram apreendidas por muitos músicos da Costa Oeste americana, e esse estilo por isso também é chamado West Coast jazz. Essa música é geralmente mais relaxada que o bebop. Entre os outros músicos do estilo cool estão os saxofonistas Stan Getz e Gerry Mulligan e o trompetista Chet Baker. Stan Getz também leva o crédito pela popularização de estilos brasileiros, como a bossa nova e o samba, nos Estados Unidos. Esses estilos e alguns poucos outros estilos latino-americanos são às vezes chamados coletivamente de jazz latino.

Muito grupos do estilo cool jazz não usam um piano e contam, em vez disso, com o contraponto e a harmonização entre os instrumentos de sopro, geralmente o saxofone e o trompete, para delinear as progressões de acordes. Entre os grupos liderados por pianistas que saíram dessa escola estão os de Dave Brubeck (com Paul Desmond no saxofone), Lennie Tristano (com Lee Konitz e Warne Marsh no saxofone) e o Modern Jazz Quartet ou MJQ (com John Lewis no piano e Milt Jackson no vibrafone), que também utiliza elementos de música clássica. A incorporação de música clássica no jazz é geralmente chamada de terceira corrente, ou third stream. Uma viagem insólita e fascinante no universo da música.

Depois da fusão do rock, do funk e outros estilos, com o jazz, chamada jazz fusion ou simplesmente fusion, atualmente compõe-se de elementos eletrônicos caracterizando esse flacon estilo nos nossos dias. Os samplers e sequenciadores são utilizados na mistura do drum'n'bass e do techno.  Se é difícil definir o jazz, fácil é improvisá-lo. Trata de um dos elementos essenciais na música. O blues mais antigo era habitualmente estruturado sob o repetitivo padrão pergunta e resposta, elemento comum em músicas tradicionais. No blues mais antigo a improvisação era usada com bastante propriedade. É correto afirmar que essas características são fundamentais para a natureza do jazz, o músico irá interpretar a música de forma peculiar, nunca executando a mesma composição exatamente da mesma forma mais de uma vez.

     Em algumas composições modernas de jazz, onde os acordes fundamentais da composição são complexos ou de mudança rápida, o compositor ou o intérprete podem criar uma série de "blowing changes", que é uma série de acordes simplificada, melhor aplicada em comping e no improviso solo. elementos que configuram o jazz como  o maior espetáculo da música popular contemporânea
 



Milles Davis e Jon Contrane em " So what "



Ilustração: Arquivo do autor


1 comentários:

ladyneide disse...

'Muitos pensam que o Jazz e o Blues foram invenções americanas, mas eles apenas obtiveram maior ênfase da mídia em solo americano.
Há relatos de russos, austríacos e brasileiros executando formas de expressão musical semelhantes antes dos acontecimentos nos EUA.

Juntamente com o Jazz, o Blues era executado em
igrejas evangélicas nos EUA, dando início ao Gospel.'

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