segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Aniversário póstumo



ALGUÉM GENIAL


Fernando Toledo completaria hoje 42 anos; jovem demais para ter a vida ceifada de maneira tão estúpida. Em agosto de 2005, um irresponsável em alta velocidade, avançou o sinal vermelho e deu fim a sua vida. Mas isso não vem ao caso neste momento. Convido todos a brindá-lo, a celebrá-lo como se ele estivesse aqui, entre nós, recitando, ensinando, fazendo valer, fazendo rir, fazendo chorar, chorando, sorrindo e, o que ele sabia fazer muito bem, AMANDO a todos nós como se fossemos um só.

Parabéns meu irmão, esse dia é seu. Bêbado

Há algumas horas, navegava pela rede a procura de notícias no ramo das artes; música, literatura, etc...Deparei-me com a coluna de Roberto M. de Moura com algumas das últimas publicações e Fernando. São trechos que não precisavam de sua assinatura para que fosse reconhecido...

Moments do Fernando

Em 6/12/2004:

“Discute-se muito pouco hoje os critérios de qualidade objetiva na Arte. Depois dos ready-mades de Duchamp, dos HQs tornados quadros de Lichtenstein, das Marylins e Campbells de Andy Warhol, tudo pode ser Arte, desde que seu executor o declare antes, e apresente uma bula explicativa do produto. (...) Acontece que a Estética não pode se valer, única e exclusivamente, de um discurso. Por mais que se fale na Arte da Retórica, esta última, por si só, não se constitui em fato artístico: outros fatores, como equilíbrio, originalidade e significância, tanto no conteúdo e na forma como na relação entre os dois, devem, mandatoriamente, estar presentes e estabelecer a tríade entre autor, público e crítica, de que é composto o fato artístico. Hoje, devido a uma proliferação de uma atitude politicamente correta, que promove um verdadeiro fascismo às avessas, somos quase que juridicamente obrigados a reconhecer valor em qualquer coisa. Não conceder juízo de valor a um pneu furado exposto com gáudio, por um artista neozelandês, pode significar, para os arautos de uma relativização completa, que somos participantes de grupos racistas anti-neozelandeses e, sobretudo, opositores ferrenhos do uso de pneus – o que acarretaria o desemprego de milhares de operários famintos nas fábricas dos mesmos. (O funk, sobre o financiamento pelo MinC da viagem de Tati Quebra-Barraco ao exterior) não opera em termos, inicialmente, musicais: possui apenas sonoridade mal-acabada e ritmo repetitivo (tanto que com uma só base pode-se gravar diversas "composições"), e não inclui entre seus elementos Harmonia e Melodia reconhecíveis, atributos estes indispensáveis para que algo possa ser classificado como Música. Que os europeus nos acham folclóricos e muito engraçados, já sabemos. Não precisamos que nos considerem ridículos e absolutamente imbecis também.

Em 21/2/2005:

“Você já leu ‘A Nova Música’, do Aaron Copland? É muito interessante, apesar de eu discordar da apreciação do autor acerca de Rimsky-Korsakoff e da ‘influência bilateral do jazz’ (não acredita, o autor, numa influência significativa da música de câmara no jazz, do que discordo - basta ouvir Ellington, Gill Evans e, mesmo, Parker, ou seja, três músicos absolutamente diferentes, para constatar isso). Mas vale a pena, estou terminando. O peso que ele confere a Stravinsky é inegável. No entanto, ele dá uma importância enorme ao Darius Milhaud, que acredito desproporcional. Lembre-se que muito do notório ‘Boi no telhado’ é plágio do Nazareth, pelo que consta... Ontem, li ‘O fabuloso e harmonioso Pixinguinha’, do Edigar de Alencar. Ótimo em termos de informação, mas o estilo é meio sofrível, em certos momentos.”


Roberto M. Moura, é carioca jornalista, crítico musical, produtor e diretor de espetáculos, roteirista e apresentador de programas culturais na Tv Educativa/RJ (atualmente, faz parte da equipe fixa do “Comentário Geral”). Email: robertommoura@globo.com
Link original desta publicação:
http://www.brazil-brasil.com/content/view/553/28/




Parabéns Totô Sorte

1 comentários:

Celso disse...

Fernando é eterno!

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