sexta-feira, 5 de março de 2010

Outra nota triste

Johnny Alf: Morre o embrião da sonoridade bossanovista
por Antonio Siqueira






O cantor, pianista e compositor Johnny Alf morreu nesta quinta-feira (4). Ele estava internado em estado grave no hospital Mário Covas, em Santo André, na Grande São Paulo. Ele tinha 80 anos.

O nome "Johnny Alf" foi adotado por sugestão de uma amiga norte-americana, quando de sua apresentação no programa de jazz de Paulo Santos, na Rádio M.E.C.

Em 1952, Dick Farney e Nora Ney o contrataram como pianista da nova Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, iniciando assim sua carreira profissional. Mary Gonçalves, atriz e Rainha do Rádio, estava sendo lançada como cantora, e escolheu três canções de Johnny: Estamos sós, O que é amar e Escuta para fazerem parte do seu longplay Convite ao Romance.

Foi gravado seu primeiro disco em 78 rpm, com a música Falsete de sua autoria, e De cigarro em cigarro (Luís Bonfá). Tocou nas boates Monte Carlo, Mandarim, Clube da Chave, Beco das Garrafas, Drink e Plaza. Duas canções se destacaram neste período: Céu e mar e Rapaz de bem (1953), consideradas a melodia e a harmonia, como revolucionárias e precursoras da bossa nova.

Em 1955 foi para São Paulo, tocando na boate Baiuca e no bar Michel, com os iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves. Em 1962 voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no Bottle's Bar, junto com o conjunto musical Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvia Telles. Apresentava-se no Litlle Club e Top, o conjunto formado por Tião Neto (baixista) e Edison Machado (baterista).

Em 1965 realizou uma turnê pelo interior paulista. Tornou-se professor de música no Conservatório Meireles, de São Paulo. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira em 1967, da TV Record - Canal 7, de São Paulo, com a música Eu e a brisa, tendo como intérprete a cantora Márcia (esposa de Silvio Luiz). A música foi desclassificada, porém se tornando um dos maiores sucessos de sua carreira.

A sonoridade de Johnny foi o embrião da Bossa-Nova. O compositor tinha como influências, Frank Sinatra, George Gershwin e Cole Porter. Segundo o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o "verdadeiro pai da Bossa Nova". Tom Jobim, outro dos primeiros artistas da Bossa Nova, admirava Johnny Alf a ponto de apelidá-lo de "Genialf".



Johnny Alf Documentary - part 1


3 comentários:

Anônimo disse...

Mais um genio se vai, querido! E a demanda é pequena pra suprir essas faltas. Pena!

beijo mineiro

Luana BH

Anônimo disse...

Uma lacuna enorme que ficará na MPB.

Silvia-RJ

Anônimo disse...

Para mim é como se perdesse um pai. Alf foi o grande mestre da MPB pós bossa-nova.
Gostei do seu site, Antonioni, apareça para fazer um som aqui no estúdio B da BARRA.

abraços

Pedro Infante, multi-instrumentista, compositor e amigo do Antonioni.

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